"No Hard Feelings", ou "Tudo na Boa!", é a nova comédia de Jennifer Lawrence |©2023 - Sony Pictures Entertainment

Jennifer Lawrence | Uma cronologia da sua carreira

Jennifer Lawrence, até agora a única atriz nascida nos anos 90 a vencer um Óscar, retirou-se dos holofotes durante algum tempo, mas regressa agora com toda a força. Para assinalar os seus últimos papéis , do futuro “Tudo na Boa!” ao recente “Causeway”, traçamos uma cronologia dos pontos altos da carreira desta grande atriz. 

Uma das atrizes mais mediáticas, e premiadas, da jovem Hollywood de hoje em dia, Jennifer teve o seu período áureo por volta de 2015/2016 e continua a ser uma das figuras mais polarizadoras no mundo de Hollywood (e uma das mais bem pagas). 

Foi a protagonista de um gigante franchise,  uma das protagonistas de outro, e foi já nomeada a quatro Oscars da Academia, tendo vencido um. É uma autêntica força da natureza, polémica por natureza, acérrima ativista e detentora de uma carreira invejável.

Hoje, recuperamos os grandes papéis e momentos que marcaram a sua carreira, 121 prémios e outras 192 nomeações depois, de acordo com a contabilização do IMDB.

15 DE AGOSTO DE 1990

Nascida no primeiro ano dos anos 90, Jennifer é também, até à data, a única pessoa nascida nesta década a ter vencido um Óscar de representação. Jennifer Shrader Lawrence nasceu em Louisville, no estado do Kentucky, e é filha de Karen e Gary Lawrence. A sua mãe gere um campo de férias e o pai é construtor civil. Tem dois irmãos mais velhos, Ben e Blaine. Na sua árvore familiar, conta raízes essencialmente europeias: inglesas, alemãs, irlandesas e escocesas.

2004 – 2008

Jennifer Lawrence in The Bill Engvall Show (2007)
Jennifer Lawrence em “The Bill Engvall Show” (2007) |©Danny Field/ TBS

Jennifer, obstinada desde cedo, assinalou o início da sua carreira aos 14 anos de idade, numa viagem a Manhattan. Depois de ter feito a sua primeira leitura de um texto dramático, agentes diversos convenceram a mãe de Lawrence de que esta tinha sido a melhor leitura que “alguma vez tinham ouvido, vinda de alguém de 14 anos”. Assim, existiu uma certa pressão para que Jen passasse o verão em Nova Iorque. De facto, tal acabou por acontecer e Jennifer fez diversos anúncios antes do seu primeiro filme. Passado não muito tempo desta sua viagem a Nova Iorque, mudou-se com a sua família para Los Angeles, onde assegurou um papel na comédia “The Bill Engvall Show” (2007).


2008 – LONGE DA TERRA QUEIMADA

Jennifer Lawrence em _Longe da Terra Queimada_ (2008)
Jennifer Lawrence em “Longe da Terra Queimada” (2008) |©Eco Filmes/Prisvideo

Os papéis foram-se sucedendo nesta nova vida, nomeadamente protagonizou “The Poker House” (2008) e partilhou o ecrã com Charlize Theron em “Longe da Terra Queimada” (2008).

Este segundo papel foi o mais importante para garantir o sucesso da sua carreira. O drama, escrito e realizado pelo mexicano Guillermo Arriaga, colaborador e argumentista de  Iñárritu em “Babel” e “21 Gramas”, segue quatro histórias ao longo de três gerações. Um dos enredos é o de Mariana (Jennifer Lawrence) e Santiago (JD Pardo), os quais encontram o amor na trágica morte dos pais. Um filme que, aproveitamos para referir, conta também com Joaquim de Almeida num dos papéis principais. Foi, sem dúvida, “Longe da Terra Queimada” que colocou Jen, como é apelidada pelos conhecidos e amigos, no mapa para tudo o que se lhe seguiu.


