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Mufasa: O Rei Leão, a Crítica | O nostálgico regresso ao passado

“Mufasa: O Rei Leão”, conta a história de origem do icónico herói da Disney e do seu antagonista, Scar. O filme estreia hoje nos cinemas.

“O Rei Leão” estreou em 1994, com realização de Rob Minkoff e Roger Allers. O filme da Disney teve inspiração em alguns elementos de “Hamlet”, de Shakespeare. Ambos partilham uma história sobre traição e vingança, em que o príncipe é traído pelo seu malvado tio e é exilado, encontrando novos amigos nessa jornada.

Trinta anos depois, esta história volta a surgir, numa prequela que conta uma origem que nunca pensámos que precisávamos de conhecer. A origem do herói Mufasa e do vilão Scar, claro, com a participação de personagens importantes na história original, como Sarabi, Zazu, Rafiki e os cómicos, Timon e Pumba.

 

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A Realização de Barry Jenkins

mufasa rei leão
Mufasa: O Rei Leão © Disney

A tarefa de fazer uma história de origem, que fizesse sentido em conjunto com o primeiro filme e que honrasse o seu legado, era complexa. Com o argumento de Jeff Nathanson, o realizador Barry Jenkins, conhecido pelo seu trabalho em “Moonlight”, filme vencedor de três Óscares, conseguiu completar o ciclo desta história de forma muito respeitosa.

O avanço da tecnologia, comparativamente ao remake de 2019, é notório. Isto sendo que o remake já foi uma inovação muito realista. Em “Mufasa: O Rei Leão”, as personagens têm mais expressões e transmitem mais emoção. As imagens são lindíssimas e tem planos muito criativos.

Cada uma das personagens que já conhecemos e que são guardadas com carinho na memória dos fãs, tem uma história digna, com desenvolvimento e personalidade. É muito bonita a forma como recriaram a personagem do Rafiki, por vezes mal interpretado, para que tivesse uma função de designador do destino e de protetor dos seus amigos, dando-lhes força e sabedoria sempre que o quisessem ouvir.

A história entre Mufasa e Scar está muito bem conectada às referências que aparecem ao seu passado no “Rei Leão” de 1994. Sendo este um filme criado para as crianças, as mensagens e as histórias têm de ser acessíveis e pouco complexas, e durante o desenvolvimento da história conseguimos ver, claramente, os momentos marcantes que moldaram as personagens que conhecemos no “Rei Leão”. 

No entanto, isto também faz com que a mudança do Scar acabe por parecer um bocadinho brusca e pouco justificada quando relacionada com o que acontece na trama original. Como o nome indica, é realmente a história de “Mufasa: O Rei Leão” e não a de Scar.


As vozes portuguesas

Na versão original, Donald Glover é Simba, Beyoncé é Nala, John Kani é Rafiki, Billy Eichner é Timon, Seth Rogen é Pumba, Tiffany Boone é Sarabi, Preston Nyman é Zazu, Blue Ivy Carter é Kiara, Mads Mikkelsen é Kiros, Kelvin Harrison Jr. é Scar e Aaron Pierre é Mufasa, vindo substituir James Earl Jones, que faleceu em setembro deste ano. 

As vozes foram muito bem escolhidas para cada papel e refletem a personalidade de cada personagem. Mads Mikkelsen, conhecido pelos seus papéis de vilão, em “Hannibal”, “007: Casino Royale” e “Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore”, volta a interpretar um vilão, mas com uma surpreendente nova faceta. O ator canta uma das músicas mais icónicas do novo filme, “Bye Bye”.

Quanto à versão portuguesa, a MHD esteve à conversa com duas das personalidades que dão voz às personagens deste filme, Matay, que interpreta Masego, o pai de Mufasa e Dino D’Santiago, que interpreta Chigaru, o tio de Scar.

Matay revelou-nos que a sua personagem irá ajudar os espectadores a compreender o primeiro filme e toda a linhagem dos reis. “Esta personagem é Pai e é giro porque me revejo muito nesta necessidade de proteger e cuidar dos filhos”, confessou o cantor sobre a sua personagem e a forma como se relacionou com ela.

