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“Fui objetificada”, Scarlett Johansson arrepende-se de ter aceitado estes papéis

Há carreiras que se escrevem a lápis, outras a tinta. E depois há as reescritas até ficarem irreconhecíveis como a de Scarlett Johansson.

Scarlett Johansson não é apenas um nome — é um fenómeno cultural, um arquétipo em mutação. Começou como a ingénua de olhos pesados, a musa de Sofia Coppola, a figura etérea que Hollywood moldou à sua imagem e semelhança. Mas o que acontece quando a atriz por trás do ícone se cansa do reflexo que lhe devolvem? A resposta está numa carreira que é, acima de tudo, uma lição de reinvenção.

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“Senti que a minha carreira tinha acabado”, revela Scarlett Johansson

Scarlett Johansson em Vingadores: Endgame no Disney+
©Marvel Studios

Em 2022, no podcast “Armchair Expert“, Johansson deixou cair a máscara: “Eu era objetificada e rotulada de tal forma que sentia que não me ofereciam trabalho para o que eu queria fazer.” Aos 18 anos, já era vista como uma veterana, encurralada numa “hipersexualização estranha” que a definia antes que ela pudesse definir-se a si mesma. Os papéis? Limitados a loiras em perigo, interesses amorosos de homens décadas mais velhos, figuras decorativas num cinema que ainda confundia profundidade com silhueta.

“Pensei: ‘Esta é a tua carreira, estes são os papéis que interpretaste’. E pensei: ‘É isto?’” A pergunta ecoa como um lamento, mas também como um ponto de viragem. Porque Scarlett Johansson, ao contrário de tantas outras, não se resignou. Em vez de se deixar consumir pelo estereótipo, decidiu consumi-lo — primeiro com os “Vingadores“, onde a sua Viúva Negra era tão letal quanto vulnerável; depois com filmes como “Sob a Pele” (2013), onde o corpo deixou de ser objeto para se tornar território de horror e alienação.

A dupla nomeação ao Óscar em 2020 — por “Marriage Story” e “Jojo Rabbit” — foi a prova definitiva de que a atriz não precisava de se esconder atrás de um arquétipo. Pelo contrário: podia ser tudo, desde a mãe judia num filme satírico sobre o nazismo até a advogada em crise num drama conjugal. O que mudou? Não ela, mas o espelho que Hollywood lhe segurava à frente.

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O legado

Viúva Negra (Black Widow)
Viúva Negra (Black Widow) | © Marvel Studios 2021

Scarlett Johansson não fala apenas por si. Quando diz, “Agora vejo atores mais jovens, na faixa dos vinte anos. Sinto que eles têm o direito de ser tão diferentes”, está a celebrar uma mudança de paradigma. A indústria, lentamente, aprendeu que talento não cabe numa gaveta — e que uma atriz pode ser Mulher-Aranha num dia e Lady Macbeth no seguinte. A sua trajetória é um mapa para quem vem a seguir: é possível escapar ao rótulo, desde que se esteja disposto a partir o molde.

Claro, nem tudo foi cálculo, mas é precisamente essa humanidade — as rugas na perfeição — que a torna fascinante. Porque Scarlett Johansson não é um produto de Hollywood; é uma artista que, por acaso, trabalha no cinema. E a diferença é abismal.

O que fica, então? A certeza de que as carreiras mais interessantes são as que se recusam a ser estáticas. E um convite: da próxima vez que virmos um filme seu, em vez de perguntarmos “Que papel é este?”, talvez devêssemos perguntar “Que Scarlett Johansson é esta?”.

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