Cinema na Esplanada na Cinemateca Portuguesa
Durante todo o mês de julho há cinema ao ar livre na Cinemateca Portuguesa com o ciclo “Cinema na Esplanada”.
A Esplanada da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema torna-se durante este mês de julho um espaço dedicado ao cinema ao ar livre, garantindo uma forma única e exclusiva de ver e pensar cinema nos calores das noites de sexta-feira e de sábado. Esta é a proposta do instituto que procura para este mês de julho aproximar o público das comédias clássicas.
Este mês propõe-se uma (re)vista à comédia americana – uma escolha de sete filmes de quatro realizadores incontornáveis, mestres absolutos na difícil arte da comédia: Howard Hawks, Leo McCarey, George Cukor e Frank Capra (que, por imperativos de programação estará representado apenas com um filme). Um dos critérios para esta escolha foi o fator tempo: pelo menos há dois anos que nenhum dos filmes era exibido nesta casa. O programa é também uma homenagem a dois grandes atores do género (e não só): Cary Grant e Katharine Hepburn, protagonistas de quatro e três filmes, respetivamente.
Dos filmes exibidos “Bringing Up Baby” e “Man’s Favorite Sport?” deram início ao ciclo na passada sexta e no passado sábado, respectivamente. Para manter a dimensão clássica da projeção as cópias são todas elas em 35mm.
Habitualmente e para o ciclo, a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema associa-se ao Festival DocLisboa. Na sessão de dia 27 são exibidos “Agarrando Pueblo”, de Luis Ospina e Carlos Mayolo, e “A Flood in Baath Country”, realizado por Omar Amiralay, que antecipam as retropetivas da edição do festival deste ano. A primeira será dedicada a Luis Ospina, cineasta colombiano e uma das figuras mais importantes da história recente do cinema latino-americano. A segunda direciona-se à multiplicidade de cinematografias da região do Eufrates, rio que atravessa a Arménia, a Síria ou o Iraque.
“Duas Feras” 6-7-22h30
Uma das comédias mais geniais de toda a história do cinema, “Bringing Up Baby” poderia suscitar volumes de análise, de tal maneira há sentidos escondidos por detrás das aparências. Entre o osso que falta a um dinossauro e um par de leopardos, entre uma rica herdeira e um professor aluado, o filme é uma sucessão de armadilhas e de situações burlescas. Simplesmente irresistível.
“O Desporto Favorito dos Homens”, 7-7-22h30
A última comédia de Hawks, prodigiosa incursão na guerra dos sexos, onde a mulher tem o papel ativo. Em “Man’s Favorite Sport?” é Paula Prentiss, herdeira do estilo azougado de Carole Lombard, que conduz o jogo de sedução e conquista de um vendedor de artigos de pesca e autor de um “best-seller” do género, Rock Hudson. Mestre na teoria, é um desastre na prática. Na pesca e nos jogos do amor.
“Lua Sem Mel”, 13-7-22h30
“Once Upon a Honeymoon” é uma comédia dramática ambientada durante a Segunda Guerra Mundial, com Cary Grant na pele de um jornalista que procura desmascarar um agente nazi durante a sua falsa lua de mel (McCarey mostra a viagem de núpcias em paralelo com o avanço dos nazis pela Europa), conquistando a mulher deste (Ginger Rogers, naturalmente) para o seu campo.
“O Extravagante Sr. Ruggles, ou O Último Escravo”, 14-7-22h30
Obra-prima de Leo McCarey e uma das mais carismáticas interpretações de Charles Laughton, no papel de um típico mordomo britânico, “ganho” ao póquer por um americano novo-rico que vem “descobrir” a Europa. Levado para o Oeste, o Sr. Ruggles vai conquistar a liberdade, a igualdade e o respeito de todos, numa das mais inventivas comédias americanas dos anos trinta.
“A Costela de Adão”, 20-7-22h30
O segundo filme do trio Cukor-Tracy-Hepburn é uma das mais famosas comédias do realizador. O argumento de Garson Kanin e Ruth Gordon tem por tema uma verdadeira “guerra de sexos” em que se envolvem dois casais. Tracy e Hepburn vão enfrentar-se na barra do tribunal à volta do julgamento de uma mulher acusada de ter baleado o marido, que surpreendera com outra.
“Sylvia Scarlett”, 21-7-22h30
Foi o fracasso deste filme que fez com que Katharine Hepburn fosse denominada “veneno de bilheteira” pelos produtores. O público ficou desorientado diante de um filme em que ela passa quase todo o tempo a fazer-se passar por um rapaz. A ambiguidade da relação deste “rapaz” com o protagonista masculino, Cary Grant na primeira parceria com a atriz, num misto de atração e irritação, dá ao filme um segundo sentido, muito mais gritante do que o das comédias sofisticadas sobre a “guerra dos sexos”.
“O Mundo é um Manicómio”, 28-7-22h30
Com ARSENIC AND OLD LACE, Capra interrompeu a sua série de filmes “sociais” para voltar ao burlesco puro. Cary Grant e Priscilla Lane são recém-casados e visitam as tias, ignorando que as “simpáticas” velhinhas se entretêm a envenenar velhos solteirões que enterram na cave. A isto, junta-se um tio que julga ser o presidente Theodore Roosevelt e a visita inesperada de um parente fugido da cadeia e seu cúmplice, para a loucura ser total.