2010 – DESPOJOS DE INVERNO

Jennifer Lawrence
Jennifer Lawrence em” Despojos de Inverno” (2010) |©NOS Audiovisuais

Aos 19 anos, Jennifer Lawrence interpretou o papel que lhe valeu a sua primeira nomeação ao Óscar. Um indie darling, estreado no Festival de Cinema de Sundance, que tinha tudo para não chegar ao mediatismo dos Oscars, mas que o conseguiu fazer devido à estrondosa interpretação da jovem atriz. Provavelmente, podemos contá-lo ainda como o seu melhor e mais genuíno papel.

Estamos no Missouri, no coração das montanhas Ozark, neste drama realizado por Debra Granik, uma adaptação do romance de Daniel Woodrell. Aqui, acompanhamos a história de Ree Dolly, interpretada por Lawrence. É esta uma jovem de 17 anos com uma vida familiar pouco recomendável. O pai é traficante de droga, a mãe está incapacitada com uma depressão profunda. É ela o único apoio dos dois irmãos mais jovem, e quando o pai desaparece depois de fechar um negócio obscuro, ela é o único apoio com o qual a sua família pode contar. Para não perder a casa, tem de encontrar o pai a todo o custo. Uma narrativa muito simples, mas que ganha pelo clima de elevada tensão e pela própria interpretação de Lawrence, que nos mantém agarrados ao ecrã. É ela a alma deste filme, carregando-o completamente às costas. Um começo deveras impressionante.


2011 – X-MEN: O INÍCIO, O CASTOR E LIKE CRAZY

Jennifer Lawrence
Jennifer Lawrence em “Like Crazy” |Fred Hayes – © 2011 Paramount Pictures and Indian Paintbrush Productions, LLC. All Rights Reserved.

Depois de “Despojos de Inverno” a carreira de Jennifer Lawrence mais do que explodiu, e por isso, agrupamos por cada ano uma panóplia de interpretações distintas. Foi em 2011 que se juntou ao seu primeiro franchise, ao novo elenco de “X-Men”. Muitos podem pensar que “Jogos da Fome” fora o seu primeiro grande blockbuster, mas a participação no grupo de super-heróis chegou primeiro. Aqui, começou a interpretar Raven ou, o seu nome oficial de super-herói – Mystique.

Em 2011, participou ainda em dois projetos lado-a-lado Anton Yelchin. O jovem ator russo-americano, que morreu tragicamente em 2016, aos 27 anos, asfixiado pelo seu próprio carro, partilhou o ecrã com Lawrence em ambos estes filmes . Em “O Castor”, Jennifer tem um pequeno papel secundário, interagindo maioritariamente com Yelchin.

Já em “Like Crazy”, filme muito bem sucedido no circuito indie norte-americano, mas nunca estreado em Portugal, Jennifer interpreta a antagonista da história, a ex-namorada do protagonista.


2012 – OS JOGOS DA FOME

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Jennifer Lawrence em “The Hunger Games: Os Jogos da Fome” |©Lionsgate/ Pris Audiovisuais

2012 foi um ano fenomenal, e memorável na carreira de Jennifer Lawrence. Tão memorável, que custa sequer a acreditar que todos estes créditos cabem num único ano de entradas. “Os Jogos da Fome” foi o seu grande bilhete para a super-fama. A saga distópica para jovens adultos , onde interpreta a jovem Katniss Everdeen, imortalizou-a junto do grande público, num filme que fez quase 700 milhões de dólares na bilheteira mundial, e iniciou um franchise com quatro capítulos.


2012 – GUIA PARA UM FINAL FELIZ E A CASA DO FIM DA RUA

Foi também este o ano em que deu vida a Tiffanny em “Guia para um Final Feliz”, o filme que em 2013 lhe fez valer o Óscar para Melhor Atriz Principal. Nesta comédia, realizada por David O. Russell, interpreta uma jovem com doença bipolar. A dança une-a a um outro jovem problemático, Pat, recém-divorciado. Bradley Cooper assumiu aqui o primeiro dos diversos papeis nos quais fariam par romântico, tendo também ele sido nomeado ao Óscar.

