Criador de Succession regressa à Max com sátira surpreendente com Steve Carell
Jesse Armstrong, o génio por trás de “Succession”, está de volta com um projeto que promete ser tão cortante como um copo de cristal partido.
O seu mais recente filme original para a plataforma Max, estreou o primeiro trailer — e, caro leitor, prepare-se para uma mistura de comédia negra, sátira social e, possivelmente, um desastre de proporções bíblicas. Se “Succession” era sobre tubarões em fatos de cinco mil dólares, este filme parece ser sobre esses mesmos tubarões a descobrir que a água à volta deles está a ferver.
Armstrong volta a criticar os super-ricos depois de Succession
O trailer de “Mountainhead” apresenta-nos quatro homens absurdamente ricos reunidos num luxuoso chalé de montanha. Entre eles está Steve Carell, que troca o otimismo ingénuo de “The Office” pelo cinismo afiado de um magnata que podia ter saído diretamente de “Succession”. O elenco ainda inclui Jason Schwartzman, Cory Michael Smith e Ramy Youssef, este último a fazer o que Armstrong mais gosta: atirar farpas aos colegas. Quando Youssef descreve a plataforma de redes sociais de um deles como “racista e uma porcaria”, a resposta não é um murro, mas uma gargalhada. Afinal, entre estes homens, o dinheiro ainda é a única linguagem que importa.
Mas, claro, isto é Jesse Armstrong — e nada é tão simples como parece. Enquanto os quatro brincam, bebem e discutem trivialidades, o mundo lá fora desmorona-se. Notícias de mercados em colapso, deepfakes incontroláveis e instabilidade política começam inegavelmente a infiltrar-se na bolha dourada deles. E, subitamente, a pergunta deixa de ser “Quem vai ganhar o jogo de poder?” como em “Succession” e passa a ser “Será que algum deles sobrevive?”
Assim, ainda não sabemos se “Mountainhead” será uma sátira pura, um thriller de sobrevivência ou uma metáfora sobre o colapso do capitalismo tardio. Mas uma coisa é certa: Armstrong não está aqui para nos confortar. Está aqui para nos lembrar que, quando os de cima caem, raramente caem sozinhos.
Será isto uma catástrofe disfarçada de comédia?
Como em “Succession”, os melhores desastres começam sempre com alguém a ignorar os avisos. E, neste caso, os avisos estão a chegar em forma de notificações no telemóvel. À medida que o trailer avança, o tom muda de “festa privada” para “fim do mundo”. Assim, Youssef resume-o bem: “A tua plataforma inflamou uma situação volátil, espalhou deepfakes impossíveis de refutar, fraude massiva, instabilidade de mercado.” Enquanto nações discutem, Schwartzman pergunta se vão jogar póquer. A ironia é deliciosa — e assustadoramente plausível.
Há ainda o mistério da chamada do Presidente dos EUA . O que quer ele destes homens? Será um pedido de ajuda ou um aviso? E o que farão os sete outros nomes no elenco que ainda não vimos? Se Armstrong nos ensinou algo em “Succession”, é que ninguém é inocente — e ninguém escapa ileso.
O trailer termina sem revelar demasiado, mas a música de suspense não mente: isto não é só uma crítica social. É um conto de advertência. E, talvez, um espelho. “Mountainhead” chega como um filme que promete inegavelmente ser tão incómodo quanto cativante. Assim,entre diálogos afiados, um elenco brilhante e a promessa de um colapso à la “Succession”, Jesse Armstrong parece estar a preparar-nos outra obra-prima de humor negro.
Trailer | Mountainhead
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