Assassin’s Creed IV: Black Flag (PS3) | Análise
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“Assassin’s Creed” é um dos grandes nomes desta geração tendo já habituado os seus fãs a pelo menos um jogo por ano. Lançar um jogo a cada ano não é fácil e, em algumas ocasiões, mata a saga. “AC” sempre se manteve fiel ao seu estilo e foi aprofundando a história, mantendo o seu número de fãs bem constante. No entanto notou-se nos últimos anos uma quebra na inovação e muitos olharam para este jogo como algo que poderia deixar a saga à deriva.
Posto isto temos de dizer que “Assassin’s Creed IV” é uma das grandes surpresas do ano! Em primeiro lugar devemos destacar os cenários. Graficamente “ACIV” é fabuloso, principalmente pela sua diversidade e enormidade. As ilhas estão fantásticas, cheias de pormenores e vida, cor e excelentes efeitos de luz/sombra. a juntar a isto está a sensação de liberdade que tais cenários nos dão e que aumentam ainda mais quando começamos a navegar. com tais ambientes, “ACIV” pede para ser explorado e as 50 horas de jogo que poderão levar a acabar a campanha, não chegarão para descobrir tudo o que este blu-ray vos pode oferecer. Ilhas, tesouros, túmulos, grutas. Há muito para se descobrir ou simplesmente para ver. Pôr do luz, constelações, baleias a saltar ao lado do nosso barco. Tudo é feito para nos dar a sensação de que sempre haverá algo apra fazer ou simplesmente contemplar. Para finalizar em termos gráficos, é ainda notório o trabalho para produzir bons efeitos nas águas que navegamos, e se as horas que iremos passar a comandar o nosso barco já são uma experiência única, com estes efeitos de água torna-se tudo ainda melhor.
Ao contrário do anterior jogo, criticado por demorar muito a começar a “aquecer”, agora demoramos poucos minutos até entrarmos numa poderosa batalha naval onde “ACIV” mostra imediatamente que não está aqui para ser apenas mais um jogo. aliás, todo o enredo é uma mistura entre momentos mais parados, onde podemos explorar ou conhecer melhor algumas personagens, e momentos frenéticos onde as batalhas enchem o ecrã e o som da nossa sala.
No entanto o enredo pode chocar com algumas expectativas. Este é, de longe, o enredo que mais tempo se mantém afastado da eterna luta que existe nesta saga entre Assassinos e Templários. O que vemos aqui, e que encaixa perfeitamente com a história de “ACIII”, é a humanização de algumas personagens, principalmente do nosso personagem principal que se afasta das personagens Altair e Ezio que levavam a sua missão ao ponto de sacrificarem toda uma vida. Este enredo é o primeiro que apresenta um personagem com dúvidas, com ideia próprias, e por isso, menos disposto ao que uma vida de sacrifício pode levar. Esta, quase palpável, luta interior, pode deixar alguns fãs a pensar estarmos perante um enredo inferior, pois as conspirações passam para segundo plano, mas a verdade é que estamos perante um enredo profundo e que poderá oferecer, no futuro, a rampa de lançamento para algo mais profundo e menos mecânico, onde o nosso personagem não parece limitar-se a executar missões consecutivas.
No geral, temos uma história que questiona certos sacrifícios, de forma indireta, como a juventude perdida e sonhadora ou dedicarmos toda uma vida a algo que mesmo sendo maior do que nós, poderá não ser o suficiente para desperdiçarmos o que temos. Este é, indiretamente, a noção que a Ubisoft tenta introduzir neste jogo. O preço a pagar são as quebras de ritmo, sendo possível que se torne aborrecido para quem queira passar novamente à ação.
Em termos de jogabilidade não há nada de novo em relação ao que estamos habituados, sendo, no entanto, necessário referir que toda a jogabilidade oferecida quando estamos a navegar está muito bem conseguida. Claro que quando estamos a explorar com o nosso personagem, continuam a aparecer os erros dos jogos anteriores, como de repente estarmos a saltar para onde não queremos, ou a escalar algo que apenas nos atrapalha, principalmente numa fuga, mas tudo isto é o preço a pagar por um jogo enorme onde podemos interagir com tantos objetos.
Em termos sonoros tudo está muito bom, desde as vozes, passando pela banda sonora e pelos efeitos, que neste jogo ganham uma maior importância quando é preciso criar o ambiente de uma poderosa batalha naval. De referir ainda um multiplayer interessante, capaz de nos prender durante muito tempo, divertido, com ideias que serão importantes para o futuro, mas que não consegue fazer sombra à experiência single player, realmente fantástica.
Por fim devemos realçar as missões fora do Animus, que na maioria dos jogos da saga traziam muito pouco de inovador e algumas vezes nem eram interessantes. Neste caso muda de figura, com a conspiração a tornar-se mais vincada quando fora da máquina e criando missões interessantes e que devem ser jogadas, nem que seja para invadir uns mails e descobrir detalhes interessantes.
Com um dos melhores mundos criados este ano num jogo, “ACIV” é uma verdadeira surpresa, irá prender-vos por muito tempo e deixar-vos bastante satisfeitos com batalhas navais épicas a juntar a tudo o que “AC” sempre nos deu. É caso para dizer que quando a saga parecia perder fulgar, “Black Flag” aparece e deixa a noção que a próxima geração também poderá ficar marcada por esta série. “ACIV” dá o salto qualitativo que “ACII” ofereceu à série e o futuro é mais risinho.
É verdade que não é perfeito nem tem o final marcante que “ACII” proporcionou e é também o enredo que mais se afasta da saga, mas é um grande jogo, e um dos melhores do ano!
Pontos fortes:
- Graficamente fantástico, vasto, cheio de cores, luzes e vida
- O enredo torna-se menos conspiração e mais humano
- Brutais batalhas navais
- Muito para se fazer. Preparem-se para muitas horas de jogo!
- Aquele momento em que estamos a navegar e uma baleia aparece ao lado do nosso barco
Pontos fracos:
- O enredo mais humano e profundo abranda o ritmo da narrativa
LP
Ótima análise. Tais mudanças temáticas são muito bem-vindas na série, de certo que irei jogá-lo.
Muito boa essa analise