Os Anéis do Poder | Easter Eggs da primeira temporada
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Agora que já tiveste tempo de digerir a primeira temporada de “Os Anéis do Poder,” será que te apercebeste de todos os seus Easter Eggs?
Já passaram quase duas semanas desde que a primeira temporada de “Os Anéis do Poder” terminou. A multimilionária série da Prime Video dividiu opiniões, mas a verdade é que sabemos que é impossível agradar a todos. No entanto, gostamos de pensar – dentro da nossa equipa – que a maioria dos fãs da Terra Média, em oposição aos da trilogia de Peter Jackson, tiveram uma opinião positiva. Isto porque, o universo de Tolkien é incrivelmente mais vasto do que a adaptação de Jackson, embora esta seja exímia. Tanto que, a grande maioria dos easter eggs que encontrámos são precisamente referências ao primeiro filme, “A Irmandade do Anel.” Será que os reconheceste a todos?
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ENTS
Logo no primeiro episódio de “Anéis de Poder”, Marigold Brandyfoot tem uma conversa séria com Nori sobre o seu comportamento absolutamente destemido. Durante a conversa, a mãe Harfoot explica (uma vez mais) que “os Elfos têm as florestas para proteger. Os anões as suas minas. Os homens os seus campos de cereais. Até as árvores têm de se preocupar com o solo por baixo das suas raízes. Mas nós, Harfoots, estamos livres das preocupações do mundo inteiro.” Mais tarde, já no episódio sete, também o líder dos halflings, Sadoc, refere existirem árvores que falam, e até temos direito a um pequeno vislumbre delas no segundo episódio.
Ora, estas árvores “falantes” são nada mais, nada menos que os Ents, os Pastores das Árvores. Em “O Silmarillion,” é explicado que espécie foi feita para proteger as árvores de criaturas que lhes possam querer mal. Mas, é possível que te recordes melhor deles enquanto os seres que ajudaram Merry e Pippin a destruir Isengard, após Saruman desflorestar uma vasta área perto do local onde vivem.
A ESTÁTUA NO CEMITÉRIO DOS ELFOS
Também no primeiro episódio, depois de descobrir que vai ser enviada para Valinor, Galadriel passeia pela floresta de Lindon, onde Elrond a encontra. Á medida que vão conversando, a dupla é envolvida por uma correnteza de árvores com estátuas gravadas – a forma dos elfos encararem a morte. Uma destas estátuas retrata o irmão de Galadriel, Finrod, um herói da Primeira Era e o ídolo de Galadriel.
Além dele, é possível ver inúmeras outras gravações. Numa delas, vemos uma mulher com o cabelo comprido e fluído com um cão à sua frente, uma clara alusão a Lúthien e ao seu fiel companheiro Huan. A donzela imortal é uma das icónicas heroínas do universo de Tolkien, a qual foi inspirada na mulher do próprio autor, tanto que esse mesmo nome consta na lápide de Edith. Ela é igualmente a bisavó de Elrond. Já Huan, é descrito como o maior cão da Terra Média, tendo inclusive derrotado Sauron num duelo.
AFINIDADE COM INSETOS
Quando Nori e Poppy descobrem O Estranho no final do segundo episódio, recebemos uma das primeiras pistas sobre a sua identidade, que agora juntando com as restantes corrobora a nossa teoria. Pista essa que é também um Easter Egg dos filmes de Peter Jackson. Se te recordas, Gandalf (Ian McKellen) sussurra de forma inaudível para uma espécie de traça ou pirilampo que lhe traz ajuda para escapar da torre de Isengard. O Estranho faz algo bastante semelhante ao comunicar com pirilampos para formar o desenho de uma constelação no céu.
