Emmys 2017 | As Escolhas da MHD
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Com a entrega dos Emmys 2017 à porta, a equipa da Magazine.HD reuniu-se para escolher os seus favoritos. Descobre já as escolhas da MHD!
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No próximo domingo, dia 17 de setembro, ficaremos a conhecer os vencedores deste ano dos Emmys 2017. As previsões já começam a circular a Internet. Por isso, decidimos reunir a equipa de televisão da MHD para escolher os seus favoritos à vitória. Nesta votação, os membros votantes não escolheram o nomeado que acreditam que será vencedor. Em vez disso, cada elemento da equipa votou no nomeado que gostava que saísse vencedor. Mesmo que a probabilidade de isso acontecer seja muito reduzida.
Nota: De todas as categorias, apenas uma teve um empate.
Querem conhecer os escolhidos da Magazine.HD?
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Melhor Atriz em Série Limitada ou Telefilme
Nicole Kidman, Big Little Lies
Um luxo. Poucos foram os elencos deste ano televisivo com tanta qualidade e nomes tão conceituados como Big Little Lies da HBO. Reese Whiterspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley e Laura Dern têm entre elas 8 nomeações da Academia e 2 óscares na prateleira da sala (Whiterspoon por Livre e Kidman em As Horas). Em perfeito equilíbrio as quatro confirmaram a recorrente tendência de Jean-Marc Vallée extrair o melhor do talento que a sua lente alcança.
No entanto, na mini-série – produto viciante e exemplar na condução de um mistério – Nicole Kidman roubou todas as atenções ao encontrar e construir uma personagem como não tinha há muito. Ao vermos a sua Celeste Wright vimos uma mulher no limite, incapaz de segurar o sorriso forçado na fotografia de uma família aparentemente perfeita. Muito do poder de Big Little Lies reside na dinâmica de Nicole Kidman e Alexander Skarsgård, uma relação doentia, intensa e violenta, interpretada com sensibilidade e entrega pela dupla.
O melhor de Nicole Kidman está nas cenas com Skarsgård. Mas também nos incríveis desabafos (a três, e a duas) com a terapeuta. O beijo transforma-se em raiva. A violência mascara-se de erotismo. O pedido de desculpas repetido é aceite porque desta é que é a última vez. Nicole Kidman é uma escolha indiscutível para a MHD nesta categoria. Numa personagem que encontrou a coragem para pensar em si, e para dizer não.
Miguel Pontares
Melhor Actor em Série Limitada ou Telefilme
Ewan McGregor, Fargo
Para a categoria de Melhor Ator em Série Limitada ou Telefilme, a concorrência é feroz e as dúvidas são muitas. A Academia parece ter uma preferência por presentear estrelas de cinema pelos seus esforços no mundo da televisão, e Robert De Niro (The Wizard of Lies) no papel de Bernie Madoff não deixou ninguém desiludido. Riz Ahmed (The Night Of) é dos favoritos ao troféu, e qualquer um destes vencedores deixaria o prémio, mais uma vez, na HBO, que não precisa só de Game of Thrones para mostrar a sua qualidade.
E não nos podemos esquecer de Benedict Cumberbatch (Sherlock), que já levou anteriormente para casa o troféu de surpresa. Mas os dois papéis interpretados por Ewan McGregor mereceriam até duas nomeações, tal é a exigência que algo assim coloca sobre um ator que, apesar de já todos reconhecerem o seu talento, mostra que sabe também dar frutos na televisão.
Podemos então reconhecer pelo menos o mérito do ator escocês que, caso não vença, saberá que o prémio irá para alguém cujo trabalho foi também de excelente qualidade. Não invejamos quem tem de tomar essa decisão…
Ana Rodrigues
Melhor Série Limitada ou Telefilme
Big Little Lies
Partindo para a votação desta categoria, a equipa da Magazine.HD não teve dúvidas. O resultado foi praticamente unânime. Quem merece levar o Emmy de Melhor Série Limitada para casa é Big Little Lies. Ainda antes da estreia, a série da HBO já deixava os amantes das séries bastante curiosos. Uma das principais razões para isso era o elenco que a série reunia. Big Little Lies juntou algumas das caras mais conhecidas do mundo do cinema. Como as atrizes Nicole Kidman, Reese Witherspoon, Shailene Woodley ou Laura Dern. Para além de fazerem parte do elenco, Kidman e Witherspoon foram igualmente as produtoras da série. Na realização dos sete episódios, encontrávamos Jean-Marc Vallée, que trabalhou com a atriz Reese Witherspoon no filme Livre, e foi realizador de filmes como O Clube de Dallas.
