Estes são os 10 melhores filmes sobre a saúde mental
Para celebrar o Dia Internacional da Saúde Mental, a Magazine.HD preparou uma galeria com dez filmes que abordam esta importante temática.
Além dos cuidados físicos, o ser-humano deveria ter uma maior atenção à sua saúde mental, procurando alcançar um bem estar psicológico e uma estabilidade emocional importantes para uma vida com qualidade. Infelizmente, muitas vezes a saúde mental é pouco considerada e acaba por ser descurada, o que pode originar graves problemas psicológicos. É verdade que muitas doenças do foro mental surgem de forma hereditária ou através de alterações na condição cerebral, mas, em alguns casos, os problemas podem ser tratados quando devidamente acompanhados por um profissional da área.
Mas o descuido com a nossa saúde mental não é algo novo, e muito se deve ao nosso passado. Até há bem pouco tempo, quem sofria de problemas mentais era considerado um louco e, muitas vezes, os tratamentos para estas perturbações eram desumanos ao ponto de limitarem a condição física do paciente.
Muitas vezes, as doenças mentais originam pensamentos autodestrutivos, o que diminui a autoestima de quem sofre com estes problemas. A atriz Mirita Casimiro, a escritora Virgínia Wolf, o pintor Van Gogh e o escritor Antero de Quental são alguns exemplos de personalidades que sofriam de transtornos psicológicos e, devido à falta de procura por um acompanhamento, acabaram por cometer suicídio, sentindo-se incapazes de ver uma solução para a obscuridade do seu mundo.
No entanto, o mundo está em mudança e, cada vez mais, começa a haver uma maior consciencialização para a importância de cuidarmos da nossa saúde mental. Os problemas psicológicos são uma limitação que pode ser tratada e não é, de todo, uma loucura! Se sentires que necessitas de apoio emocional, ou se conheces alguém que esteja a atravessar um período mais negro, não hesites em contactar a Linha SOS Amiga através do 213 544 545.
VOANDO SOBRE UM NINHO DE CUCOS
Psiquiatria é o ramo da medicina que ajuda a diagnosticar e a tratar doenças do foro psicológico. Muitas vezes, os doentes com problemas mentais têm de ser internados em centros psiquiátricos por apresentarem perigo para os que os rodeiam e para si próprios. Nestes espaços, as pessoas diagnosticadas com problemas mentais têm um acompanhamento diário e são tratadas através de medicamentos e psicoterapias que as ajudam a lidar com as limitações da doença. Infelizmente, antigamente as psiquiatrias recorriam a métodos desumanos para tratarem os doentes mentais, impingindo-lhes terapias de choque e outros processos que pioravam a condição da pessoa diagnosticada.
Um excelente filme que exemplifica, de forma clara, os centros psiquiátricos de antigamente é “Voando Sobre um Ninho de Cucos“, de Miloš Forman. Com Jack Nicholson no papel principal, o ator dá vida a um homem que é sentenciado a cumprir trabalhos forçados após ter relações sexuais com uma menor. Numa tentativa de escapar à sua sentença, o homem alega ter problemas mentais para ser internado numa ala psiquiátrica. Lá, o homem conhece pacientes que sofrem de verdadeiras patologias do foro psicológico e é apresentado à enfermeira principal que tende a ser violenta com os pacientes, num local em que a terapia de choques é usada para tratamento de doenças mentais.
“Voando Sobre um Ninho de Cucos” conta com um elenco de luxo que inclui nomes como Jack Nicholson, Louise Fletcher, Christopher Lloyd e Danny DeVito. A longa-metragem esteve nomeada a nove Prémios da Academia, vencendo cinco, entre eles o Óscar de Melhor Filme.
CAKE (2014)
Dados revelam que a depressão é uma das doenças mentais que mais afeta a população mundial, tratando-se de uma patologia grave que passa, muitas vezes, despercebida. Por norma, quem passa por este tipo de situações não procura ajuda, apesar de haver tratamento para a depressão através de um acompanhamento psicológico. Trata-se de uma perturbação do humor, que deixa os doentes com uma visão negativa do mundo, sentindo-se com uma tristeza e insegurança persistentes. Em algumas situações, a depressão pode mesmo originar pensamentos suicidas, para além de afetar, de forma significativa, o dia-a-dia e as atividades laborais do doente.