SINAIS DE FOGO
No terceiro episódio de “Os Anéis do Poder,” somos finalmente apresentados a Númenor, onde as referências a Gondor de Peter Jackon imperam. Recuando ao último filme da trilogia, Pippin consegue passar pelos guardas e acender os sinalizadores de Gondor, formando um sinal visual de que o reino precisa de ajuda. Cena que também figura no livro, com a ligeira diferença de que o Halfling apenas observa, em vez de ser ele a acender.
Na série, quando Galadriel e Halbrand entram no reino da Rainha Regente Míriel a bordo do barco de Elendir, passam por uma torre de vigia no mar. Á medida que acompanhamos o seu olhar, vemos que o sinalizador está acesso, atuando como um farol para os barcos nesta época. Contudo, a referência a “O Regresso do Rei” é difícil de perder.
AS ÁRVORES BRANCAS
Também no episódio três, está um Easter Egg mais direto: as Árvores Brancas de Gondor, um símbolo de esperança e da vida. A versão que vemos em “Os Anéis do Poder” é o seu ancestral, conhecida por Nimloth, uma oferenda dos Elfos a Númenor. No futuro da linha temporal da série, Isildur irá levar um fruto desta árvore para a Terra Média, plantando-o em Minas Ithil. Aquando a sua derrota, que a leva a tornar-se na sede dos Nazgûl, a árvore é destruída, mas um dos seus frutos sobrevive e prospera em Minas Tirith, dando origem à árvore que vemos na trilogia de Jackson.
URUK E NÃO ORCS
Quando Arondir é feito refém pelos Orcs de Adar, perdão pelos Uruk, é impossível não nos lembrarmos do discurso de Saruman em “A Irmandade do Anel,” no qual o feiticeiro explica a Lurtz, líder dos Uruk-hai que os Orcs foram outrora elfos. Em “Os Anéis do Poder” também nos é explicado que esta raça foi o resultado de elfos que foram vítimas de tortura e magia negra.
Mais tarde, já no episódio seis, quando é Adar o refém de Galadriel, é-nos explicado que o vilão é na realidade um Moriondor ou um dos “filhos das trevas,” que por sua vez se tornaram nos primeiros Orcs. Porém, Adar não gosta dessa terminologia e prefere que se refiram à sua espécie com o sinónimo Uruk, a palavra na Língua Negra para Orc. No entanto, não os confundas com os Uruk-hai de “O Senhor dos Anéis,” já que estes são simplesmente uma raça de Orcs mais forte.
AS VISÕES
No Episódio 4, a Rainha Regente Míriel e Galadriel começam finalmente a fazer alguns progressos na sua relação, e é nesse âmbito que a rainha mostra à elfo a sua palantíri. O que Míriel vê é a destruição de Númenor, mas após ela própria confirmar a visão da rainha, Galadriel diz que os palantíri mostram muitas visões, acrescentando que “algumas que nunca se concretizarão”.
Ora esta frase é muito semelhante a uma das linhas do discurso da futura Senhora de Lorien. Se te recordas, quando a Irmandade conhece Galadriel, a poderosa elfo explica a Sam que o seu espelho mostra muitas coisas, “e que nem todas ainda aconteceram. Algumas podem nunca acontecer, a menos que aqueles figurados nas visões mudem o seu rumo para as impedir. O Espelho é perigoso como guia de ações.” Pelos vistos, Galadriel começa a acumular conhecimento sobre visões ainda durante a Segunda Era, à medida que tenta perceber o que fazer face ao prenúncio da queda de Númenor.
NEM TODOS OS QUE VAGUEIAM ESTÃO PERDIDOS
Enquanto os Harfoots viajam durante o início quinto episódio, Poppy entoa uma canção que aprendeu com os seus pais. Uma das linhas da canção diz “que nem todos os que se perguntam ou vagueiam estão perdidos,” a qual é uma clara inspiração a um poema de “O Senhor dos Anéis”.
