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Festival de Cannes 2025: Rumores sobre a Selecção Oficial e nova Missão Impossível de Tom Cruise na Croisette

Faltam poucos dias para o anúncio da Selecção Oficial 2025 a 10 de abril. Há rumores sobre os filmes que vão estrear na 78ª edição do Festival de Cannes (13 a 24 de maio) 2025: desde a estreia de Scarlett Johansson e Kristen Stuart na realização até à ao mais recente da saga “Missão Impossível”, com Tom Cruise. A MHD faz as suas previsões, em torno das mais variadas fontes. Para já não há nada sobre o cinema português na Selecção Oficial ou paralelas.

O mês de Maio está a chegar rapidamente, e com ele, a esperança de boas novidades cinéfilas no grande ecrã do Palácio dos Festivais e muitas estrelas na passadeira vermelha da ensolarada cidade da Riviera Francesa. Já se ouvem várias especulações em torno da muito aguardada, Selecção Oficial do Festival de Cinema de Cannes de 2025. Mas por enquanto, nada em relação a filmes portugueses. O anúncio dos filmes selecionados será feita a 10 de Abril, em Paris, logo de manhã, — pelo director artístico Thierry Frémaux e pela presidente Iris Knobloch — mas a MHD proporciona-vos já aqui uma oportunidade registarem nas vossas agendas e apontamentos, alguns dos filmes que poderão integrar a Seleção Oficial 2025, que estrearão lá e depois, esperemos, que também durante a próxima temporada de cinema.

Festival de Cannes
O director artístico Thierry Frémaux e a presidente Iris Knobloch ©José Vieira Mendes


Os filmes norte-americanos e de Hollywood

Há vários cineastas anglo-americanos, com filmes em língua inglesa, que podem estrear os seus novos filmes no Festival de Cannes 2025: Wes Anderson, Lynne Ramsay, Spike Lee, Jim Jarmusch, Richard Linklater ou Gregg Araki e Kelly Reichardt. Se isto acontecer, vão transportar certamente um certo glamour e levar as suas estrelas à passadeira vermelha do Palais, algo que tanto Thierry Frémaux, como a imprensa francesa em geral, tanto adoram. Na verdade, as estrelas e os filmes valorizam e são a razão de ser dos festivais, senão poderemos sempre — mas nada como ver um filme num grande ecrã e com uma sala cheia — optar pelo streaming, algo que Cannes, já sabemos há alguns anos, não gosta muito. 

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E cá vamos: dois anos depois de The French Dispatch ter sido exibido na Competição, Wes Anderson parece que vai voltar ao concurso com “The Phoenician Scheme”, um thriller em tom de comédia de espionagem, com um conjunto de actores fabulosos liderado por Benicio del Toro, Mia Threapleton e Michael Cera. Contudo, a comédia de terror rural americana da realizadora escocesa Lynne Ramsay, intitulada “Die, My Love”, que é protagonizada por Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, será também uma forte concorrente à Palma de Ouro 2025, numa altura em que o género humor está incrivelmente em alta no gosto dos festivais, da crítica e do público. A verdade é que todos os filmes da realizadora do Reino Unido, desde “Ratcatcher” (1999), estrearam em Cannes, sempre com com um razoável sucesso, como Nunca Estiveste Aqui (Prémio de Melhor Argumento e Melhor Actor, para Joaquin Phoenix em 2017). 