Após sobreviver a um acidente de carro que tirou a vida ao próprio filho, Claire (interpretada por Jennifer Aniston) entra numa depressão profunda que se mistura com as dores crónicas que advém do acontecimento. A doença dá lugar a pensamentos suicidas e, numa tentativa de fugir à dor, Claire acaba por se refugiar nos comprimidos. A advogada acaba por entrar numa espiral que a afasta da vida social e deteriora a sua condição mental.
O drama protagonizado por Jennifer Aniston recebeu diversas nomeações a importantes prémios da indústria. A longa-metragem mostra, de forma crua, as complicações que podem advir da depressão e alerta para os perigos da doença.
SEM MEDO DE ALCANÇAR AS ESTRELAS (2022)
A Ansiedade é uma emoção experienciada por muitas pessoas, caracterizando-se pela insegurança e grandes momentos de tensão. Trata-se de um problema comum, mas quando a doença progride para um estado mais avançado e grave pode levar à depressão. As pessoas diagnosticadas com Ansiedade sofrem de ataques de pânico e, em alguns casos, fobias que as impedem de estar num ambiente rodeado de outras pessoas. Muitas vezes, os doentes não conseguem identificar a origem do seu problema. Ainda assim, é necessário considerar que os episódios de Ansiedade são um acontecimento normal na vida das pessoas, surgindo em momentos de maior tensão.
“Sem Medo de Alcançar as Estelas” segue a história de Sole, uma jovem que sofre de Ansiedade que lhe provoca alguns ataques de pânico, o que acaba por condicionar o seu quotidiano. Após a morte da melhor amiga, a sua condição agrava-se e o medo toma conta de si. Na longa-metragem, a rapariga esforça-se por enfrentar todos os seus receios e encontrar uma forma de recuperar o controlo da sua vida.
FALA-ME DE UM DIA PERFEITO (2020)
Muitas vezes, quando um paciente está exposto a um acontecimento traumático, desencadeia certas perturbações que podem levar ao aparecimento de ansiedade ou, em alguns casos, ao desenvolvimento de problemas clínicos mais graves. É recorrente um doente traumatizado relembrar-se dos acontecimentos que o traumatizaram, tendo sonhos com o sucedido e um mal estar psicológico que o leva a evitar estímulos que o remetam para a situação. Por norma, a exposição a um evento traumático leva o paciente a culpabilizar-se pelo sucedido e a gerar pensamentos negativos constantes.
Em “Fala-me de um Dia Perfeito“, Elle Fanning interpreta uma jovem que se sente culpabilizada pela morte da irmã, uma vez que sobreviveu ao acidente de carro. O evento traumático deixou-lhe perturbações profundas que a impedem de voltar a entrar dentro de um automóvel e o sentimento de culpa leva-a a querer pôr um fim à sua própria vida. Por sua vez, Justice Smith dá vida a um jovem com uma doença mental não nomeada, mas muito semelhante a uma Perturbação Bipolar. Trata-se de um rapaz solitário que é visto pelos colegas como uma aberração, o que o faz sentir-se, cada vez mais, com uma baixa autoestima que o deixa deprimido constantemente. Os dois jovens acabam por unir forças para lutarem contra os seus problemas mentais, mas a doença do foro psicológico acaba mesmo por levar à morte de um dos dois.
GUIA PARA UM FINAL FELIZ (2013)
A Perturbação Bipolar é uma doença que se caracteriza pela oscilação do humor, indo de períodos de máxima energia e êxtase, a momentos depressivos e de pouca vontade para a realização de atividades. Esta variação do estado de espírito tende a gerar um grande impacto nas emoções e no comportamento das pessoas que sofrem com esta doença. Na maioria dos casos, esta perturbação começa-se a manifestar na adolescência e trata-se, sobretudo, através de fármacos. Ainda assim, a oscilação de humor pode traduzir-se em sintomas gravemente preocupantes, pois pode levar à diminuição da autoestima e, em casos mais graves, ao aparecimento de alucinações.
Em “Guia Para um Final Feliz“, Bradley Cooper passa oito meses numa clínica para se tratar de uma Perturbação Bipolar antes de regressar a casa dos seus pais. Após o seu regresso, a reintegração na vida social torna-se um verdadeiro desafio, principalmente pela oscilação de humor que o transforma numa pessoa violenta de um momento para o outro. Além disso, a personagem de Cooper recusa-se a tomar a medicação que ajuda a controlar o seu comportamento, o que aumenta o seu desespero. Cabe à família e à sua nova paixão ajudar o paciente diagnosticado com Perturbação Bipolar a encontrar uma forma para recuperar a sua qualidade de vida.