Assim que Big Little Lies estreou, tornou-se num sucesso imediato. E não era para menos. Para além de performances fenomenais por parte do elenco principal, e que irá valer um Emmy para uma das atrizes, a série apresentava uma história focada num grupo de mulheres e nas suas vidas, enquanto aguçava a nossa curiosidade com um mistério que só seria desvendado no último episódio.
Mas o grande mérito da série está na forma como decide explorar as figuras femininas da história. Inicialmente, a maioria parece ser um conjunto de clichés. No entanto, conforme a narrativa avança, ficamos a conhecer de uma forma mais íntima a realidade de cada uma daquelas mulheres. Vemos as fragilidades e obstáculos que cada uma daquelas mulheres tem de enfrentar, seja a discriminação social ou no trabalho, até à violência doméstica ou sexual. Contudo, a série não vitimiza estas personagens. Pelo contrário. Big Little Lies mostra como estas mulheres, mesmo nos seus momentos mais vulneráveis, conseguem ser fortes e resolver os seus problemas sozinhas.
Filipa Machado
Melhor Atriz numa Série de Comédia
Allison Janney, Mom
“Não é fácil admitir isto, mas eu menti-vos. E muito. Mesmo sobre coisas que eu não precisava. E não tenho orgulho nisso. Quero dizer, estou orgulhosa de quão bem construídas foram as mentiras, porque, tu sabes, fazer alguma coisa bem tem de ser recompensada”, Bonnie Plunket (Allison Janney), Mom
Ao final de três nomeações e duas vitórias na categoria de Melhor Atriz Secundária pela série Mom, este ano Allison Janney está na corrida na categoria principal.
Nas últimas temporadas assistimos a uma mudança na produção da CBS no que diz respeito à parceria entre Anna Faris e Allison Janney. A série tinha como objetivo acompanhar a vida de Christy (Faris). Porém Bonnie (Janney), a sua mãe, sempre foi o elemento-chave de sucesso de Mom. É ela a responsável pela maioria dos diálogos de comédia, com o seu humor negro e ironia. E desde que Christy e Bonnie começaram a partilhar casa e Janney teve direito a mais tempo no ar, ficou percetível que a série não tem apenas uma protagonista, mas duas.
A produção televisiva já conta com quatro temporadas e durante este período foi sempre Janney a ser nomeada aos Emmys. E com justiça. A atriz consegue dar vida à complexidade de Bonnie: consegue tornar a personagem passivo-agressiva em humana mesmo quando critica e goza com as suas amigas e, principalmente, nos momentos de maior tensão – como, por exemplo, o monólogo na campa da sua mãe.
Esta é a quarta nomeação de Allison Janney pela série Mom. E ao que tudo indica poderá ser a primeira vitória na categoria de Melhor Atriz.
Catarina Fernandes
Ellie Kemper, Unbreakable Kimmy Schmidt
De todas as categorias, esta será aquela que menos surpresas trará. Nos últimos cinco anos, quem tem levado esta estatueta para casa é a atriz Julia Louis-Dreyfus, pelo seu desempenho em Veep. E teve sempre o seu mérito. No entanto, seria agradável termos uma quebra nesta rotina. Principalmente porque existem outras atrizes igualmente talentosas que para além de merecerem as nomeações, também merecem ganhar os prémios.