Spike Lee foi aos Jogos Olímpicos
Crédito editorial: Denis Makarenko / Shutterstock.com
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O mago Jim Jarmusch vem também aos pouco polindo o seu estilo de comédia-drama, desta vez num contexto familiar, em “Father Mother Sister Brother”, com Cate Blanchett e Adam Driver. Esta é a primeira longa-metragem do veterano realizador indie, desde a sua comédia de zombies Os Mortos Não Morrem, estreada também em Cannes em 2019. “Highest 2 Lowest” de Spike Lee, é uma nova adaptação de um conhecido thriller policial de Akira Kurosawa, agora protagonizado por Denzel Washington. É também o regresso do cineasta norte-americano quatro anos depois de ter presidido ao júri de Cannes e sete anos depois de ter estreado BlacKkKlansman-O Infiltrado. Outro destaque do cinema independente norte-americano vai para o regresso de Kelly Reichardt à Competição, que esteve na Croisette pela última vez com “Showing Up” (2022).  A cineasta pode estar de volta ao Festival de Cannes 2025 com “The Mastermind”, com John Magaro e Josh O’Connor, um filme sobre um roubo de obras de arte, passado durante o período da Guerra do Vietname. Podem ainda ser selecionadas e de facto levantam muita curiosidade, as duas longas-metragens de estreia na realização, de duas belas estrelas de Hollywood: “Eleanor The Great”, de Scarlett Johansson, com June Squibb e Chiwetel Ejiofor; e “The Chronology of Water”, de Kristen Stewart, com Imogen Poots e Thora Birch.

VÊ TRAILER DE MISSÃO: IMPOSSÍVEL—O AJUSTE DE CONTAS FINAL”


O filme biográfico “The Smashing Machine” de Benny Safdie, sobre o mundo da MMA (artes marciais mistas) levará consigo o poder e notoriedade das estrelas de Hollywood, na passadeira vermelha, com Dwayne Johnson e Emily Blunt; enquanto que o interminável “The Way Of The Wind”, de Terrence Malick, a história de Jesus, é uma selecção mais que óbvia se enfim, estiver pronto a tempo e o ‘homem’ quiser! “Nouvelle Vague” de Richard Linklater, rodado em francês, sobre a produção de “O Acossado, é protagonizada por Zooey Deutch, parece também uma escolha natural, estrear em Cannes. O cineasta norte-americano participou na última Berlinale com  o belíssimo Blue Moon e esteve pela última vez na Croisette como cineasta no longínquo ano de 2006, com “Fast Food Nation” e a animação A Scanner Darkly. 

Porém, a grande incógnita, no Festival de Cannes 2025 apesar de muito aguardado por todos, chama-se “I Want Your Sex” de Gregg Araki, o primeiro em dez anos, depois do tremendo “Mysterious Skin”, curiosamente com Brady Corbet como um dos dois protagonistas. Neste seu novo filme, o jovem Elliot (interpretado por Cooper Hoffman, consegue um emprego com a conceituada artista Erika Tracy (Olivia Wilde), um ícone provocador, se é que existe um, as suas fantasias tornam-se realidade. Mas Elliot depressa se vê em apuros quando Erika o leva numa viagem mais profunda do que ele alguma vez poderia ter imaginado, num mundo de sexo, obsessão, poder, traição e assassinato. Se tudo isto parece entusiasmante o suficiente, considere que a estrela pop Charli XCX também fará parte do elenco.

O Festival de Cannes 2025 poderá ser também uma boa oportunidade para estrear “Eddington”, de Ari Aster, uma comédia negra de um dos mestres do género, num filme, que o junta Joaquin Phoenix e Emma Stone. “Paradise”, a estreia na realização do canadiano Jeremy Comte, está curiosamente a ser também falado para a Seleção Oficial, num thriller que envolve um jovem ganês, um homem do Quebeque e um pai desaparecido. A curta-metragem “Fauvre”, de Comte, foi nomeada para os Óscares em 2019. A propensão de Fremaux para programar filmes de Hollywood, pode levar quase de certeza o ‘big star’ Tom Cruise de regresso à Croisette com “Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final”, de Christopher McQuarrie, três anos depois de ter estreado Top Gun: Maverick. As datas de lançamento mundial do novo filme da saga, estão previstas nas salas para o final de maio e naturalmente vai estar de certeza na secção fora da competição. Mas vamos de certeza vê-lo num primeiro olhar!