Jennifer Lawrence em _Guia Para Um Final Feliz_ (2012)
Jennifer Lawrence em “Guia Para Um Final Feliz” (2012) |©NOS Audiovisuais

Por fim, este ano contou ainda com um último esforço, menos querido pela crítica do que a saga “Hunger Games” ou um filme de O. Russel, mas que conta ainda assim para solidificar a ascensão da atriz. “A Casa do Fim da Rua” é um típico filme de terror, sobre uma adolescente que descobre um mistério macabro na porta ao lado.


2013 – ÓSCARS,  GOLPADA AMERICANA, OS JOGOS DA FOME: EM CHAMAS E SEGREDOS OBSCUROS

Temos que começar 2013 em grande, a 4 de março de 2013, para sermos mais precisos. Foi nesta data que Jennifer venceu o seu primeiro Óscar, tendo ofuscado assim a forte competição, que contava com uma magnífica Emanuelle Riva em “Amour”.

Não obstante, a lendária atriz francesa perdeu para Jen, num esforço no qual a indústria decidiu, muito evidentemente, premiar o jovem talento de Jennifer, que muito iria ascender em breve. Assim, aos 22 anos, Jennifer foi uma das mais jovens atrizes a ver-se com o Óscar de Melhor Atriz num papel principal. Caiu a subir ao palco, com o seu magnífico vestido com uma longa cauda, e deixou meio mundo, ou antes, grande parte do mundo, a falar sobre o seu feito e sobre a sua queda.

Antes do seu período forte de backlash, em 2013 Jennifer era uma autêntica “girl next door” ou “America’s sweet heart”. O primeiro filme que lançou em 2013, no verão, foi “Segredos Obscuros”, um thriller protagonizado por Rosamund Pike com uma atroz reacção por parte do público e críticas pouco famosas.

Jennifer Lawrence em “Jogos da Fome: Em Chamas” |Murray Close – © 2013 – Lionsgate

Em Novembro desse ano, estreou o segundo capítulo da saga “Hunger Games”. “Em Chamas”, depois do sucesso do seu antecessor, teve um investimento de capital significativo. O orçamento anterior, de perto de 70 milhões de dólares, quase duplicou para 130 milhões e o filme arrecadou perto de 900 milhões de dólares em todo o mundo. A adaptação literária do romance da jornalista Suzanne Collins foi realizada por Francis Lawrence (“Eu Sou a Lenda”, “Constantine”), tendo sido um sucesso junto do público mas também da crítica especializada, que abraçou a saga como uma eficaz introdução a noções de distopia na ficção cientifica para um público mais jovem.

Jennifer Lawrence
Jennifer Lawrence em “Golpada Americana” (2013) |©Columbia Pictures/ NOS Audiovisuais

No final do ano, entrou ainda em Golpada Americana, mais um filme de David O.Russell, solidificando a sua colaboração. Aqui, desta vez num hilariante papel secundário de dona de casa desesperada, pelo qual foi justamente nomeada ao Óscar.


2014 – X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO

Mais um ano, e a filmografia de Jennifer Lawrence continuava bem recheada com os franchises que lhe enchiam os bolsos, e os quais contribuíram para o seu suposto estonteante valor de 160 milhões de dólares em bens e capitais, aos 32 anos de idade (já tendo ultrapassado a fasquia dos 100 milhões antes de completar 30 primaveras).

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Jennifer Lawrence em “X-Men- Dias de Um Futuro Esquecido” (2014) |©Big Picture Films/ 20th Century Fox

Em maio, mais um capítulo de “X-Men”. “Dias de Um Futuro Esquecido” tinha um enredo ambicioso para um filme de super-heróis. Os soldados do Professor X salvam o mundo indo ao passado, alterando esse mesmo passado. Um filme que vendeu perto de 750 milhões de dólares em bilheteira, e que agradou também à crítica anglo-saxónica. Caramba, até não desagradou por terras lusas.


