James Gunn anuncia projetos inéditos para a DC Studios
Num modesto auditório em Burbank, James Gunn discute o destino de algumas das mais icónicas personagens da cultura popular mundial.
Há pouco mais de dois anos, James Gunn e Peter Safran apresentavam-se ao mundo como os novos comandantes do universo cinematográfico da DC. Agora, regressam ao mesmo lugar para uma atualização que, embora não tenha trazido grandes anúncios bombásticos, revela os bastidores de uma das maiores reestruturações da indústria cinematográfica recente. Para quem não acompanha de perto: em 2022, a Warner Bros. Discovery decidiu reformular completamente a sua abordagem aos super-heróis da DC Comics, colocando Gunn (realizador conhecido por “Guardiões da Galáxia“) e Safran (produtor de sucesso) no comando de um novo estúdio dedicado exclusivamente a estas personagens.
Batman, Batman e mais Batman
A grande revelação de James Gunn confirmou, de acordo com a Variety, o que muitos fãs já suspeitavam: o Batman continuará a ser a joia da coroa do império DC, com não um, mas dois filmes distintos em desenvolvimento simultâneo. “The Batman Parte II”, com Robert Pattinson, avança lentamente sob a realização de Matt Reeves, apesar de ter sido adiado para 2027. “O que lemos até agora é incrivelmente encorajador”, partilhou Safran, referindo-se ao ainda incompleto guião.
Paralelamente, “Batman: The Brave and the Bold” trará um Cavaleiro das Trevas diferente para o universo principal da DC, com uma história que “está a ganhar forma”. Gunn, assumidamente apaixonado pela personagem, descartou a possibilidade de Pattinson assumir este papel, mas não fechou a porta a uma aparição do novo Batman antes do seu filme solo: “Não descartaria nada. Ele pode aparecer noutra coisa. Mas o ator ainda não existe.”
A expansão do universo de Gotham vai além dos filmes principais. “Clayface”, descrito como um “filme de terror corporal” que pretende funcionar “como puro horror para quem não se importa com a DC”, começa a ser filmado este verão. James Watkins (“Speak No Evil”) está em negociações para realizar, mas não esperes ver Alan Tudyk no papel principal, apesar de ter dado voz à personagem em séries animadas. Assim, para completar o quarteto de projetos relacionados com Batman, está também em produção “Dynamic Duo”, um filme de animação sobre os dois Robins, Dick Grayson e Jason Todd, descrito como “a rampa de acesso perfeita para as famílias entrarem no mundo de Gotham”.
A estratégia contra-corrente de James Gunn
A abordagem da DC Studios destaca-se por ir contra a norma estabelecida pela sua principal concorrente, a Marvel. Enquanto esta última frequentemente anuncia datas de estreia para filmes sem guiões finalizados, Gunn e Safran mantêm-se firmes numa filosofia diferente: nenhum projeto recebe luz verde sem um guião completo e satisfatório.
“É difícil o suficiente fazer um bom filme com um bom guião”, explicou Gunn. “É quase impossível fazer um filme com um guião que está a ser escrito enquanto se filma.” Esta abordagem levou-os a aprovar projetos inesperados, como “Clayface”, simplesmente porque o guião de Mike Flanagan os impressionou, mesmo não tendo planos iniciais para esta personagem.
O estúdio pretende lançar anualmente dois filmes live-action e um de animação, além de duas séries live-action e duas animadas. O primeiro filme desta nova era, “Superman”, encontra-se em pós-produção avançada, enquanto “Supergirl: Woman of Tomorrow”, com Milly Alcock, está a meio das filmagens, previsto para o verão de 2026. A série “Lanterns”, com Kyle Chandler e Aaron Pierre, também iniciou produção, com estreia planeada para o início de 2026.
E muito muito mais
Para além destes projetos já conhecidos, vários outros estão em diferentes fases de desenvolvimento. “Teen Titans”, escrito por Ana Nogueira, está a avançar, embora ainda não tenha um guião finalizado. A série animada sobre “Blue Beetle” continua em desenvolvimento, potencialmente dando continuidade ao filme de 2023. Três novas séries animadas também foram confirmadas: “My Adventures with Green Lantern”, “DC Super Powers” e “Starfire”.
Mas nem todos os projetos previamente anunciados estão a progredir rapidamente. “The Authority”, que seria inegavelmente um grande filme a seguir a “Superman”, foi relegado para segundo plano. “É um filme muito, muito grande, se quisermos fazer ‘The Authority’ adequadamente”, explicou Safran, acrescentando que elementos narrativos de “Superman” e outros filmes que avançaram mais rapidamente “pisam um pouco o terreno” desta história.
Quando questionado sobre como o Superman se encaixa na América de Trump, James Gunn respondeu: “Eu diria que é o Superman certo porque não acho que ele faça parte do momento cultural. Ele é uma personagem que representa algo sólido, a moral humana básica, integridade humana básica, a crença básica em proteger os outros, os fracos, e ser bom para as pessoas e ser honesto. Ele representa o que penso como as regras que não mudam.”
Estamos a testemunhar o nascimento de uma nova era dourada para os super-heróis? O que mais gostavas de ver neste novo universo DC? Partilha a tua opinião nos comentários.
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