A longa-metragem de David O’Russell é um verdadeiro guia para um final feliz para um paciente que sofre de uma doença do foro mental que o impede de desfrutar da sua vida em pleno. O filme ajuda-nos a perceber a importância de um acompanhamento familiar/amigável na recuperação de um doente. Em 2013, “Guia Para um Final Feliz” esteve nomeado para oito Prémios da Academia, mas venceu apenas o Óscar de Melhor Atriz para Jennifer Lawrence.
VIDA INTERROMPIDA (1999)
O Transtorno de Personalidade Limítrofe, também conhecido como borderline, é uma perturbação que se caracteriza por uma instabilidade que se alicia a comportamentos autolesivos e, em situações mais graves, pode levar ao suicídio. Muitas vezes, os pacientes que sofrem desta doença tendem a mutilar-se, a abusar de substâncias e a proceder com ações perigosas para si mesmos e para os outros à sua volta. Nestes casos, o acompanhamento psicológico tem como objetivo ajudar o paciente a controlar a sua impulsividade e a reduzir os comportamentos autodestrutivos.
Winona Ryder é a protagonista de “Vida Interrompida”, uma longa-metragem que acompanha o internamento de uma jovem de dezoito anos após uma tentativa de suicídio. Uma vez na ala psiquiátrica, Susanna é diagnosticada com Transtorno de Personalidade Limítrofe, o que a leva a adotar comportamentos de alto risco. Além disso, a doença provoca na jovem um sentimento de vazio que a leva a ter relações sexuais de risco. Susanna passa a lidar com doentes que sofrem de diferentes patologias e tenta arranjar diferentes maneiras para fugir da ala psiquiátrica. As suas tentativas de fuga fazem com que seja submetida a uma série de eletrochoques, o que não melhora a sua situação.
Além de Winona Ryder, também Angelina Jolie participa no elenco principal deste filme de grande sucesso, tendo vencido uma nomeação ao Óscar de Melhor Atriz Secundária, entre muitos outros prémios.
UMA MENTE BRILHANTE (2001)
A esquizofrenia é uma doença do foro psicológico que incapacita o doente ao nível do pensamento e do seu comportamento em geral, não havendo ainda uma cura para além do tratamento com medicamentos. Muitas vezes, esta patologia traduz-se na perda da noção da realidade, o que pode originar alucinações e alteração nos movimentos. Além disso, é frequente que a vida social e emocional de um paciente diagnosticado com esquizofrenia sofra alterações significativas. Por norma, a doença tende a manifestar-se entre os vinte e os trinta anos de idade, havendo exceções.
John Forbes Nash (1928-2015) sempre foi um jovem recatado que se fechava no quarto a fazer experiências científicas isolado do mundo, mantendo poucos relacionamentos a nível social. Aos trinta anos de idade, começou a apresentar os primeiros sintomas de esquizofrenia e, em pouco tempo, o seu comportamento começou-se a alterar à medida que conjurava diversas teorias da conspiração. Com o passar do tempo, o jovem matemático foi internado em diversos hospitais psiquiátricos que o submeteram a tratamentos de eletrochoques numa tentativa de o curar. Ainda assim, Nash não se deixou dominar pela doença e investiu todo o seu conhecimento no panorama científico, revelando possuir uma mente genial que o guiou ao Nobel das Ciências, em 1994.
A luta de John Forbes contra a doença é retratada no filme “Uma Mente Brilhante“, de Ron Howard. A longa-metragem mostra um introvertido rapaz que se transforma numa das mentes mais brilhantes do século XX, ao mesmo tempo que vê o seu psicológico ser afetado pela esquizofrenia que o impede de ver a realidade das coisas. Com Russell Crowe no papel principal, o filme venceu quatro das oito nomeações aos Óscares, entre eles o de Melhor Filme.
O AVIADOR (2004)
A Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) caracteriza-se pela repetição compulsiva de comportamentos e rituais ao longo do dia. A ansiedade causada pela doença afeta as atividades da vida diárias das pessoas diagnosticadas com esta doença, interferindo no seu trabalho e relações. Geralmente, a estes comportamentos estão também associados pensamentos fixos que levam o doente a sentir-se sujo ou contaminado, podendo ainda sentir um desconforto pela imperfeição ou desequilíbrio das coisas. Muitas vezes, um acompanhamento psicológico ajuda a reduzir os efeitos da doença, ajudando a pessoa diagnosticada a ter uma melhor qualidade de vida.
