Estes são os melhores filmes de fantasia para o icónico George R. R. Martin (Game of Thrones)
Se há alguém que percebe de fantasia é o icónico George R. R. Martin e estes são os seus 10 filmes favoritos dentro do género.
Nos dias de hoje, poucos nomes são sinónimos de um género no nível em que George R. R. Martin alcançou. Quando se fala de “fantasia”, é difícil não pensar no universo que ele criou com “As Crónicas de Gelo e Fogo”, que viriam a originar a popular série da HBO “Game of Thrones”.
Com uma carreira de anos que atravessa não só a literatura como a televisão, Martin é um grande admirador do melhor que se faz neste mundo fantástico e para o The Daily Beast, apresentou os seus dez filmes favoritos de fantasia, discorrendo sobre o que os torna tão especiais e únicos.
Na concepção desta lista, o autor estabeleceu alguns critérios, já que “fantasia” é um termo que abrange vários títulos, “decidi que seria melhor excluir todos os filmes de animação. Caso contrário, a lista poderia muito bem ter sido dominada pelas versões clássicas de contos de fadas consagrados pela Disney: “Branca de Neve”, “A Bela Adormecida”, “Pinóquio” e “A Pequena Sereia”. Martin excluiu também os “filmes de terror” por considerar que estes merecem uma lista própria.
10. Os Salteadores da Arca Perdida (1981), de Steven Spielberg
No ano de 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é encarregado pelo exército de localizar a Arca da Aliança antes que os nazis a encontrem primeiro. Em primeiro lugar, George R. R. Martin defende que estamos sim perante um filme de fantasia, “Sim, claro que é um filme de fantasia. A menos que se acredite que a Arca da Aliança realmente tem o poder de derreter os nazis”.
Para Martin, este é o melhor capítulo da saga, destacando que “O argumento de Lawrence Kasdan é muito mais forte do que qualquer uma das sequelas, o conceito era mais refrescante e Harrison Ford parecia divertir-se ao interpretar Indy”. O escritor elogia ainda Karen Allen no papel de Marion, “Ela era o yin do yang de Indy, a pimenta do sal dele, e a química entre eles era palpável. As protagonistas das sequelas foram totalmente esquecíveis em comparação. Na verdade, já esqueci a maioria delas”.
9. A Bela e o Monstro (1946), de Jean Cocteau
A história de Bela encerrada no castelo do Monstro, que garante que o seu coração é bom, mesmo se a sua aparência diga o contrário. Para Martin, este clássico “continua a ser a versão definitiva da história” que viria a ser popularizada nos anos 90 pela Disney.
O guionista destaca ainda as imagens inesquecíveis da obra, “Numa época em que retratar sangue real no ecrã era desaprovado, Cocteau fazia as mãos do Monstro fumegarem sempre que ele voltava de uma caçada, uma imagem adorável e poética que permanece poderosa até hoje. O castelo assustador dele, com os braços humanos saindo das paredes para agarrar tochas, também permanece na memória.”
8. O Labirinto do Fauno (2006), de Guillermo Del Toro
No seguimento da sangrenta guerra civil de Espanha, a jovem Ofélia (Ivana Baquero) entra num mundo de crueldade inimaginável quando vai viver para Navarra, com o seu novo padrasto, um militar tirânico e fascista com ordens para eliminar os rebeldes do Território. Sozinha, Ofélia acaba por se deparar com um labirinto onde conhece várias criaturas mágicas e o fauno Pan (Doug Jones), que lhe diz que ela é, na verdade, uma lendária princesa perdida que precisa de cumprir três missões perigosas para reivindicar a sua imortalidade.