O cinema da América Latina

Como já escrevi estamos a assistir a uma nova retomada do cinema brasileiro internacionalmente e por isso pode haver pelo menos três filmes do Brasil no Festival de Cannes 2025. Kleber Mendonça Filho — o seu último filme na Competição da Croisette foi “Bacurau”, em 2019 — irá provavelmente apresentar o thriller político “O Agente Secreto” que tal como o último vencedor do Óscar de Melhor Filme Internacional, “Ainda Estou Aqui”, passa-se durante a ditadura militar, na década de 1970. A comédia musical negra com um nome bastante sugestivo “Colhões de Ouro” de Lillah Halla, pode também estar pronta a tempo, dois anos depois da estreia de “Levante”, na Semana da Crítica de Cannes 2023 e a realizadora brasileira até pode dar um salto na hierarquia das competições. 

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O impetuoso e prolífico realizador brasileiro-argelino Karim Aïnouz, cujo “Motel Destino” foi exibido na Competição no ano passado, tem vindo a preparar uma história familiar de suspense em inglês. Chama-se “Rosebush Pruning” e tem à partida um elenco fabuloso: Elle Fanning, Riley Keogh, Pamela Anderson e Jamie Bell. O realizador chileno Sebastián Lelio também pode estar prestes a reservar os seus voos para a Côte d’Azur para apresentar o seu musical de movimento político feminista “The Wave”; e da Argentina, poderá haver uma vaga para o filme de estreia na realização de Marcela Luchetta intitulado, “El Retorno” sobre um erudito padre do Vaticano que é obrigado a investigar um “milagre” surpreendente: o seu irmão Abel, que acaba de acordar de um coma irreversível, e afirma ser Jesus Cristo reencarnado.

Festival de Cannes 2025
Intimidade com Charlotte Rampling | ©Alambique


Muitos filmes franceses a jogarem em casa

Frémaux deve ter tomado algumas decisões difíceis perante tantos dos novos filmes de alguns dos cineastas-autores franceses mais aclamados e também de talentos emergentes, que estão prontos e que naturalmente saem favorecidos a jogarem em casa. Começamos por “Vie Privée”, de Rebecca Zlotowski, protagonizado por Jodie Foster num papel em francês — ela fala fluentemente a língua francesa — ao lado de Daniel Auteuil, Mathieu Amalric e Virginie Efira, um filme que parece uma aposta certa para a Competição, assim como “Alpha”, da premiada Julia Ducournau (Palma de Ouro 2021 com “Titane”), agora num filme agora protagonizado por Tahar Rahim e Golshifteh Farahani. Arnaud Desplechin deverá fazer a sua oitava aparição na Competição com “Une Affaire”, protagonizado por François Civil no papel de um virtuoso pianista, ao lado de Nadia Tereszkiewicz, Charlotte Rampling e Hippolyte Girardot. “Enzo”, de Robin Campillo, será uma homenagem agridoce ao falecido Laurent Cantet, vencedor da Palma de Ouro 2008, um filme que deveria ter realizado, antes de morrer no ano passado.

Outros realizadores franceses esperados na Selecção Oficial do Festival de Cannes 2025, são Sylvain Chomet com a sua muito aguardada animação intitulada “The Magnificent Life Of Marcel Pagnol”, Dominik Moll com o thriller policial “Case 137”, protagonizado por Léa Drucker, e “Couture”, de Alice Winocour, com Angelina Jolie, passado no mundo da alta-costura em Paris e com Louis Garrel e Ella Rumpf. Um ano após a abertura do festival, o prolífico e sempre imprevisível realizador Quentin Dupieux já filmou a sua 14ª longa-metragem “L’Accident du Piano”, protagonizada por Adèle Exarchopoulos com Sandrine Kiberlain e Karim Leklou. Foi filmado no início deste ano e Dupieux é conhecido por ser bastante rápido nas tarefas de montagem e finalização e e está segundo consta pronto para estrear, também em Cannes em qualquer uma das secções. “Ma Frère”, de Lise Akoka e Romane Gueret, um filme passado num campo de férias, pode encontrar um lugar na Selecção Oficial, pois a dupla de realizadores já ganhou o prémio Un Certain Regard por “Os Piores” em 2022.

