Óscares 2025: Estes 10 grandes filmes ficaram de fora das nomeações
“Challengers”, “Babygirl” e “Megalopolis” são alguns dos grandes filmes do ano passado que não receberam qualquer nomeação para os Óscares de 2025.
O que têm em comum estes dez filmes? Para já, são todos dignos de mérito, discussão e atenção. Em segundo lugar, foram todos completamente ignorados pela Academia nas nomeações para os Óscares de 2025. Grandes filmes como “The Brutalist” e “The Substance” foram altamente reconhecidos entre as nomeações. No entanto, estes dez filmes que destacamos em baixo ficaram por terra, apesar de terem sido todos elegíveis para nomeação nesta edição dos Óscares. Alguns foram surpreendentemente postos de parte, outros nem por isso, mas ainda assim merecem ser mais vistos e celebrados.
Challengers
“Challengers” de Luca Guadagnino mergulha no mundo do ténis, utilizando o desporto como pano de fundo para explorar dinâmicas emocionais e sexuais complexas entre as suas personagens. Com uma fotografia deslumbrante e um design sonoro que captura a intensidade de cada partida, o filme conta com Zendaya, numa das suas performances mais bem conseguidas. A história entrelaça-se pelo tempo, revelando relações complicadas entre os protagonistas e formando um empolgante triângulo amoroso. Apesar de uma narrativa entusiasmante e divertida, performances carismáticas (não só de Zendaya, mas também de Mike Faist e Josh O’Connor), e sequências visualmente impressionantes, “Challengers” não conseguiu nomeações nos Óscares de 2025, mas continua a ser um testemunho da visão particular de Luca Guadagnino. Teria sido de esperar pelo menos uma nomeação para a banda sonora pulsante e viciante de Trent Reznor e Atticus Ross, mas nem isso foi suficiente para capturar a atenção da Academia.
The Beast
“The Beast“, de Bertrand Bonello, funde romance, ficção científica, absurdismo e até terror numa história de amor que atravessa diferentes épocas históricas. Léa Seydoux e George MacKay brilham em papéis que desafiam expetativas várias vezes ao longo do filme. “The Beast” foi ignorado pelos Óscares, apesar da sua profundidade e inovação, mas quem o viu sabe que é difícil não se sentir enfeitiçado e assombrado pelo mesmo.
Megalopolis
“Megalopolis” é o projeto de sonho de Francis Ford Coppola. É um épico futurista que reflete sobre poder e o conceito de utopia. Este filme ousado, extravagante e experimental não cativou a Academia e dividiu públicos com o seu sentido de humor bizarro. No entanto, pelo menos aspetos mais consensuais do filme, como a sua direção de arte e guarda-roupa, poderiam ter sido reconhecidos pela Academia.
Bird
A realizadora britânica Andrea Arnold (“Big Little Lies”, “American Honey”) volta com “Bird“. O filme, com o seu realismo palpável, toques de magia, e banda sonora instantaneamente icónica (misturando Coldplay e Fontaines D.C), não foi nomeado para nenhum Óscar, mas destaca-se pela sua narrativa tocante e desempenhos excelentes, especialmente de Barry Keoghan e Franz Rogowski.
Kneecap
“Kneecap” de Rich Peppiatt traz o espírito vibrante de um trio de rap irlandês para o grande ecrã com humor e profundidade cultural. O filme não só entretem com uma representação energética da ascensão da banda, mas também mergulha em questões de identidade, língua (o filme é quase todo falado em língua irlandesa, ao invés de inglês) e resistência política na Irlanda. A sua mistura de comédia com um olhar sério sobre questões culturais e políticas é ao mesmo tempo envolvente e esclarecedora. Embora não tenha captado a atenção da Academia, “Kneecap” destaca-se pela sua originalidade e pela forma como captura o zeitgeist da cultura jovem na Irlanda. É uma das biopics que mais se destacam nos últimos tempos, especialmente porque os populares músicos irlandeses se interpretam a si mesmos.
Evil Does Not Exist
“Evil Does Not Exist“, do grande realizador japonês Ryûsuke Hamaguchi, é um filme contemplativo sobre uma aldeia japonesa que se vê ameaçada por um projeto de glamping. A sua narrativa subtil não chamou a atenção dos Óscares, mas oferece uma reflexão assombrosa sobre ética ambiental e comunidade. O realizador já venceu nos Óscares no passado com “Drive My Car”, mas este novo filme merecia um pouco mais atenção por parte da Academia. A banda sonora lindíssima de Eiko Ishibashi é especialmente difícil de negar.
Janet Planet
Apesar do seu sucesso com a crítica, “Janet Planet”, a estreia na realização de cinema da dramaturga Annie Baker, distribuída pela A24, não fez parte das nomeações para os Óscares. Tem sido aclamado pela sua autenticidade, sentido de humor e ressonância emocional ao retratar uma relação entre uma mãe e a sua filha de 11 anos numa comunidade rural no estado de Massachussets.
I Saw The TV Glow
“I Saw the TV Glow” realizado por Jane Schoenbrun, é um filme surreal e atmosférico sobre dois adolescentes obcecados por um misterioso programa de televisão. O filme desfoca a linha entre realidade e fantasia, explorando temas como identidade e escapismo. O seu estilo visual único e a sua profundidade emocional não lhe valeram nomeações para os Óscares, mas ressoou com o público pela sua originalidade e pela forma como capta o isolamento de jovens queer, ganhando cada vez mais uma apreciação de culto. Um destaque especial deve ser dado à sua fotografia, efeitos especiais e banda sonora hipnotizante, com músicas originais de nomes acarinhados por muitos, como Caroline Polachek e Phoebe Bridgers.
Babygirl
“Babygirl” de Halina Reijn é uma provocação sobre a dinâmicas de poder, sexo e ambição num ambiente corporativo, com Nicole Kidman a interpretar uma CEO numa relação complexa com um estagiário muito mais novo (Harris Dickinson). A narrativa ousada do filme e a exploração de temas tabu, combinada com desempenhos fortes, tornam-no num filme que desafia narrativas convencionais. Apesar da sua ousadia, não foi reconhecido pelos Óscares. Teria sido de esperar uma nomeação para Kidman para Melhor Atriz, mas tal não aconteceu.
The Room Next Door
É surpreendente que “The Room Next Door” de Pedro Almodóvar não tenha sido nomeado para nada. É o primeiro filme totalmente falado em inglês do realizador espanhol e é dotado de grandes interpretações de Tilda Swinton e Julianne Moore, duas atrizes amadas por Hollywood. Tocante, sofisticado e provocador no que toca a questões como a eutanásia e alterações climáticas, esta teria sido uma adição perfeita a várias categorias, especialmente pelas interpretações das atrizes, e foi também um dos argumentos mais complexos e intrigantes do último ano.
Se ainda não viste estes grandes filmes, ficam as recomendações! O que achaste das nomeações para os Óscares de 2025?