Families Like Ours, a primeira série de Thomas Vinterberg, chega à televisão portuguesa na próxima semana
Depois do filme vencedor de Óscar, Mais uma Rodada, protagonizado por Mads Mikkelsen, o realizador dinamarquês, Thomas Vinterberg, estreia-se com a sua primeira série.
Sumário:
- Thomas Vinterberg apresentou a sua série “Family Like Ours” no festival Leffest, abordando uma Dinamarca devastada pelas mudanças climáticas, onde famílias são forçadas a serem evacuadas, enfrentando dilemas emocionais e de identidade;
- A série, centrada em temas de comunidade e resiliência, estreia dia 19 de novembro no TV Cine Edition;
- Em conversa com a Magazine HD, Vinterberg destacou a sua intenção de abordar as alterações climáticas de forma humana e emocional, enraizado sempre na experiência e vulnerabilidade que permeiam a sua obra.
Na passada segunda-feira, dia 11 de novembro, Lisboa teve a oportunidade, e o privilégio, de receber Thomas Vinterberg, a propósito do festival Leffest. O realizador veio divulgar o seu mais recente projeto, uma série televisiva que propõe uma ideia envolvente: Quem somos nós numa situação de crise global?
“Family like Ours”, em sete episódios, explora temas de vínculos familiares e resiliência diante de uma crise. Situado num futuro próximo na Dinamarca, o enredo passa-se num cenário devastado pelas mudanças climáticas, onde inundações massivas tornaram o país inabitável. A população dinamarquesa é obrigada, por isso, a ser evacuada.
No meio desse caos, “Families like ours” concentra-se no impacto emocional e psicológico da separação familiar. A história acompanha várias famílias interconectadas que lidam com a dor de deixar a sua comunidade. O foco está, então, nestas personagens que se esforçam para manter um sentido de identidade, de lar e de família. Fiel ao estilo de Vinterberg, a série promete ser íntima e vulnerável , proporcionando uma visão profundamente emocional sobre a resiliência durante uma crise global.
Thomas Vinterberg e o cinema das emoções
A Magazine HD teve a oportunidade de conversar com o realizador dinamarquês sobre a estreia desta nova série, que sairá para a semana, no dia 19 de novembro, no TV Cine Edition, com um episódio por semana. Vinterberg deu destaque à urgência em pensar as alterações climáticas para além de meros factos científicos, mas sim como eventos que transformam o íntimo de cada ser humano.
A ideia de comunidade está muito presente nesta obra, bem como em alguma da filmografia do realizador. Este sentido de comunidade impera no trabalho de Thomas Vinterberg, pois, como este referiu, apenas conseguimos pensar a nossa individualidade (e até explorá-la no cinema) se a colocarmos em comparação com o outro: quem eu sou em relação a mim é também quem sou em relação aos outros.
Quando lhe perguntámos por que motivo era tão imperativo para ele fazer obras que se relacionassem com a vulnerabilidade da experiência humana, Vinterberg respondeu “que não sabia fazer de forma diferente”. Para o realizador é importante criar a partir do que conhece e o que melhor conhece são os “sentimentos e emoções que o assombram”, como referiu.
Numa conversa intimista, tivemos o melhor de Thomas Vinterberg que, com crueza e simpatia, nos deu a conhecer o que está por detrás da obra, que é o mesmo que dizer, neste caso, o que está dentro do autor. Já tínhamos ficado impressionados, e brutalmente tocados, com o seu trabalho em “Mais uma rodada” e “A caça”. Agora, o realizador prepara-nos para um formato diferente, mas com a sua subtil assinatura sempre presente.
Se és fã do trabalho de Thomas Vinterberg, não percas esta nova série.