Mamma Mia! Here We Go Again, em análise
Passaram 10 anos desde que Meryl Streep e Amanda Seyfried nos levaram ao cinema para ver um dos musicais mais bem sucedidos a nível mundial. Bizarro, sem medo de ser excêntrico e rídiculo: “Mamma Mia! Here We Go Again” é tudo isto… mas em prazenteiramente bom!
“Mamma Mia!” foi a estreia da cineasta Phyllida Lloyd no grande ecrã. O filme rapidamente se tornou viral e um sucesso global. Sejamos sinceros, a dupla Meryl Streep e Amanda Seyfried contribuiu em larga escala para isso. Esta que vos escreve confessa não ser fã de musicais, conta pelos dedos de uma mão os que tolera (re)ver, mas “Mamma Mia!” é sem dúvida um deles! A dinâmica, as músicas, as cores vibrantes e cenários deslumbrantes fazem com que seja impossível não gostarmos, mesmo que seja apenas ao nível visual. O filme arrecadou mais de 600 milhões de dólares em todo o mundo.
Desta vez, quem comanda a orquestra é Ol Parker, mais conhecido pelo seu trabalho enquanto argumentista de filmes como “O Exótico Hotel Marigold“. Parker tinha à sua frente um trabalho mais difícil do que o de Lloyd: criar uma continuação para, arriscamo-nos a dizer, o musical mais acarinhado da história. Mesmo quem nunca tenha visto o espectáculo ao vivo, conhece o cartaz, a rapariga com três possíveis pais, e as icónicas músicas dos ABBA.
“Mamma Mia! Here We Go Again” leva-nos numa viagem no tempo, à fase jovem-adulta de Donna. Lily James foi uma excelente adesão, que não desilude enquanto versão dos anos 70 de Streep. A narrativa vai alternando entre os loucos anos 70 e o presente, onde reencontramos Sophie (Seyfried) numa nova fase da sua vida. Donna morreu (não chegamos a saber o que aconteceu), e Sophie, em sua memória, quer reconstruir o hotel dos seus sonhos. A ilha grega de Kalokairi volta a ser palco em ambas épocas, quer para os romances de Donna, quer para o sonho de Sophie. Mas, como é óbvio, este não podia ser um filme triste. Ainda que existam algumas quebras, um momento excêntrico segue-lhes quase sempre. Como que para nos acordar da cadeira.
A sequela acaba muito por ser isto: uma montanha russa de emoções, que tão depressa nos levam ao topo (e estamos a cantarolar uma música dos ABBA sem nos darmos conta), como depois caímos a pique. Com algumas curvas e contra-curvas pelo caminho. Parker disse, em entrevista, que iria realizar “Mamma Mia! Here We Go Again” numa desportiva. Pois bem, foi mesmo esse o resultado. É bom do ponto de vista do entretenimento, mas com algumas lacunas na narrativa.
Numa coisa, podemos concordar, o elenco que dá vida às jovens Rosie e Tanya, e aos três possíveis pais, Harry, Bill e Sam, foi muito bem escolhido. O que confere ainda mais piada a todas as peripécias de Donna na altura dos “Donna & The Dynamos”. Todos os jovens atores conseguem replicar as suas versões adultas, não se limitando ao aspecto visual, já que a presença dos ‘tiques’ de cada personagem é notória e prende-nos ao ecrã. Mas James consegue, realmente, destacar-se dos outros. Até a sua voz é uma agradável surpresa (não desfazendo as restantes, claro!). Nisto, Parker acertou.
Contudo, é já perto da reta final que Parker mete os pés pelas mãos, e o espectador mais atento perceberá. Já sabíamos pelo filme anterior, que a mãe de Donna era uma cantora famosa, mas sem ligação à filha. Tudo bem, mas foi preciso os últimos 20 minutos do filme serem dedicados (quase) exclusivamente a isso? Falamos, claro, da presença de Cher. A atriz/cantora podia integrar o filme, mas não vincá-lo. A sua entrada resultou muito bem no primeiro teaser de “Mamma Mia! Here We Go Again”, mas no contexto do filme parece forçado. O que culmina com o seu suposto romance com Andy Garcia, apenas para poderem cantar o tema “Fernando”… Basicamente se os ABBA tivessem escrito uma música sobre um Joaquim, Manuel ou Miguel, seria esse o nome da personagem de Garcia. Esta foi a maior falha do filme. Para não falar na pouca diferença de idades entre Streep e Cher.
Streep sempre disse que não fazia sequelas, talvez seja essa a razão pela qual esta continuação esteve 10 anos em pausa – para convencer a veterana. Talvez seja por isso que a sua versão de Donna já não exista, nunca o saberemos…Mas Streep continua a preencher o ecrã mal entra, mesmo que sejam só por 10 ou 15 minutos. E, claro, esta é a cena mais dramática do filme, que, de certo, terá arrancado lágrimas a muitos espectadores. Uma carga um bocado pesada demais em comparação com o primeiro filme, na nossa opinião.