2014 – THE HUNGER GAMES: A REVOLTA – PARTE 1 E SERENA

Seguiu-se-lhe ainda um outro grande blockbuster. Seguindo uma tradição ditada por finais de sagas para jovens adultos como “Harry Potter” e “Twilight”, também “The Hunger Games” terminou dividida em duas partes. Uma decisão bizarra, tendo em conta a pouca narrativa e livro de dimensões mínimas, mas foi uma bem tomada do ponto de vista do lucro. Esta primeira parte, bem mais arrastada do que os capítulos anteriores do filme, sobre a preparação da revolução, que fica reservada à segunda metade, perdeu bastante em termos de crítica, mas ainda assim arrecadou 755 milhões de dólares.

Jennifer Lawrence e Bradley Cooper em Serena 2014
Jennifer Lawrence e Bradley Cooper em “Serena” (2014) |©Magnolia Pictures

Já no final de 2014 na Europa, e apenas em 2015 nos Estados Unidos, estreou um pequeno acidente de percurso. “Serena”, um drama romântico de época no qual Cooper e Lawrence voltam a fazer par romântico. Este filme, localizado na era da depressão norte-americana, deixou muito a desejar, mas foi uma pequena mancha num par de anos muito bons.


2015 – THE HUNGER GAMES: A REVOLTA – PARTE 2

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Jennifer Lawrence , Mahershala Ali e Liam Hemsworth no último capítulo de ” The Hunger Games” (2015) |©Lionsgate/ Pris Audiovisuais

2015. Jennifer Lawrence está nas bocas do mundo, e é agora a atriz mais bem-paga em Hollywood. Altamente mediática, defende o final da disparidade de salários entre homens e mulheres na indústria, e faz-se ouvir como uma voz bem audível. 

O seu currículo continua pouco diversificado mas bastante sólido. Mais um ano, mais um filme com David O. Russell e outro, o último, “Hunger Games”. Primeiro, “A Revolta: Parte 2”, o filme que, com a revolta final em Panem, fecha a saga “The Hunger Games”, que por volta desta altura já tinha gerado à volta de 3 mil milhões de dólares nas bilheteiras mundiais. A escolha de fazer uma segunda parte foi acertada. Com um orçamento estimado de 160 milhões, o segundo filme rendeu cerca de 500 milhões de dólares em bilheteira. Jennifer Lawrence foi novamente a estrela mais brilhante num firmamento forte que é o de “Jogos da Fome”.

Este blockbuster, tendo desde cedo desfrutado de uma crítica favorável, foi sempre visto como uma aposta de filme de grande orçamento para os muitos atores fortes que por lá passaram: Donald Sutherland, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Woody Harrelson, entre outros.


2015 – JOY

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“Joy” |©Big Picture 2 Films/ Annapurna Pictures

Os seus momentos altos de 2015 não terminaram por aqui, com “Joy” a ser lançado no final do ano. Uma estreia de dia de Natal nos Estados Unidos, que nos trouxe uma inspiradora história verídica. Aqui, O.Russell reforça o elenco com alguns dos suspeitos do costume. Temos de volta De Niro, bem como Bradley Cooper num papel mais pequeno. A estrela absoluta é Jennifer, no papel de uma forte mulher de negócios, a tentar vingar num mundo controlado por homens. Um filme que não deve grande coisa ao argumento ou mesmo à realização, muito ignorado na época de premiações, mas que ainda assim, rendeu a Lawrence a sua quarta, merecida, nomeação ao Óscar. Foi esta nomeação em 2016 a sua última até agora, mas não desesperemos, filmes como Adam McKay e Sorrentino estão para breve na sua carreira.