Já Dino D’Santiago descreveu a sua personagem como “um velho rezingão que faz parte de um antigo reino e é muito importante porque o facto de ser tão antiquado faz com que o mundo novo trazido pelo Mufasa ainda tenha mais impacto”. O cantor partilhou que foi um grande desafio interpretar esta personagem por ser o seu oposto. 

“O Rei Leão”, de 1994, foi o primeiro filme de sempre a ser dobrado em Português, abrindo as portas para todos os outros que vieram de seguida. Há quem prefira ver a versão original dos filmes e há quem escolha ver a dobragem, Dino D’Santiago trouxe uma nova perspetiva importante sobre o tema. 

“Portugal foi um país que nunca investiu muito nesta indústria da dobragem, porque é muito cara, mas países como a França, a Espanha e o Brasil sempre dobraram filmes porque sempre tiveram muito poder financeiro para o fazer. E isso fazia com que todas as pessoas, democraticamente, pudessem assistir. Assim, uma pessoa que seja analfabeta e que não consegue ler as legendas, vai poder ver o filme na sua língua. E para as crianças, que podem começar a ir ao cinema desde muito cedo, pois ao ouvir na sua língua conseguem perceber tudo”, partilhou o cantor. 


Uma nova banda sonora

O pequeno Mufasa com os pais em Mufasa: O Rei Leão
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Foi com “O Rei Leão”, que o adorado compositor Hans Zimmer recebeu o seu primeiro Óscar, numa banda sonora icónica, que também inclui as músicas escritas por Elton John, que todos os fãs sabem de cor. Em “Mufasa: O Rei Leão”, Hans Zimmer ficou de fora e deu lugar a Dave Metzger e Nicholas Britell, que compuseram a banda sonora e Lin-Manuel Miranda, que escreveu as canções do novo filme.

Claro que não supera a banda sonora do seu filme original, mas são uma bonita homenagem, que conseguiu encontrar o seu caminho, sem se colar demasiado às suas origens. Lin-Manuel Miranda é conhecido por ter criado as músicas dos famosos musicais “Hamilton”, “In The Heights” e “Encanto”. Com sete novas músicas, esta é uma banda sonora que fica no ouvido.


As mensagens de Mufasa

O pequeno Mufasa num lago em Mufasa: O Rei Leão
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Nos filmes de animação, as mensagem que transmite é uma das coisas mais importantes. E em termos de mensagens, “Mufasa: O Rei Leão”, é mais forte. São abordados temas como o patriarcado, de uma forma muito bonita, referente à educação carinhosa e motivadora que Mufasa recebe por parte das leoas, enquanto que Scar aprende regras arcaicas, por parte dos leões.

O destino e a família que escolhemos ao longo da vida são mensagens que vão sendo passadas, sobretudo, através da personagem de Rafiki, que é sempre uma espécie de guia espiritual. Por fim, a marginalização de quem, à partida, não se encaixa, mas que pode ter um potencial surpreendente, se tiver coragem e for conduzido no caminho certo. É essa a diferença entre Mufasa e Scar, as origens diferentes, a educação e condução e aquilo que escolheram fazer com o que aprenderam.

Qual é a tua expectativa quanto à história de origem de Mufasa e Scar?

Mufasa: O Rei Leão, a Crítica

Movie title: Mufasa: O Rei Leão

Movie description: Esta é uma prequela que conta a história de origem dos irmãos Mufasa e Scar, até se tornarem nas personagens que conhecemos em "O Rei Leão".

Director(s): Barry Jenkins

Actor(s): Donald Glover, Beyoncé, John Kani, Billy Eichner, Seth Rogen, Tiffany Boone, Preston Nyman, Blue Ivy Carter, Mads Mikkelsen, Kelvin Harrison Jr., Aaron Pierre

Genre: Animação

  • Matilde Sousa - 75

Conclusão

Trinta anos após o lançamento de “O Rei Leão”, esta prequela vem contar a história de origem das personagens preferidas dos fãs, de forma respeitosa, criativa e divertida.

Overall
75
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Pros

O visual e inovações técnicas são impressionantes.

A história de origem das personagens está bem contada e cada uma tem o seu espaço e tempo de antena no filme

Cons

A história do Scar é um bocadinho apressada e poderia ter uma maior desenvolvimento para ser menos brusca.


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