Batman: The Telltale Series – Episódios 1 e 2 (PS4) | Análise
Depois de sucessos como The Walking Dead, The Wolf Among Us, Tales from the Borderland, Game of Thrones, e Minecraft: Story Mode, a Telltale regressa com um novo jogo point-and-click de acção desenvolvido em colaboração com a DC Entertainment e baseado nos comics do Batman criados por Bob Kane e Bill Finger.
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O primeiro aspeto que demarca Batman: The Telltale Series de outros jogos Batman é o facto de se centrar em Bruce Wayne e no seu alter-ego – Batman – de igual forma, contrariamente ao que acontece em jogos como a série Arkham onde o jogador permanece maioritariamente no controlo do vigilante.
Aliás este elemento do jogo pode ser compreendido pela imagem de fundo do menu onde Bruce (em tons claros e luminosos) vai alternando com Batman (apresentado em tons escuros e sombrios).
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Antes de iniciar o jogo é possível visitar alguns extras interessantes que incluem o Batman Unmasked (um programa apresentado por Greg Miller que revela o que está por detrás do episódio) e o Codex (no qual jogadores pouco familiarizados com o universo DC podem ficar a conhecer mais sobre as personagens). Existe também um sistema chamado Crowd Play que permite ao jogador transmitir a sua sessão e deixar o público decidir as suas escolhas.
O primeiro episódio, intitulado “Realm of Shadows” (em português, “Reino das Sombras”), é sem dúvida uma boa apresentação daquilo que o jogador poderá esperar da série – violência, crueldade, ambiente pesado e repleto de tensão – não fosse a primeira sequência incluir a morte brutal de um homem e claro, uma sequência de luta onde Batman arrasa o grupo de assaltantes que invade City Hall.
Em paralelo a este primeiro momento de combate, reforçando a ideia de que ambos Batman e Bruce são relevantes, existe uma cena de diálogo entre Bruce e Alfred Pennyworth no qual o protagonista, visivelmente ferido, se prepara para uma festa organizada em sua casa com fim a promover Harvey Dent como próximo Presidente de Gotham.
As diferenças entre os dois homens ficam aqui claras. Enquanto Batman é destemido, forte e praticamente indestrutível, Bruce mostra um lado mais humano, vulnerável, educado, e calmo.
A batcave é outro elemento interessante e dinâmico do jogo não apenas por ser um espaço icónico mas também por incluir o Codex e o Gotham Media Feed, uma secção de notícias escritas que podem ser lidas a qualquer momento, atualizando conforme os eventos se desenrolam.
Catwoman (Selina Kyle), James Gordon, Carmine Falcone, Vicki Vale, e Oswald “Oz” Cobblepot (Penguin) são presenças assíduas deste primeiro episódio, e no caso de Cobblepot vale a pena referir que ele se diferencia do personagem conhecido dos fãs quer física, quer historicamente – Oz é alto, magro, proveniente de uma família rica e o amigo de infância de Bruce.
Como não poderia deixar de ser, é precisamente Cobblepot que instiga o conflito principal de “Realm of Shadows”, trazendo a público que a família Wayne tem uma grande relação com Falcone, arrastando para a lama o nome de Bruce Wayne. Consequentemente o episódio termina repleto de tensão, mistério, e confusão, não somente para o protagonista (que tem de enfrentar o maior segredo da família) como também para o jogador.
REALM OF SHADOWS | CONFERE O TRAILER
“Children of Arkham” (em português, as Crianças de Arkham) é o segundo episódio e nele a situação de Bruce apenas se complica.
O início é marcado pela já habitual viagem à noite da morte de Martha e Thomas, contudo esta é englobada num momento de investigação e acaba por ser dinâmica e interessante.
Os resultados desta investigação guiam o resto do episódio cujo enredo está repleto de decisões importantes e que certamente irão moldar o futuro não apenas do protagonista como de personagens como Harvey Dent (objeto da maior decisão do jogo até ao momento) e Catwoman (por quem Bruce começa a demonstrar algum interesse romântico que pode ser aproveitado pelo jogador).
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As Children of Arkham são então apresentadas como o verdadeiro vilão de Batman: The Telltales Series, um grupo que pretende criar uma revolução em Gotham e destruir os Wayne por todo o mal que já fizeram à cidade. O final, à semelhança do primeiro episódio, é caótico e cheio de tensão, instigando a curiosidade do jogador acerca dos próximos eventos.
CHILDREN OF ARKHAM | CONFERE O TRAILER
Batman: The Telltales Series é assim mais um poço de emoção e acção a que a Telltale já habituou os fãs, através das escolhas que o jogador pode fazer ao longo do jogo.
A maioria das decisões, ao qual a história se adapta, podem num primeiro momento parecer irrelevantes pelo facto de nada mudarem no enredo, porém são fundamentais para que o jogador possa decidir que tipo de Batman (violento ou racional) e que tipo de Bruce Wayne (arrogante ou humilde) pretende construir.
O maior desafio de todos encontra-se em “Children of Arkham” e, dependendo da escolha realizada, o jogador pode ver o nascer de um dos grandes vilões do universo Batman. Muito está em risco e nada será igual daí para a frente.
Quanto ao combate este possui novos mecanismos e é mais diversificado e versátil do que os jogos anteriores da Telltale, tendo como único ponto negativo o facto de alguns comandos serem irrelevantes, pois mesmo que o jogador não pressione os botões pedidos, o combate desenrola-se sem alterações.
A investigação é de igual forma um elemento fundamental do jogo e para além do diálogo que Batman e Bruce vão criando com outros personagens para avançar nas suas investigações, existem momentos de trabalho “policial” onde Batman tem de procurar e interpretar evidências deixadas no local do crime de modo a poder construir uma teoria do que terá ocorrido.
Para o auxiliar nesta tarefa estão disponíveis gadgets, ainda que pouco usadas, cuja utilização relembra momentos de jogo encontrados na trilogia Arkham.
Os gráficos ainda que dêem continuação ao traço tradicional cartoonista da Telltale estão visivelmente melhorados, resultado da atualização feita ao engine usado no desenvolvimento do jogo.
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Para finalizar, o ponto forte do jogo até agora é sem dúvida o facto de o jogador poder controlar Batman e Bruce Wayne. O ponto mais fraco é o número de bugs no combate (como referido acima) e nos diálogos dos personagens, sendo o caso mais memorável uma cena em que Alfred refere que Batman quase espancou um homem até à morte, mesmo que o jogador tenha decidido usar métodos não-violentos.
HARDWARE USADO PELA MHD PARA TESTES DE JOGOS
PS4:
- PlayStation 4 Glacier White
- DualShock 4 White
- Razer Leviathan Sound System
PC:
- Headphones Razer Carcharias
- Keyboard Razer Epic Chroma
- Mouse Razer Naga Epic Chroma
Com lançamento mensal, o próximo episódio chega já no dia 25 de Outubro com o título “New Order” (em português, Nova Ordem) remetendo para o plano de revolução das Children of Arkham.
Ângela Costa
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