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Isabelle Huppert | ©Filmin


Também nas várias disputas e representado a França estão “The Last One”, a história de amadurecimento de Hafsia Herzi, “No One Will Know”, um thriller de portas fechadas de Vincent Mael Cardona, “Haunted Minds”, um thriller psicológico do realizador belga Lucas Belvaux, protagonizado por Niels Schneider, e “Dites Lui Que Je L’Aime”, de Romane Bohringer. Prestes a aterrar em alguma das secções está o drama de uma evacuação de Cabul, “13 Dias, 13 Noites” de Martin Bourboulon, com Roschdy Zem, Lyna Khoudri e Sidse Babett Knudsen e o drama “The Great Arch” de Stephane Demoustier, que é protagonizado por Claes Bang e Xavier Dolan.

Outros filmes com elencos de estrelas francófonas que podem estrear, no Festival de Cannes 2025 são “Rembrandt”, de Pierre Schoeller, protagonizado por Camille Cottin e Romain Duris, “A Mulher Mais Rica do Mundo”, de Thierry Klifa, protagonizado por Isabelle Huppert, uma versão ficcional da história da bilionária Liliane Bettencourt, a mesma que já deu a serie documental da Netflix e “Ablaze”, de Thomas Kruithof, uma continuação do realizador para “Promises”, que estreou em Veneza, protagonizado por uma das favoritas de Croisette: Virginie Efira, acompanhada por Arié Worthalter, de “O Caso Goldman”.

Festival de Cannes
Virginie Efira é a protagonista de “Promises”, de Thomas Kruithof. /©Festival de Cannes


Filmes geraram também fortes rumores quanto a uma possível estreia no Festival de Cannes 2025, são “Bye Bye”, de Amelie Bonnin, uma comédia agridoce protagonizada pela popular cantora e atriz francesa Juliette Armanet e Bastien Bouillon, “The Vanished Girl”, de Camille Ponsin, com Celine Sallette, Lou Lampros e Bertrand Bellin, e “L’Engloutie”, de Louise Hemon, protagonizada por Galatea Bellugi. Outros filmes que podem também entrar na Selecção Oficial temos por exemplo “De Gaulle”, o primeiro filme biográfico épico em duas partes da Pathé, e “Coulours of Time”, de Cedric Klapisch, e “The Residence”, de Yann Gozlan, passado num futuro próximo, protagonizado por Cécile de France e pelo ícone da música francesa Mylène Farmer.

Do outro lado do canal: Reino Unido-Irlanda

Além dos ‘filmes americanos’, produzidos no Reino Unido por Lynne Ramsay e Karim Aïnouz, que poderão estar na Competição, este poderá ser um ano excepcional para os produtores britânicos na Croisette: “Hamnet”, de Chloe Zhao, a vencedora do Leão de Ouro de Veneza, nascida na China,, pode também estrear na Croisette, se estiver pronto a tempo e tudo leva a crer que sim, pois tem um elenco cativante: Paul Mescal, Jessie Buckley, Emma Watson e Joe Alwyn. Filmado no País de Gales, trata-se de uma adaptação do romance de Maggie O’Farrell com o mesmo nome. Mescal também protagoniza “The History Of Sound”, de Oliver Hermanus, ainda com Josh O’Connor. As filmagens terminaram no final do ano passado e pode muito ser mais uma estreia em Cannes 2025.

Curiosamente, os cineastas estreantes do Reino Unido encontram frequentemente espaço de lançamento em Cannes. Assim temos, “Pillion”, um romance queer de Harry Lighton e “My Father’s Shadow”, de Akinola Davies Jr., passado em Lagos, Nigéria. Há também um certo burburinho em torno de  “Ish”, a primeira longa-metragem do artista visual Imran Perretta, filmada a preto e branco, e sobre a estreia na realização do actor Harris Dickinson, com “Urchin”. Acredita-se também que nesta mistura dos produtores do Reino Unido com outros países, vamos assistir a “Bad Apples”, a estreia em língua inglesa do cineasta sueco Jonatan Etzler, um thriller de comédia satírica protagonizado por Saoirse Ronan; “The Mission”, de Paul Wright, passado em Glasgow, com Rosy McEwen e George MacKay; “Rose of Nevada”, do realizador de Cornwall Mark Jenkin, também protagonizado por MacKay, desta vez com Callum Turner.

