Esquadrão Suicida | O estilo fogoso de Diablo
Diablo é o primeiro super-herói (anti-herói?) latino no cânone do cinema dos grandes estúdios, pelo que devemos examinar o seu figurino e nova imagem cinematográfica com especial atenção.
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Quando discussões sobre questões de diversidade e representação no campo da cultura popular se estão a tornar algo impossível de ignorar, é necessário examinar com algum escrutínio aquele que é o primeiro herói, ou anti-herói, latino a marcar presença num filme de super-heróis. Referimo-nos, pois claro, a El Diablo, também conhecido como Chato Santana.
A versão que vemos no ecrã é claramente inspirada pelos mais recentes comics em que Santana tem uma história de origem que envolve gangues em Los Angeles. Isso, no entanto, não invalida as queixas de quem critica o modo como ele é essencialmente o estereótipo do criminoso latino-americano. Na conjetura política atual tais visões são preocupantes, mesmo que o resultado final corresponda às expetativas de muitos fãs que ficariam furiosos se a sua personagem adorada não aparecesse como nos livros, ou seja, vestido à gangster e com tatuagens a cobrirem todo o seu corpo.
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Mesmo a sua roupa de combate – o seu figurino de maior interesse – é uma derivação da ideia coletiva que temos de um traficante de droga latino, um tipo de personagem que já inunda os media atuais. Ele enverga umas simples calças de fato-de-treino e um camisa interior de manga à cava – um “wife beater”. Ou seja, temos um “wife beater” a ser vestido por um homem que assassinou a mulher num acesso de incontrolável fúria – de novo Kate Hawley mostra um peculiar sentido de humor.
Independentemente dessas importantes considerações políticas e ideológicas, Diablo é uma das personagens menos vistosas do titular Esquadrão Suicida, sendo as suas tatuagens o principal destaque visual. No entanto, tal como todos os outros, ele também tem uma marca bastante pessoal na sua indumentária – o seu nome está bordado no peito do casaco desportivo.
Casaco esse, que é um “varsity jacket” e relembra outra crítica que se tornou comum aquando da divulgação das primeiras imagens do elenco. Basicamente, mais do que um grupo de super-heróis ou mercenários com poderes sobre-humanos, o Esquadrão Suicida parece mais um grupo de adolescentes acabados de sair de um centro comercial e cheios de pretensões a terem uma aparência gangster. Não podemos dizer que essas acusações estão erradas, mas, atualmente, há que entender que estas personagens são criadas para um público adolescente. Uma coisa é certa, excetuando as tatuagens, este vai ser um dos looks mais fáceis de recriar para os cosplayers que adorem esta nova equipa de vilões heroicos.
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De um anti-herói latino, passamos a um anti-herói australiano que também não descura no que diz respeito a clichés ou aos toques de moda juvenil. Captain Boomerang é a nossa próxima vítima do Esquadrão Suicida!