Martin destaca que o filme está recheado de grandes desempenhos, mas são “as criaturas do labirinto e das fadas que tornam este filme tão memorável. O estilo visual de Del Toro é tão vívido e perturbador quanto único. As suas fadas estão o mais longe possível de Tinkerbell, o seu fauno é uma criatura como nenhuma outra que já vimos antes, e o seu “Homem Pálido” sem olhos encaixar-se-ia perfeitamente com alguns dos amigos de Clive Barker“. O escritor reconhece ainda que a obra tece perfeitamente os três níveis que trabalha: a fantasia, o thriller político e o drama doméstico.
Quanto aos motivos de uma posição tão baixa, George R. R. Martin revela alguma desconfiança sobre se é realmente um filme de fantasia, “facilmente podemos interpretar tudo o que Ofelia vê, ouve e vivencia no labirinto como os sonhos e delírios de uma jovem com problemas. Nesse caso, isso se torna um estudo da loucura…” e não fantasia.
7. Dark City – Cidade Misteriosa (1998), de Alex Proyas
Numa cidade onde a noite é eterna, John Murdoch (Rufus Sewell) é perseguido por um inspetor da polícia (William Hurt), suspeito de assassinato. Sem compreender bem a situação em que se encontra, devido à amnésia que o assola, ele passa a buscar respostas aos enigmas de seu mundo, sendo ajudado pelo Dr. Daniel P. Schreber (Kiefer Sutherland).
George R. R. Martin considera este filme como uma “obra-prima” difícil de caracterizar que tanto encaixaria no Top 10 de noir, terror ou ficção científica. Num filme “grotesco, gótico e totalmente envolvente” onde o elenco está uniformemente oleado, o autor acredita que os “visuais são as verdadeiras estrelas”.
6. Monty Python e o Cálice Sagrado (1975), de Terry Gilliam & Terry Jones
O Rei Arthur (Graham Chapman) sai à procura de cavaleiros que o acompanhem numa jornada histórica: a busca do Santo Graal. Aparecem então diversos personagens surreais nesta comédia que satiriza vários eventos históricos ocorridos na Idade Média. “O que é assustador sobre o ‘Holly Grail’ é que este pode muito bem ser a melhor versão da Questão da Grã-Bretanha já filmada” afirma George R. R. Martin, defendendo que “O Rei Arthur não foi bem servido pelos filmes”.
Martin recorda com carinho os icónicos gagues e personagens que o grupo criou como o “Bravo Sir Robin. O Cavaleiro Negro. Os cavaleiros que dizem Ni. O francês nas muralhas”. Para o escritor, estamos perante um filme “pateta”, mas é isso que tanto gosta nele.
5. Dragonslayer (1981), de Matthew Robbins
Um rei faz um pacto com um feroz dragão, em troca de virgens não atacará o lugar. Galen (Peter MacNicol), aspirante a feiticeiro, e o seu mestre Ulrich (Ralph Richardson) decidem matar o dragão de forma a proteger a próxima a ser sacrificada: a filha do rei. Martin destaca que este filme subestimado “é uma coprodução entre a Disney e a Paramount, mas está bem acima da maioria dos live-actions da Disney da época”.
Sobre o antagonista, Martin diz que “Vermithrax Perjorative é o melhor dragão já colocado em filme (os dragões em “Reign of Fire” estão em segundo lugar) e também tem o nome de dragão mais “cool” de sempre”. O autor de “A Song of Ice and Fire” classifica ainda Ralph Richardson como estando ao “mesmo nível de Frank Morgan como o melhor mago de cinema de todos os tempos (até Ian McKellen ter colocado o chapéu pontiagudo)”. O escritor diz ainda que o filme “é surpreendentemente escuro e oferece algumas reviravoltas ao longo do caminho”.
4. A Mulher Falcão (1985), de Richard Donner
Quando o Bispo de Áquila (John Wood) descobre que a sua amada, Isabeau (Michelle Pfeiffer) está apaixonada por um cavaleiro (Rutger Hauer), resolve lançar uma maldição sobre o casal: durante o dia Isabeau transforma-se num falcão e à noite o cavaleiro toma a forma de um lobo. Dessa maneira, o casal nunca conseguirá entregar-se um ao outro. A única esperança do apaixonado casal é o amigo Phillipe (Matthew Broderick), conhecido como Rato, o único que conseguiu escapar das muralhas de Áquila.