Saoirse Ronan
Saoirse Ronan (The Outrun) é a protagonista do novo “Bad Apples”. © BBC Film


O cinema independente europeu

Vários cineastas europeus conhecidos estão também ao que sew vai escutando e lendo na corrida por um lugar na Selecção Oficial do Festival de Cannes 2025. Entre eles está o realizador norueguês Joachim Trier com “Sentimental Value”, que o junta a actriz norueguesa Renate Reinsve, a estrela de “A Pior Pessoa do Mundo” e vencedora do prémio de Melhor Atriz em Cannes 2021. Desta vez, com um filme sobre uma família cujo pai e um cineasta que quer que a filha protagonize o seu filme de regresso à ribalta. Da mesma forma, e também parece que num regresso à ribalta, estará o turco-alemão Fatih Akin pois reúne-se novamente com Diane Kruger para “Amrum”, um filme passado no rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Kruger ganhou anteriormente pelo drama “Uma Mulher Não Chora”, o prémio de Melhor Atriz em Cannes em 2017. Os belgas Irmãos Dardenne, duas vezes vencedores da Palma de Ouro, aparecem como quase sempre como favoritos para um lugar na competição, desta vez com “La Maison Maternelle”, um filme ambientado num abrigo para jovens mães.

O filme “Orphan”, do realizador húngaro Laszlo Nemes, deverá estar pronto para Cannes 2025, onde já venceu um Grande Prémio com a sua primeira longa-metragem, O Filho de Saul. Desta vez trata-se um drama familiar que se passa após a revolta húngara de 1956. Também da Hungria vem “Silent Friend”, de Ildikó Enyedi, protagonizado por Léa Seydoux e Tony Leung Chiu-wai, passado numa cidade universitária onde uma árvore majestosa observa os humanos em diferentes eras.


De Espanha, Carla Simon, a vencedora de um Urso de Ouro por “Alcarràs”, pode dar o salto para Cannes, agora com “Romería”, sobre uma jovem adolescente que parte numa viagem para conhecer a família do seu pai biológico. Outra possibilidade de Espanha é o filme “Sirat”, de Oliver Laxe, protagonizado por Sergi López e Bruno Núñez, como pai e filho em busca da filha e irmã desaparecidas numa rave em Marrocos. De Itália pode ir ,entre outros “Duse”, do realizador italiano Pietro Marcello, um filme biográfico sobre uma diva teatral italiana do século XIX, protagonizado por Valeria Bruni Tedeschi e Naomi Mérlant. Outra possibilidade italiana é “Fuori”, do veterano Mario Martone, protagonizado por Valeria Golino e Matilda De Angelis, sobre uma escritora e as reclusas com quem faz amizade na prisão.

Festival de Cannes 2025
Noémie Merlant, protagonista de “Duse”, do realizador italiano Pietro Marcello. © FEST

Também está pronto “Yellow Letter’s”, do turco Ilker Çatak, o realizador de “The Teachers’ Lounge”, sobre um casal de artistas na Turquia que perdem os seus empregos da noite para o dia, devido a uma ação arbitrária do Estado e vão para o exílio. Da Alemanha, curiosamente pode ir até um frequentador assíduo da Berlinale: Christian Petzold, pode mesmo fazer a sua primeira aparição em Cannes com “Miroirs No. 3”, protagonizado pela bela Paula Beer, sobre uma estudante de música que tem de reconstruir a sua vida quando o namorado morre num acidente de viação.