Globalmente, “Mamma Mia! Here We Go Again!” é tudo isto: bizarro, sem medo de ser excêntrico e ridículo, o filme desportivo de Ol Parker. É uma peça de entretenimento fantástica, mas fica-se por ai. A possibilidade de um terceiro filme talvez já seja demais, arriscando-se a destruir a magia alcançada pelo original.
Mamma Mia! Here We Go Again, em análise
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Catarina d' Oliveira - 65
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Maria João Bilro - 65
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Daniel Rodrigues - 67
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Inês Serra - 70
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Rui Ribeiro - 82
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Filipa Machado - 65
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Luís Telles do Amaral - 65
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José Vieira Mendes - 65
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Cláudio Alves - 70
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Marta Kong Nunes - 58
CONCLUSÃO
De um modo geral, Mamma Mia! Here We Go Again acaba por cumprir exatamente aquilo que prometia – em algumas ocasiões quem sabe até mais: um serão animado, musical, positivamente palerma e deliciosamente louco que obrigou toda a sala a abandonar a sessão com um sorriso rasgado na cara e uma lágrima no canto do olho.
O MELHOR: Contra tudo o que seria de prever, Lily James é uma estrondosa MVP preenchendo – e muito bem – a sentida ausência de Meryl Streep.
O PIOR: A incongruência de algumas opções narrativas e um par de números musicais menos inspirados borram a pintura deste quadro de verão.
User Review
( votes)( review)
Amei o filme e fiz teorias:
Primeiro queria ter sabido como é que a donna morreu.
Segundo a cena pós-créditos é a prova de que o Harry é gay no primeiro tinha quase a certeza só pensei que fosse bi só no segundo a pressa de ele ter perdido a virgindade com ela deu me a entender isso contudo ele não é completamente assumido.
Terceiro por causa dos trailers desconfiava que a personagem da meryl morresse e morreu mesmo porra tipo o primeiro trailer a meryl não aparecia quase na atualidade e os fãs criaram a teoria da morte e odiei estar certo.
Quarto adorei os atores do antigamente principalmente a tanya são super parecidas e as mais parecidas.
Quinto na cena da igreja vieram as lágrimas aos olhos já sabia que ela ia aparecer como anjo pois um sr a sair da sala antes da minha sessão tava disse ela não morreu apareceu foi como anjo portanto ela virou anjo da guarda.
Sexto ela tá morta mas acho que apareceu em espírito e pode partir em paz.
Sétimo não se sabe quem é o pai da sophie e nem se vai saber mas acho que soubemos o avô pela conta de 59 até à data que aconteceu eu acho que ele seria o pai da donna ou talvez não pois o encontro da ruby e do fernando foi em 1959.
Oitavo: Não fazia ideia que a rosie sempre gostou do bill
Nono: Não deve haver terceiro filme (pensava eu) mas vai haver
Décimo: o pior foi mesmo o bill ter um gémeo foi a cena mais random que caiu de paraquedas ali nem se se mencionou isso ele é rico tinha mais jeito pagar a um sósia
No cinema as pessoas ao meu lado iam cantando a música ao mesmo tempo que o filme a sorte é que a mulher tinha boa voz
A cher cantou bem, mas está velhota e a cena da idade como o realizador disse é um filme.
Queria ter sabido o porquê ou como é que a donna morreu pensei em doença prolongada da maneira que falavam e choravam ou acidente repentino.
Então agora contas o musical original estreou em 1999, no novo filme a sophie disse à avó que ela iria fazer o papel de avó só depois de 25 anos, portanto a sophie neste filme tem 25, no primeiro tem 20.
A sequela demorou dez anos, mas no filme só se passaram 05. A donna morreu há um ano, quando a filha tinha 24. A história da donna nova começa em 1979, portanto +20 dá 1999. O filme é passado em 1999 ou 2000 (o primeiro) e o segundo em 2004 ou 2005.
Só que no trailer a contagem regressiva até à parte da donna nova começa em 2015/2014 (tem de reparar bem nesse pequeno pormenor).
Ou enganaram-se na legenda e a sophie tem 35 e não 25, ou no trailer erraram e em vez de 2014/2015 deviam ter posto 2004/2005.
Ou ainda a história da donna devia começar em 1989 e não 1979.
É impossível a cher ser mãe da meryl mas as personagens não e foram todas mães novas e repare que a ruby conheceu o fernando em 1959, em 1979 a donna ficou grávida, a sophie nasceu em 80. 80 +25 = 2005 se for 35 é 2015, odeio matemática veja lá o quanto adorei o filme para fazer contas
Sobre o Fernando, a donna disse que ia à procura do pai que supostamente estava pela grécia e onde é o hotel que é gerido pelo fernando é na grécia não percebo é como é que passaram o hotel para a mão dele ou é apenas gerente que nem todos os gerentes são os donos.
No primeiro filme a Sophie teve esse nome por causa de uma Sofia que ajudou a mãe dela, fiquei a pensar que a taberneira era essa pessoa e não a tia do Bill como no primeiro filme.
Cumprimentos, Frederico.
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