2016 – X-MEN: APOCALIPSE E PASSAGEIROS

Mais um ano, e Jennifer continua com o título de atriz mais bem paga do mundo. Um ano que começa em altas, com mais uma ida aos Óscares, por “Joy”, como referi. Em maio, os franchises voltaram a não falhar, e estreou o novo capítulo dos “X-Men”, onde Jennifer voltou a estar ao lado dos protagonistas Fassbender e McAvoy, desta vez reivindicando igual salário para si.

Jennifer Lawrence em Passengers (2016)
Jennifer Lawrence em “Passageiros” (2016) | Sony Pictures – © 2016 CTMG, Inc. All Right Reserved.

No final do ano, e com uma estrondosa e gigante campanha de marketing,  a suportar o seu lançamento, estreou “Passageiros”, onde faz par romântico com Chris Pratt. Neste filme, o personagem de Pratt está num grupo, em sono profundo, a migrar para povoar um novo planeta. Um problema na sua cápsula de hibernação acorda-o 90 anos mais cedo, e, dominado pela solidão, Jim decide acordar a bela Aurora para lhe fazer companhia, uma decisão secreta que acaba por se fazer conhecida mais tarde ou mais cedo. Uma aventura espacial lamechas que acaba por não cumprir a promessa, mas que gozou de bastante projecção.


2017 – MÃE!

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Jennifer Lawrence em “Mãe!” (2017) |©NOS Audiovisuais/ Paramount Pictures

Em 2017, Lawrence foi suplantada no campo da atriz mais bem paga de Hollywood, por 2 milhões. Quem a suplantou? A sua amiga Emma Stone, que estava aqui num período de ascensão, quando Jennifer começou com a sua ligeira “queda”, ou pelo menos suavizando a sua aparente escalada de popularidade.

Por volta desta altura, a imagem pública de Jennifer estava algo saturada. Uma atriz com personalidade excêntrica, bem notável, e que se manteve nos olhos do público durante muito tempo. Apenas lançou um filme neste ano, e em vez do Óscar, o seu papel em “Mãe!”, do então namorado Darren Aronofsky, valeu-lhe a nomeação ao Razzie. Nomeação esta um pouco polémica, pois “Mãe!” É um filme que polariza, sobre o qual as opiniões são dispares, múltiplas e no mínimo dissonantes. Há quem considere este um péssimo filme, há quem o considere uma obra-prima.

Tudo uma questão de perspectiva. O que é dificilmente uma questão de perspectiva é o quão ótima Jennifer está neste papel, provavelmente o mais exigente da sua carreira, e o quanto este esforço sobrenatural foi, de forma muito lamentável, ignorado e menosprezado. O que “Mãe!” mostrou, foi, sem dúvida, a versatilidade desta atriz. Todos sabemos que consegue ter um olhar intenso e chorar baba e ranho quando necessário, mas este filme de Aronofsky mostra-nos algo mais, uma verdadeira metamorfose. Como Jennifer indica, esta sua Mãe tem até a sua própria voz, uma voz que nunca saiu antes da garganta da atriz.


2018 – A AGENTE VERMELHA

Jennifer Lawrence
Jennifer Lawrence em “A Agente Vermelha” | © 20th Century Fox

Em 2018, Jennifer Lawrence estava longe do seu outrora incontestável lugar como rainha da jovem Hollywood. Contudo, com velhas parcerias também se fazem novos papéis. Desta vez, juntou-se a Francis Lawrence, realizador de “Em Chamas”, para um filme de espionagem, onde representa uma ex-bailarina russa, Dominika, a qual é recrutada pelos serviços secretos, e o resto é história.

Assinou ainda, neste ano, um contrato de publicidade com a Dior, para o seu perfume “Joy”. Uma manobra importante, não só para assegurar um fluxo económico estável, mas também para manter a sua imagem presente na esfera pública.


