O Sentido do Amor, em análise

 

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  • Título Original: Perfect Sense
  • Realizador: David Mackenzie
  • Atores:Ewan McGregor, Eva Green, Lauren Tempany
  • Argumento: Kim Fupz Aakeson
  • ZON | 2013 | Sci-Fi, Romance, Drama | 92′

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Finalmente, após dois anos desde a sua estreia oficial, “O Sentido do Amor” chega a Portugal. Será que a sua chegada tardia significa que este é um filme pouco relevante? Nem um bocadinho.

 

Ao contrário do que a tradução portuguesa do título possa fazer pensar, “O Sentido do Amor” não é uma história de amor, mas uma história que envolve amor. Literalmente, o título inglês refere-se a um sentido perfeito, o sentido de Humanidade. Somos envolvidos num enredo maior que nós mesmos quando decidimos ver este filme.

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Tudo começa com uma série de casos de perda súbita do olfato. Vários casos em Inglaterra, e em muitos outros países. Parece uma epidemia, e Susan (Eva Green) trabalha para descobrir a sua causa e como curá-la. Paralelamente, Michael (Ewan McGregor) é um chef com medo do compromisso, que põe a sua alma nos seus cozinhados. Encontram-se e inevitavelmente apaixonam-se… Mas a epidemia começa a atacar outros sentidos, e ninguém fica incólume.

 

Para além de uma cinematografia fantástica que consegue causar um verdadeiro sentimento de união e empatia entre a audiência e o enredo, a forte química entre a dupla protagonista deixa a sua marca. Mas, sem dúvida alguma, a grande mais-valia de “O Sentido do Amor” é a sua premissa e como é conduzida.

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Uma ideia original, e uma perspectiva criativa, que nos mostra que mesmo quando tudo nos é retirado, prevalecemos, somos resilientes. Isto porque somos humanos e não desistimos, adaptamo-nos. Um a um, os sentidos vão desaparecendo, provocando reações viscerais momentâneas, desde tristeza profunda a raiva incontrolável, até não sobrar nada. Mas mesmo no nada, a Humanidade continua a existir, adaptando-se a uma vida sem olfato, sem paladar, sem audição, sem visão. Ricos ou pobres, de diferentes culturas, as reações são as mesmas, porque na verdade somos todos iguais, e sempre o fomos.

 

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Veredito final? Um filme poderoso, demasiado subvalorizado. Uma obra-de-arte, para ver e rever.

 

SL

 



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