“Rose”, do argumentista e realizador austríaco Markus Schleinzer, um drama do século XVII passado após a Guerra dos Trinta Anos, é outra forte possibilidade, pois tem como protagonista uma das favorita de Cannes: Sandra Hüller. “In Adam’s Interest”, a segunda longa-metragem da cineasta belga Laura Wandel, é também uma possibilidade depois da sua primeira longa-metragem, “Playground”, ter estreado no Un Certain Regard. Trata-se de um drama social que é protagonizado por  jovens estrelas do cinema europeu: Léa Drucker e Anamaria Vartolomei.

O realizador russo Kirill Serebrennikov poderá também ter o seu quinto filme em competição com “The Disappearance of Josef Mengele”, sobre os anos de fuga do notório médico nazi e baseado no livro de Olivier Guez. Outro habitual em Cannes é o realizador ucraniano Sergei Loznitsa, cujo próximo filme, “Two Prosecutors”, se passa durante o Grande Terror de Estaline, em 1937, está também entre os mais desejados e possíveis em Cannes 2025.

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Michael Fassbender e a mulher Alicia Vikander estarão juntos num thriller coreano.   © Courtesy of Focus Features


O cinema asiático volta a despontar

É verdade e a Ásia pode estar muito bem representada na Croisette com uma seleção de fortes promessas e veteranos: em primeiro lugar a sul-coreana Na Hong-jin, que lançou até à data três longas-metragens – “The Chaser”, “The Yellow Sea” e “The Wailing” – e todas fizeram parte da Seleção Oficial. O seu último trabalho, “Hope”, parece que está pronto para continuar na senda selecionável dos anteriores. Porém, agora esta sua estreia em inglês é um thriller de ficção científica protagonizado pelos coreanos Hwang Jung-min e Zo In-sung, bem como por Michael Fassbender e Alicia Vikander. 

Quem provavelmente representará a Coreia do Sul na competição é com certeza Park Chan-wook, vencedor do prémio de Melhor Realizador 2022 por “Decision To Leave”. Depois de fazer a minissérie da HBO “The Sympathizer”, o mestre coreano regressa ao cinema com “No Other Choice” (título provisório), um thriller cómico protagonizado por Lee Byung-hun, de “Round 6”, no papel de um homem recentemente desempregado que se decide a arranjar um novo emprego a todo o custo. A mais forte aposta da China para garantir um lugar na Seleção Oficial parece ser Lang Lang” (título provisório), realizado por Jiang Wen, inspirado na história verídica do pianista homónimo de renome mundial. Jiang já ganhou um Grande Prémio em Cannes com “Devils On The Doorstep”, em 2000.


Porém, outro título vindo do Império do Meio pode ser “Resurrection” de Bi Gan, um filme de detetives de ficção científica protagonizado por Jackson Yee e Shu Qi. Bi Gan, com “Long Day’s Journey Into Night”, passou e foi premiado no Un Certain Regard, em 2018. O Japão tem igualmente uma leva de filmes potenciais que poderão ser exibidos no Festival de Cannes 2025: Koji Fukada, que ganhou o prémio do júri Un Certain Regard em 2016 com “Harmonium”, pode regressar com “Love On Trial”, um drama social sobre um ídolo da J-pop que enfrenta a reação pública após namorar uma ex-colega de turma. Chie Hayakawa, cujo o seu filme “Plano 75”, estreou em Un Certain Regard em 2022 e foi selecionado como indicação do Japão para os Óscares nesse ano, está de volta com “Renoir”, a sua segunda longa-metragem, cuja a história centra-se numa jovem cujo pai está a lutar contra o cancro.

Outro filme do Japão poderá ser “A Pale View Of Hills”, realizado por Kei Ishikawa, cujo “A Man”, estreou em Veneza em 2022 e ganhou Melhor Longa-Metragem nos Prémios do Cinema Japonês. É baseado no romance de Kazuo Ishiguro, que conta a história de uma mulher na Nagasaki do pós-guerra e depois na Inglaterra dos anos 80. O filme tem previsto o seu lançamento nacional para este verão, o que sugere de imediato que não vai esperar por uma antestreia no Festival de Veneza 2025.

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