2019 – X-MEN: FÉNIX NEGRA

Jennifer Lawrence
Jennifer Lawrence em “X-Men: Fénix Negra” (2019) |©Big Picture 2 Films/ 20th Century Fox

Em pleno período de descanso de Jennifer Lawrence, que decidiu retirar-se da representação durante um ano, sai “Fénix Negra”. É este o último capítulo em que vamos ver Jennifer, e sem dúvida o fim de uma era, que se iniciara em 2011. Ambos os franchises terminaram, e a atriz terá agora de viver filme a filme, um desafio que já admitiu assustá-la. A sua Raven será certamente recordada, mas, acima de tudo, a sua Katniss.


2021 – NÃO OLHEM PARA CIMA

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Não Olhem Para Cima © Niko Tavernise / Netflix

Entre a sua última participação num grande franchise a a estreia de “Don’t Look Up” em 2021, muito aconteceu na indústria cinematográfica, virada do avesso pela pandemia e um novo hiatus sucedeu-se na vida de Jennifer Lawrence. A jovem atriz cresceu, casou-se, e até surgiu grávida na antestreia desta comédia política ambientalista. Todavia, uma certeza manteve-se, “Jenny” continuou a ser bem-amada pela indústria dos filmes e capaz de se associar a nomes afamados.

“Não Olhem Para Cima” conta com a realização de Adam McKay (“A Queda de Wall Street”) e centra-se no trabalho de consciencialização levado a cabo por dois cientistas que descobrem, acidentalmente, que o mundo vai chegar ao fim devido ao impacto de um cometa. Todavia, na nossa sociedade de atenção curta é sequer possível alertar a população? Jennifer Lawrence encarna a cientista Kate Dibiasky, responsável pela descoberta do cometa, ao lado do seu mentor e professor, Dr. Randall (Leonardo DiCaprio). 

Esta comédia distópica surgiu como a oportunidade perfeita para que Jen pudesse mostrar alguns dos seus dotes para a comédia, habitualmente ofuscados pela sua clara queda e talento para os dramas.


2022 – CAUSEWAY

Hollywood Streaming Apple TV
Causeway © Apple TV

Depois de protagonizar a sua primeira narrativa no streaming, na Netflix com “Don’t Look Up”, 2022 trouxe a Jennifer Lawrence mais um papel altamente aclamado e que apesar de não lhe ter trazido nomeações aos principais prémios de representação, ajudou a recordar-nos do seu eterno estatuto de protagonista e poderosa intérprete de drama.

Estreado na Apple TV+, “Causeway” coloca Lawrence na pele de uma veterana de guerra que regressa a casa com dificuldade em lidar com os fantasmas do passado. Realizado por Lila Neugebauer, o filme teve bastante sucesso no circuito de festivais e mereceu até uma nomeação ao Óscar para a sua co-estrela, Brian Tyree Henry. Este projeto foi gravado em 2019, mas os efeitos da pandemia na indústria cinematográfica empurraram-no para uma estreia tardia.


2023 – NO HARD FEELINGS/ TUDO NA BOA!

No Hard Feelings
Tudo Na Boa! © Big Picture Films

Uma pesquisa rápida nas redes sociais mostra-nos que “No Hard Feelings” foi um projeto que apanhou de surpresa os muitos admiradores desta atriz de topo. É um filme que, à partida, não parece fazer assim tanto sentido na filmografia de uma atriz tão conceituada. Trata-se de uma comédia, mas antes uma comédia apatetada e não o tipo de comédia de comentário social a que poderíamos associar Jennifer Lawrence.

Todavia, tendo em conta a sua persona e energia, é até refrescante a ideia de vermos Jen num papel mais leve e genuinamente cómico. Do mesmo realizador de “Good Boys”, “No Hard Feelings” é um filme que tem vindo a beneficiar de uma ampla campanha de marketing e destina-se a ser uma das comédias de sucesso deste verão, com data de estreia prevista para 22 de junho, só nos cinemas (em Portugal). 