Para George R. R. Martin, este é um exemplo de fantasia romântica “bem feita”, realçando que os seus protagonistas estão ambos no auge dos seus talentos e da beleza. “Assombroso, evocativo, doce, triste e mágico”, Martin considera estarmos perante uma obra “lindamente representada, realizada e filmada”. Porém, o guionista não é nada meigo no que diz respeito à banda sonora de Andrew Powell & Philharmonia Orchestra que ele considera “uma das piores bandas sonoras já feitas para um filme, uma confusão que tenta combinar o som cheesy dos anos 80 de Alan Parsons com cantos gregorianos e música da Filarmónica de Londres”, algo que Martin considera que quase arruína o filme.
3. O Feiticeiro de Oz (1939), de Victor Fleming
Quando Dorothy e o seu cãozinho Toto ão apanhados por um tornado que os leva até à terra mágica de Oz, Dorothy parte em busca de um grande feiticeiro para que este a possa ajudar a voltar para casa.
O também argumentista destaca o grande elenco do filme composto por Judy Garland, Ray Bolger, Bert Lahr, Margaret Hamilton, Frank Morgan. O autor reflete ainda sobre o impacto incalculável da obra na nossa cultura, destacando que várias frases ou expressões como “Follow the yellow brick road” se tornaram parte do cânone. Para Martin, “Os filmes não ficam muito mais clássicos do que isto”.
2. A Princesa Prometida (1987), de Rob Reiner
A bela princesa Buttercup (Robin Wright) é raptada e mantida contra a sua vontade, a fim de se casar com o odioso príncipe Humperdinck (Chris Sarandon). O seu namorado da infância Westley (Cary Elwes) que é agora um pirata tenta salvá-la.
Martin destaca que a obra original de William Goldman já era uma delícia e com o próprio a tratar da adaptação, conseguiu capturar todo o charme a inteligência do conto no ecrã, apoiado por um elenco de estrelas onde se destacam ainda Andre the Giant, Billy Crystal ou Mandy Patinkin como “o espadachim favorito de toda a gente”. Martin remata “Teria sido inconcebível não colocar este na lista”.
1. Senhor dos Anéis – Trilogia Original, de Peter Jackson
Peter Jackson comandou “A Irmandade do Anel” (2001), “As Duas Torres” (2002) e “O Regresso do Rei” (2003), a trilogia cinematográfica baseada na obra homónima de J. R. R. Tolkien. Os três filmes foram rodados em simultâneo na Nova Zelândia, faturaram cerca de três mil mihões de dólares ao todo e foram galardoados com 17 Óscares, entre as 30 nomeações que receberam.
Martin começa por discorrer sobre a ideia de considerar os três como um “filme longo”, “Suponho que poderia listá-los como o meu Top 3, mas eles são realmente um filme longo (muito longo se assistirem os cortes estendidos com as suas filmagens extras, que são as minhas versões preferidas), assim como a “trilogia” de Tolkien era na verdade um longo romance, dividido em três partes por decreto da editora”.
O argumentista refere ainda como a versão refutou a ideia de que o texto de Tolkien era impossível de ser filmado, defendendo que “esta foi uma adaptação tão fiel e reverente quanto se poderia esperar”. Sobre o elenco, “Elijah Wood é muito bom como Frodo e Sean Astin ainda melhor como Sam. Viggo Mortensen não se encaixava na minha imagem mental de Strider, mas logo me conquistou mesmo assim. Sean Bean fez um Boromir incrível e Ian McKellen foi o Gandalf perfeito”. George R. R. Martin finaliza: “Se não gostam destes filmes, vocês não gostam de fantasia”.
E tu, és fã de George R. R. Martin? Quais destes filmes de fantasia vais aproveitar para ver ou rever?