Ellie Kemper, de Unbreakable Kimmy Schmidt, é uma das nomeadas deste ano, e é a segunda vez consecutiva que vemos a atriz na corrida ao Emmy de Melhor Atriz de Comédia. A probabilidade de sair vencedora é um pouco reduzida. Até porque a concorrência é bastante forte. Temos consciência disso. Contudo, é impossível não destacarmos o desempenho da atriz no papel de Kimmy Schmidt. Kemper é a peça central da série que liga os restantes elementos da história. Ela dá vida a Kimmy de uma forma hilariante mas genuína. E faz-nos acreditar na ingenuidade e inocência da personagem com uma grande facilidade, assim como no seu lado mais infantil e tonto. Quem sabe se não é na segunda tentativa que o Emmy vai parar às mãos de Kemper.
Filipa Machado
Julia Louis-Dreyfus, Veep
Titular indiscutível. Desde 1992 até hoje, os Emmy têm quase sempre uma cadeirinha reservada para a nomeada Julia Louis-Dreyfus. Foram sete nomeações por Seinfeld. Cinco nomeações por The New Adventures of Old Christine. E esta é já a sexta nomeação pela sátira política Veep. Num intervalo de 25 anos, a actriz que para muitos ainda é Elaine mas que tem conseguido fazer de Selina Meyer um ícone do humor, só não foi nomeada entre 1999 e 2005 e em 2011. Por vezes é “chato” ver a mesma pessoa a subir ao palco anos a fio, mas a justiça impera e Louis-Dreyfus é um monumento da comédia em Veep. Nunca desilude, nunca baixa o nível. Já são 5 vitórias consecutivas. Teremos hexa?
Miguel Pontares
Melhor Actor numa Série de Comédia
Donald Glover, Atlanta
Um dos mais completos artistas da atualidade. Childish Gambino, aluno da escola de humor Community criou Atlanta e revolucionou a comédia televisiva. O humor peculiar e por vezes bizarro, a crítica e sátira social são traços de uma série capaz de se sentar no mesmo sofá de Louie ou Master of None.
É difícil separar Atlanta de Glover. Afinal, é o protagonista, escreveu a série com o irmão mais novo Stephen, e chegou mesmo a realizar dois episódios. Ao lado de Paper Boi e Darius, o seu Earn Marks nem é provavelmente quem tem os momentos mais hilariantes. Mas não deixa de ser uma das personagens mais marcantes do ano graças à sua visão do mundo e à naturalidade de Glover.
Se analisarmos a concorrência, Jeffrey Tambor e William H. Macy são pesos pesados. Há ainda Zach Galifianakis e Anthony Anderson, e Aziz Ansari. Este último, um caso em tudo idêntico a Donald Glover – ambos cresceram numa comédia respeitada, e ambos sentiram ter algo a dizer, criando Atlanta e Master of None que têm tanto de cómico como de profundo como de social e culturalmente pertinente.
É possível que Donald Glover não tenha feito rir tantos espectadores como outros nomeados. Mas ao olhar para os nomeados, foi aquele que mais nos fez pensar. E por isso o palco e o Emmy devem ser dele.
Miguel Pontares
Melhor Série de Comédia
Modern Family
A série da ABC já foi por cinco vezes vencedora de Emmy de Melhor Série de Comédia tendo sido, no entanto, destronada por Veep nas últimas edições. A série presidencial foi ao longo do tempo tomando mais e mais fãs e conquistando todos os prémios para a emissora do costume – HBO, adquirindo um estatuto que Modern Family com a sua comédia mais tradicional não tem conseguido bater. No entanto, a caminho da sua décima temporada, as três famílias com as quais nos identificamos tão bem continuam a ser uma das escolhas dos espectadores, sendo por isso a nossa aposta para voltar ao lugar que tão bem conhece na edição dos Emmys deste ano.
A perspetiva honesta de uma vida familiar é extremamente bem balanceada em Modern Family, com momentos hilariantes que se intercruzam com lições de vida e com as diferentes experiências de uma família moderna, diferente, multicultural, mas com momentos tão simplistas que o espectador consegue identificar na sua própria família, nas suas experiências, nos seus dilemas, e que, por isso, consegue viver aquela família como se fosse a sua.