A mãe de Howard Hughes sofria de germofobia (o medo patológico de germes), o que a levou a isolar o filho do mundo exterior, passando-lhe uma perceção errada da realidade. Dado o seu passado, Howard acabou adquirir uma fobia semelhante à da progenitora, o que o levou a isolar a esposa ao máximo em casa. Paralelamente, o norte-americano começou a desenvolver uma enorme paixão pela aviação, mas a instabilidade começou a surgir quando a sua germofobia se começou a intensificar, levando-o a um esgotamento nervoso.
Com Leonardo DiCaprio no papel principal, “O Aviador” mostra o percurso de Howard Hughes enquanto aviador e produtor de cinema, ao mesmo tempo que travava uma luta contra a Perturbação Obsessivo-Compulsiva que herdara da mãe. A longa-metragem acabou por receber onze nomeações ao Óscar, incluindo o de Melhor Filme, tendo vencido cinco estatuetas.
ADAM (2009)
Dentro do Espectro do Autismo, existem várias doenças que se manifestam com maior ou menor intensidade. Uma delas é a Síndrome de Asperger, um tipo de autismo com menor expressão que causa o isolamento social com grandes desafios a nível da comunicação e da expressão dos seus próprios sentimentos, mas sem grandes alterações a nível da linguagem. Muitas das pessoas diagnosticadas com esta doença tendem a ter um nível cognitivo acima da média. O nome da doença deriva de Hans Asperger, um psiquiatra austríaco que diagnosticou em si próprio sinais da síndrome à qual dá nome.
Ao ouvir na rádio a história de um homem que sofria da Síndrome de Asperger, Max Mayer inspirou-se para escrever o argumento de “Adam“, um filme centrado na temática. Na longa-metragem, Hugh Dancy dá vida a Adam Raki, um jovem adulto que sofre de Autismo e que vê a sua vida mudar após o falecimento do pai. Ao tentar lutar pela sua independência, os desafios criados pela doença e a sua dificuldade em comunicar leva-o a perder o emprego, o que faz com que o jovem se feche cada vez mais no seu mundo onde a exploração espacial parece ser um verdadeiro refúgio. A sua vida muda por completo quando a sua nova vizinha se apaixona pela inocência de Adam.
A longa-metragem de Max Mayer ensina-nos a olhar para o Autismo de maneira diferente e a saber apreciar as qualidades dos pacientes diagnosticados com Síndrome de Asperger. Muito mais do que uma história romântica, “Adam” é uma verdadeira enciclopédia sobre a doença, podendo nos ajudar a lidar com este tipo de Autismo.
O MÍNIMO PARA VIVER (2017)
Denomina-se Anorexia Nervosa o transtorno alimentar que origina uma distorção da imagem que temos do nosso próprio corpo, gerando um medo persistente da obesidade. Consequentemente, a pessoa que sofre com esta doença procura reduzir o seu peso, recorrendo a dietas restritas e, muitas vezes, ao jejum. A baixa autoestima conjugada com uma fraca energia corporal tende a levar a um forte impacto físico, levando também ao isolamento social e a um aumento do nível de ansiedade. Quem sofre deste tipo de transtorno deve receber um acompanhamento psicológico e de nutrição, que ajudarão a recuperar o peso e a ter uma perceção mais correta da imagem corporal.
Em “O Mínimo para Viver“, Lily Collins dá vida a uma personagem que sofre de anorexia. A juntar ao seu problema, a jovem sente-se abandonada pela mãe que a obriga a ir viver com o progenitor, um homem desligado que pouco se importa com a condição da filha. Aos poucos, a personagem de Collins vai recusando, cada vez mais, comer em público e começa a deixar de se alimentar por se achar gorda. Quando a jovem é internada numa clínica que pretende ajudá-la com o seu problema, ela recusa-se a admitir estar doente e só com a ajuda de um novo amigo consegue perceber a gravidade da sua situação.
Já conhecias estes filmes sobre Saúde Mental? Lembra-te que se estiveres a passar por algum problema podes e deves sempre procurar ajuda! Não estás sozinho(a)!
Mamma Mia, que estagio é esse, essas obras são mesticulosas, quem assistir e ter esses sintomas pode se cuidar vendo o efeito da nossa mente estragada, porque o ser humano pode adquirir essas doenças sem serem herditárias, com certeza vou assistir, pra ver se me enquadro nesse quadro de esquisofremia.