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O Criador, a Crítica | Fãs de Star Wars e não só vão surpreender-se

“O Criador”, de Gareth Edwards, chega aos cinemas a 28 de setembro. Descobre nesta crítica a minha experiência com o filme. Será que é só para quem gosta de ficção científica?

O realizador de “Rogue One“, Gareth Edwards, realizou e co-escreveu “O Criador”, um filme de ficção científica que vai além do género. Não diria que se trata de um blockbuster…pelo menos eu ainda nem sequer tinha visto qualquer marketing ao filme, por isso, se havia alguém a antecipá-lo seria por ser fã do género e/ou do realizador. Seja como for, é de salientar desde já que este filme não é só para os fãs de Star Wars. É para todos até mesmo aqueles que não são aficionados por este tipo de produção.

Vi o filme em IMAX e aconselho a todos que o forem ver ao cinema escolherem este formato para terem a melhor experiência possível, de uma forma totalmente imersiva. O filme tem a capacidade de nos introduzir ao seu universo futurístico de 2065 e sentimos que estamos mesmo lá, a par com as personagens, a viver o clima de guerra.

Na narrativa conhecemos um casal Joshua (John David Washington) e Maya (Gemma Chan) que são separados no começo devido à guerra e isso nunca deixa de atormentar o nosso protagonista. A ambientação acontece entre a América e a Nova Ásia. No primeiro local os robôs, dotados de inteligência artificial, supostamente lançaram uma bomba nuclear e, desde então, os americanos prometeram-lhes a extinção.

Do outro lado, na Nova Ásia os robôs são acarinhados quase como se fossem humanos, porque afinal foram criados para esse efeito e não para serem escravos.

Gera-se assim uma guerra entre as duas fações e enquanto que a Nova Ásia tem uma arma secreta em mãos, os americanos têm uma nave, que levou mais de uma década a construir, capaz de lançar mísseis à distância. Os dois lados querem atingir estes pontos fortes para vencer a guerra e Joshua, um soldado americano, é chamado para a missão de encontrar e destruir a vantagem dos inimigos.

No entanto, depois de perder a esposa o que Joshua mais quer é reencontrá-la. Neste aspeto temos uma história de amor tradicional em que o apaixonado vai fazer de tudo para encontrar a amada. Esta trama dramática ganha um enorme destaque na condução da história apelando à emoção do público e mistura-se com toda a aventura e ação que se passa no pano de fundo, mas não deixa de se insurgir constantemente como principal mostrando o horror da guerra.


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© 2023 20th Century Studios

Não se pode dizer que a premissa é totalmente original e imprevisível, mas o que é certo é que a execução está fantástica e ao contrário de muitos filmes sobre este tema aqui temos uma perspectiva mais positiva relativamente à inteligência artificial.

A banda sonora aparece lindamente nos momentos certos, as atuações do elenco são credíveis, ao ponto de muitas vezes nem serem precisas palavras. Neste último campo, o destaque vai para John David Washington (“Tenet”, “Amsterdam”) e Madeleine Yuna Voyles, duas figuras que se tornam muito familiares para nós ao longo do filme e nos dão um final extremamente impactante e emotivo. No caso de Madeleine esta é a sua estreia como atriz, embora não pareça! Não é difícil de adivinhar que esta jovem tem futuro na representação.

Tecnicamente é um filme com efeitos visuais incríveis e toda a sua beleza se torna ainda maior quando olhamos para o orçamento do filme de 80 milhões de euros, muito menos do que outros filmes que vemos por aí e que não apresentam esta qualidade. Atrevo-me a dizer que é dos melhores que já vi este ano a esse respeito. A narrativa em si é também poderosa e tem um clímax surpreendente e satisfatório que vai levar muitos às lágrimas.

Confesso que no final do visionamento escrevi logo umas primeiras impressões e tive dificuldade em apontar aspetos negativos ao filme. A única coisa, a meu ver, que pode incomodar alguns espetadores é a forma como a história é apresentada – por capítulos – e também as mais de 2 horas de duração. Para mim não foram dados negativos, mas tendo de encontrar algo de menos bom seria isto.

“O Criador” é sobre não escolher a guerra. Em vez disso, escolher a paz e o amor acima das diferenças. Com distribuição da 20th Century Studios, “O Criador” estreia a 28 de setembro nas salas de cinema portuguesas, incluindo em IMAX.

TRAILER | O CRIADOR É UM FILME MUITO HUMANO SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Vais querer ver no cinema?

O Criador, a Crítica | Fãs de Star Wars e não só vão surpreender-se
  • Rafaela Teixeira - 90
90

Conclusão:

No contexto de uma guerra entre humanos e robôs com inteligência artificial, um ex-soldado encontra uma arma secreta.

Pros

  • Narrativa com perspetiva inovadora
  • Interpretações do elenco
  • Efeitos Visuais
  • Mistura de Géneros
  • Execução
  • Impacto dramático

Cons

  • Estrutura por capítulos
  • Duração
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