Ana Rodrigues
Melhor Atriz numa Série Dramática
Viola Davis, How to Get Away with Murder
Claire Foy (The Crown), Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale), Keri Russell (The Americans), Robin Wright (House of Cards), e Evan Rachel Wood (Westworld) são as atrizes que juntamente com Viola Davis (How to Get Away with Murder), fazem parte da lista de nomeados para uma das categorias mais esperadas da noite. A nomeação das seis é bem merecida e dá destaque a séries diferentes, com mais ou menos tempo de vida, mas todas excelentes obras e ótimas dicas para quem está à procura de uma nova série. Contudo, Viola Davis é, para nós, quem deveria levar para casa o prémio. Porquê, perguntas tu? Ora vamos lá!
Viola Davis fez história em 2015 quando foi galardoada com o Emmy precisamente para a categoria de “Melhor Atriz numa série dramática”, tornando-se na primeira mulher negra a levar para casa o prémio. O seu papel em How to Get Away with Murder, como Annalise Keating, surpreendeu muita gente, assim como a própria série que vai do mistério ao drama, obrigando a atriz a passar por várias emoções fortes – seja mostrando determinação e confiança num dos seus casos ou desespero puro misturado com uma profunda depressão que assombra a verdadeira Annalise.
E sim, sabemos que é baixa a probabilidade do seu trabalho voltar a ser reconhecido. No entanto, esse mesmo trabalho não é o mesmo de há dois anos atrás. A personagem mudou bastante. Especialmente após a morte de alguém perto de si. E com ela mudou a interpretação de Davis, superando-a.
Para além disso, esta não seria a primeira vez que uma atriz venceria o mesmo prémio uma segunda vez e o trabalho exímio de Viola Davis tem vindo a melhorar cada vez mais. Esta é a altura de reconhecer a sua evolução.
Ângela Costa
Melhor Actor numa Série Dramática
Sterling K. Brown, This Is Us
Não há como enganar. This is Us foi uma das melhores surpresas do ano, se não a maior surpresa no género dramático. Todo o elenco – Milo Ventimiglia e Mandy Moore, Sterling K. Brown, Chrissy Metz e Justin Hartley – excedeu as expectativas.
Contudo, é necessário destacar o desempenho de Sterling K. Brown. A sua personagem tem os melhores diálogos e cenas. Como esquecer a sequência entre Randall e Jimmi Simpson na varanda? Ou a viagem com o seu pai doente para Memphis?
Randall é, de longe, a personagem mais interessante e complexa de This is Us. Contudo o sucesso do papel não se prende apenas com a qualidade do argumento. O desempenho de Brown também é essencial. O ator consegue interpretar o contínuo conflito mental de Randall, ao tentar ser perfeito em todos os seus papéis: ser um bom homem, um bom marido, um bom pai, um bom filho preto para os pais brancos e um bom cuidador do seu pai biológico recém-descoberto. Enquanto espetadores assistimos à luta de Randall ao tentar ser bem-sucedido nos seus papéis enquanto procura respostas sobre o seu passado.
O desempenho de Sterling K. Brown é impressionante no sentido em que nos permite identificar com a sua personagem mesmo que nunca tenhamos experienciado os problemas e lutas de Randall.
Catarina Fernandes
Melhor Série Dramática
Westworld
A mais recente série revelação da HBO é a nossa aposta para substituir Game of Thrones no trono de Melhor Série Dramática. Westworld adotou as características de sucesso de Game of Thrones e que já marcam uma geração de séries da emissora televisiva, como a violência e nudez explícitas, e conjugou-as com uma história inovadora e viciante que deixou o espectador agarrado ao ecrã ao longo de todos os dez episódios da primeira temporada.
A juntar à excelente escolha de casting, apostas grandiosas na realização e plot-twists surpreendentes, a série acerca de um parque temático futurista tinha assim terminada a receita para mais um sucesso que, caso a nossa aposta esteja certa, merecia a vitória.
O final de Westworld foi considerado por muitos um dos mais surpreendentes dos últimos tempos no mundo do pequeno ecrã. E valeu à série uma incrível classificação de 9,0 no IMDB. Quer vença ou não o prémio da academia, a sua vitória já foi atingida ao conquistar os fãs e uma segunda temporada que se espera ter tanto sucesso como a primeira.
Ana Rodrigues
Quem irá sair vitorioso dos Emmys 2017? Concordas com as nossas escolhas?