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Um Filme Minecraft quebra recorde histórico em Hollywood em apenas sete dias

Há filmes que nascem para ser blockbusters. Há outros que nascem para se tornarem memes ambulantes. E depois há Um Filme Minecraft.

A indústria das adaptações de videojogos é um cemitério de boas intenções. Lembram-se do “Assassin’s Creed” com o seu parkour genérico? Ou do “Warcraft“, que tentou espremer 20 anos de lore em duas horas e meia? Pois. Mas eis que surge “Um Filme Minecraft”, realizado por Jared Hess (sim, o mesmo que nos deu Napoleon Dynamite), e, contra todas as expectativas, tornou-se não só um sucesso, mas num dos maiores filmes baseados em videojogos de sempre. E sim, isto inclui deixar para trás os ouriços supersónicos e os detetives Pokémon.

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Um Filme Minecraft com Jack Black e Jason Momoa
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Em apenas sete dias, “Um Filme Minecraft” arrecadou 185 milhões de dólares só nos EUA, ultrapassando “Five Nights at Freddy’s“, “Detective Pikachu” e até os dois mais recentes filmes do Sonic combinados (sim, o ouriço azul acabou de ser atropelado por um minecart). Globalmente, já passa dos 335 milhões, deixando para trás clássicos duvidosos como Prince of Persia e Warcraft. O filme encontra-se agora no Top 5 dos filmes baseados em videojogos mais lucrativos. O recorde absoluto ainda pertence ao “Super Mario Bros. Movie” (1.360 mil milhões), mas, convenhamos, o Mario tem décadas de vantagem. Assim, o sucesso é inegável—mas os fãs do jogo, esses seres que passaram horas a construir catedrais em Modo Criativo, estão divididos. A crítica especializada também: 48% no Rotten Tomatoes contra 88% de aprovação do público que parece estar a adorar.

Porquê a divisão? O filme optou por um tom action-comedy em vez da calma contemplativa do jogo. Imaginem Mad Max mas com porcos a fugir de zombies. O filme foi divertido? Sem dúvida. Fiel ao espírito de Minecraft? Bem… Aqui entra a eterna discussão: adaptações devem ser fiéis ou reinventar? O filme escolheu a segunda opção, e os números sugerem que acertou—mas não sem deixar os puristas a desejar por mais enquanto voltam para os seus mundos singleplayer.

E depois há o elenco.  Assim, quando se junta tudo isto ao humor de Jack Black (que, entre nós, devia ser património mundial), temos uma fórmula vencedora. Até os memes do filme — desde o inevitável “I… am Steve”, navegando pelo cena do jockey galináceo que ninguém sabia que precisava até aos Villagers a fazer “HMMM” — estão a incendiar as redes sociais.

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A era dourada das adaptações

Pedro Pascal em The Last of Us
© Naughty Dog

Há uma revolução silenciosa no ar. “The Last of Us” provou que jogos podem ser dramas premium. “Fallout” mostrou que o humor negro e o mundo apocalíptico funcionam na TV. E agora, Minecraft confirma que, por vezes, o que as audiências querem não é uma narrativa complexa, mas a simples alegria de ver um creeper explodir em IMAX. O orçamento de 150 milhões foi bem gasto — não em diálogos shakespearianos, mas em paisagens que quase dão vontade de carregar ni F2 para tirar um screenshot.

Assim, há uma ironia deliciosa no facto de Minecraft—um jogo sobre quebrar e construir—ter reconstruído a reputação das adaptações de videojogos. Depois de “The Last of Us” e “Fallout” terem mostrado que é possível respeitar o material original (e os fãs), o cinema parece finalmente ter aprendido a lição: não é preciso reinventar a roda. Por vezes, basta acender o isqueiro (ou flint and steel, para os puristas) e deixar a magia acontecer.

E o futuro? Se um jogo sobre blocos pode render centenas de milhões, o que impede Terraria: O Filme ou Stardew Valley: A Saga do Agricultor Deprimido? A indústria está a aprender: o segredo não é replicar o jogo, mas traduzir a sua alma.

Concordas que Jack Black devia ser nomeado para um Óscar por dizer “I… am Steve!” com emoção genuína? Deixa a tua opinião sobre o filme nos comentários.



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