Quando os quatro hobbits chegam a Bree no livro “A Irmandade do Anel,” recebem uma carta de Gandalf. Nessa carta, o Feiticeiro deixa-lhes um poema para os ajudar a identificar o verdadeiro Aragorn, filho de Arathorn. Ora, as duas primeiras linhas desse poema dizem precisamente “Tudo o que é ouro não brilha, nem todos aqueles que vagueiam estão perdidos.” O conceito de vaguear é na realidade bastante utilizado por Tolkien nas suas obras, algo que os showrunners J.D. Payne e Patrick McKay não resistiram a incluir.
PROFECIAS
Ainda no quinto episódio, mas em Númenor, Isildur confronta o seu amigo e recém nomeado tenente, Valandil, na tentativa de conseguir um lugar para a Terra Média. Contudo, o seu amigo de infância segue a mesma linha que Elendil, e recusa o pedido de Isildur. Após insistir mais uma vez, Valandil aproxima-se e diz “um dia espero que sim. Um dia, espero encontres algo pelo qual estarias dispostos a sacrificar tudo.” Apesar as palavras impactarem o filho de Elendil, nesta fase ele ainda estava longe de saber o qual proféticas elas seriam…
SAMWISE GAMGEE TAMBÉM ENTRA EM OS ANÉIS DO PODER
Quando os Southlanders se preparam para a batalha no episódio 6, Theo pede nervosamente à sua mãe para lhe dizer o que ela costumava quando ele tinha pesadelos em criança. Ao que Bronwyn responde: “No final, esta Sombra é apenas uma coisa pequena e passageira. Há luz e alta beleza para sempre fora do seu alcance. Encontra a luz, e a Sombra não o encontrará.”
Se esta frase te soou familiar, é porque algo muito semelhante foi dito por Samwise Gamgee em “O Regresso do Rei.” Enquanto estão a atravessar lentamente Mordor, Sam olha para o céu negro e apenas vê uma estrela, ficando pasmado com a sua beleza: “Pois como um poço, claro e frio, o pensamento perfurou-o que no fim, a Sombra era apenas uma coisa pequena e passageira: havia luz e extrema beleza para sempre fora do seu alcance.”
O CAPACETE DE ELENDIL
Na ida para a Terra Média, o capitão exibe um capacete com duas asas laterais. Não querendo entrar em grandes spoilers, por esta altura já saberás que Elendil será um rei e que terá um final trágico contra Sauron. No entanto, até lá chegarmos, podemos admirar as semelhanças entre o capacete do fiel líder do exército de Númenor e a sua futura coroa, cujos elementos também figurarão naqueles usados pela guarda de Gondor.
A ESPADA DE THEO
No final do episódio 6, Arondir e Theo têm uma discussão importante. O filho de Bronwyn admite que não quis a misteriosa espada apenas para salvar a sua mãe, como também se sentia atraído pelo objeto e tinha dificuldade em deixá-lo ir. Perante esta confissão, o elfo aconselha o jovem a livra-se dela de uma vez por todas. Um diálogo muito em linha com o que Gandalf tem para com Bilbo, e mais tarde com Frodo. Por conseguinte, a questão que colocamos é: serão estas semelhanças propositadas?
O ABRIGO
Já no episódio sete, quando a Montanha da Perdição explode, grande parte dos aldeões e dos Númenor separaram-se, entre eles estão Galadriel e Theo, cujos caminhos se cruzam ao sair de lá. Na sua viagem até ao posto, cruzam-se com um bando de Orcs. Sem grande alternativa, escondem-se debaixo de uma árvore caída.
Em “A Irmandade do Anel” de Peter Jackon vemos uma situação igual, os quatro Hobbits escondem-se debaixo de uma árvore na tentativa de que os Nazgûl não os descubram. Mas há mais, ao passo que em “O Senhor dos Anéis” Frodo está tentado a colocar o Anel, em “Os Anéis do Poder” Theo pensar em retirar a espada. Actos que acabam por ser impedidos, em ambas situações.