Prestes a perder a sua casa e com o carro rebocado, Maddie (Lawrence) descobre um curioso pedido no Craigslist e decide responder: dois pais protetores procuram alguém para ser “amigo” do seu introvertido filho de 19 anos, Percy, antes deste ir para a universidade. Ou antes, procuram alguém que o ajude a ter o seu acordar sexual. Para sua surpresa, Maddie descobre que o peculiar Percy tem muito que se lhe diga. Politicamente incorreta, esta comédia com uma enorme diferença de idades ainda vai fazer correr muita tinta. Deste lado, esperamos que o humor esteja presente para acordar uma outra faceta pouco conhecida de Jennifer Lawrence.


PARA ALÉM DE 2023 – PROJETOS JÁ EM PRODUÇÃO

Jennifer Lawrence
© NETFLIX

Esteja a brilhar no reino do drama ou a entregar-se a uma experiência na comédia, Jennifer Lawrence faz furor apareça onde aparecer – seja a cair em palco ou a percorrer uma  passadeira vermelha em Cannes, com um vestido glamoroso e chinelos de enfiar no dedo,

O futuro é risonho para aquela que foi, em tempos, a atriz mais bem paga de toda a indústria de Hollywood (e que continua bem alto nesta lista). Vários dos seus projetos viram-se adiados durante os últimos anos conturbados na indústria, mas vêem agora luz verde.

Já em produção, destacam-se duas obras futuras com promessa: a primeira delas é “East of Eden”, escrito e realizado por Gary Ross (“Hunger Games”), e protagonizado por Lawrence. Como é fácil adivinhar, este drama de época baseia-se no clássico norte-americano assinado por John Steinbeck e publicado em 1952.

Também já em produção, contamos com outra entrada camaleónica no currículo de Lawrence, que regressa a um género que não toca há muito – o thriller e terror. “Die, My Love” situa-se na França rural e acompanha uma mãe que procura manter a sua sanidade enquanto batalha uma psicose. Mais empolgante ainda, aqui Jennifer Lawrence será guiada pela realizadora Lynne Ramsay (“We Need to Talk About Kevin”), grande especialista nas temáticas da saúde mental e também conhecida pela sua fotografia exímia e enredos chocantes.


PARA ALÉM DE 2023 – PROJETOS EM PRÉ-PRODUÇÃO

Jennifer Lawrence
Crédito editorial: Andrea Raffin / Shutterstock.com

Entramos agora nos projetos de Jennifer Lawrence que aparentemente poderiam ter ficado “na gaveta”,  por já terem sido confirmados há largos anos, mas que ainda irão ver a luz do dia. Um deles é o antecipado novo filme do realizador italiano Paolo Sorrentino (“A Juventude”, “The Young Pope”). O filme chama-se “Mob Girl” e narra a história de uma mãe Nova-Iorquina que se torna informadora do FBI infiltrada na máfia. A narrativa baseia-se numa história vencedora de um Pulitzer. Aqui, será também a produtora da história, algo bastante recorrente nos papéis mais recentes da atriz que procura cada vez mais afirmar a sua maturidade e controlo criativo.

Por último, e também bastante promissor é “Burial Rites”, um filme que protagonizará, assinado por Luca Guadagnino (“Chama-me Pelo Teu Nome”). Jennifer será também produtora deste filme, confirmando uma aparente nova tendência na sua carreira, como mencionámos.

Burial Rites” narra a impactante história dramática de época de uma mulher acusada de homicídio na Islândia do século XIX e que corre o risco de ser a última mulher a ser publicamente executada neste país. Além disso, o enredo contempla ainda um romance trágico situado no verão islandês.

Por aí, qual o vosso papel favorito de Jennifer Lawrence? Aquele que mais vos marcou!

Lê Também:   Jennifer Lawrence e as suas 7 personagens mais marcantes

Nota: Artigo originalmente publicado a 15 de agosto de 2019, por ocasião do 29º aniversário de Jennifer Lawrence e atualizado a 30 de maio de 2023. 



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