Natalie Portman, as 6 performances essenciais
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Aproveitando a aterragem de Lucy in the Sky no homevideo, a MHD faz uma retrospetiva dos 5 grandes papéis da carreira de Natalie Portman.
Vagamente baseado na história verídica da astronauta Lisa Nowak e do seu envolvimento romântico com o também astronauta William Oefelein, “Lucy in the Sky” segue a história de Lucy Cola, uma astronauta que volta para casa após uma longa missão e se vê distanciada da sua família. Quando o seu namorado começa a ter um caso com uma estagiária, Lucy toma medidas drásticas para corrigir a situação.
Natalie Portman é a protagonista deste drama espacial de Noah Hawley e, mesmo que o filme não tenha feito as delícias de todos os críticos, a carreira da atriz israelita tem sido bem temperada de performances inesquecíveis. Aqui recordamos seis delas.
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Léon: O Profissional (1994)
Após recusar vários convites para se tornar modelo, Natalie Portman conseguiu um daqueles maravilhosos “papéis secundários que na verdade são principais” numa produção de Luc Besson para começar, com marca de platina, uma brilhante carreira cinematográfica vindoura. Mathilda é uma corajosa órfã de 13 anos que se torna amiga de um benevolente hitman interpretado pelo gigante Jean Reno. Tão confiante quanto precoce, a irresistível Mathilda é, por si só, um marco cinematográfico de culto – não admira por isso que até se lhe dediquem baladas contemporâneas. A estreia de Portman no grande ecrã permanece até hoje como uma das suas mais inesquecíveis e impressionantes interpretações.
Garden State (2004)
10 anos depois de Léon e Natalie Portman tinha finalmente idade para interpretar um interesse amoroso legítimo… Ufa! Na comédia romântica de culto que marcou a estreia de Zach Braff na cadeira de realização, Portman é Sam, uma adorável mentirosa compulsiva que admite sempre os seus mais elaborados embustes. Numa espécie de invólucro de manic pixie dream girl que coleciona vinis e organiza funerais para os seus hamsters, Portman injeta vida numa personagem que se esquiva aos estereótipos e que acaba, invariavelmente, por roubar todas as cenas que protagoniza.
Perto Demais (2004)
A primeira interpretação de Portman digna de nomeação a Óscar – porque vamos supor que os membros da Academia estavam MUITO distraídos algures em 1994 – chegou como um soco no peito sem qualquer aviso. Logo depois de se vestir de encanto para Garden State, Portman despe-se de preconceitos para o duro drama romântico de Mike Nichols que expõe o cinismo do Amor através de mentiras, infidelidades e obsessões. Como Alice, uma misteriosa mulher que nunca conhecemos verdadeiramente, Portman é a verdadeira wild card do quadrado amoroso constituído pela crua masculinidade de Clive Owen, o profissionalismo seco de Julia Roberts e a fragilidade contemporânea de Jude Law. Num desfile de personagens absolutamente notáveis, Alice mantém-se no tempo como a mais memorável. E isso não é dizer pouco.
V de Vingança (2005)
Remember, remember, the fifth of November. Mesmo sem ser a melhor adaptação de uma graphic novel de Alan Moore, V de Vingança surge, ainda assim, como um entusiasmante thriller de ação cujos neurónios eletrocutam constantemente poderosas mensagens políticas de complexas implicações sociais. Acompanhando o arco intrincado do desenvolvimento de Evey, Portman consegue construir um retrato honesto do nascimento de uma rebelde num mundo que tem pouco espaço para insurreições inesperadas.
CISNE NEGRO (2010)
E finalmente, o Óscar. Em Cisne Negro, Portman interpreta Nina Sayers, uma bailarina obcecada pela perfeição e intoxicada pela inocência da pureza. Num tour de force magnificente que acompanha o surgimento constante de novas facetas de Nina que deslaçam, a cada passo, o seu sentido de ingenuidade, Cisne Negro permite a Portman uma literal submersão na escuridão que traz à luz aquela que é por muitos considerada a sua melhor performance de sempre.
JACKIE (2016)
A alquimía cinematográfica do casting perfeito concretiza-se na corporização de Jackie Kennedy na extraordinária performance de Portman em Jackie. Numa rendição transformadora, foi um dos verdadeiros “alvos a abater” na corrida ao Óscar de Melhor Atriz – encontrando apenas em Isabelle Huppert uma adversária em semelhante enquadramento qualitativo, ainda que tenha sido Emma Stone a levar a estatueta para casa pela sua performance musical em La La Land. Presente em praticamente todas as cenas, Portman é uma revelação. Frequentemente “presa” a close-ups apertados, rodopia rapidamente entre emoções distantes, metamorfizando poses, olhares e voz para melhor mimetizar o seu estado de espírito. Os trejeitos afetados são deliberadamente perturbadores ao primeiro contacto, mas o artifício torna-se continuamente mais fascinante à medida que avançamos, particularmente quando se estabelecem paralelismos com os retratos mais naturalistas de Bobby Kennedy ou Lyndon Johnson, dando a sensação de que Jackie nunca baixava a guarda – “perdi a noção algures, do que era real e do que era uma performance”, reflete a certa altura.
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Que outros papéis interpretados por Natalie Portman deveriam ser encontrados nesta lista?
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