BEREK & BREGO
Ainda no episódio sete, temos uma das poucas referências que já não remota à “Irmandade do Anel,” mas sim às “Duas Torres.” Falamos da cena em que Isildur fica preso em Mordor depois de salvar alguns aldeões, e uma vez que não regressa ao acampamento, é presumido morto. Contudo, nós espetadores sabemos que tal não é possível, a menos que J.D. Payne e Patrick McKay planeiem alterar largamente a História.
Como tal, é lógico que o filho de Elendil irá regressar. A questão é como. Se te recordas, em “As Duas Torres” existe uma cena bastante semelhante, na qual Aragorn cai de uma colina após uma batalha contra os Wargs. A Irmandade também o assumiu como desaparecido, no entanto o herdeiro de Gondor é salvo pelo seu fiel cavalo, Brego. Ora, Berek, o cavalo de Isildur é liberto, dado que se recusa a seguir em frente… possivelmente porque presente que o seu companheiro não caiu.
O SENHOR DOS PRESENTES
No último episódio, para além de descobrirmos a verdadeira identidade de Halbrand, somos brindados com uma clara alusão à obra de Tolkien. Quando Halbrand conhece Celebrimor e juntos discutem a forma de melhor trabalhar o mithril, o primeiro pede ao elfo que aceite a sua sugestão como um “presente” (gift), remetendo para Annatar, o Senhor dos Presentes, um disfarce de Sauron.
Esta cena tem algumas (grandes) diferenças face ao escrito por Tolkien. Por exemplo, Annatar é descrito como um a figura angelical – um Maia, e não um humano. E, Sauron trabalha sob este disfarce durante centenas de anos enquanto ensina aos ferreiros elfos da região muitas coisas estranhas e maravilhosas sobre a magia da Terra Média e como ligá-la a diferentes itens, como anéis. Halbrand apenas teve uns dias (se tanto) em Eregion.
QUATRO HALFLINGS
Quando Nori parte em busca do Estranho, a pequena Harfoot não vai sozinha. Poopy, Sadoc e a sua mãe, Marigold fazem questão de a acompanhar nesta sua primeira aventura sozinha. Em “A Irmandade do Anel,” apesar de Frodo e Sam terem partido para o desconhecido sozinhos, Merry e Pipping prontamente (e desajeitadamente) se juntam a eles. Quatro Halflings em “Os Anéis do Poder” e quatro em “O Senhor dos Anéis,” um easter egg bastante saudoso.
A RAINHA NEGRA
Depois de Halbrand ter revelado a sua verdadeira identidade no final da temporada, o Senhor das Trevas transporta Galadriel para uma visão, na qual ela é a sua rainha: “formosa como o mar e o Sol. Mais forte que as fundações da Terra.” Se estas palavras ficaram a ecoar na tua cabeça, confirmamos que são as mesmas foram proferidas por Galadriel séculos mais tarde quando Frodo lhe oferece O Anel.
VOU PARTIR NUMA AVENTURA!
O final de “Os Anéis do Poder” transparece momentos que dificilmente esquecemos. Depois de O Estranho ter recuperado a fala após o confronto com os Místicos e de saber agora que é um feiticeiro, resta ficar a conhecer de onde veio. Enquanto se prepara para partir para leste em busca de mais respostas na distante região de Rhûn, Nori decide juntar-se. A jovem Harfoot teve finalmente a experiência de uma aventura, e apenas uma não é suficiente.
Ora esta imagem de um Halfling sentado com um Feiticeiro, é um cenário que figura tanto em “O Hobbit,” como em “O Senhor dos Anéis” e, mais importante, sempre com o mesmo feiticeiro. No primeiro, Gandalf aparece à porta de Bilbo para o convencer a partir numa aventura muito inesperada. Séculos mais tarde, é ele que empurra Frodo para fora do Shire com uma missão.
QUANDO EM DÚVIDA, SEGUE SEMPRE O TEU NARIZ
Caso para dizer também que, se ainda não tivesses convencido pelo easter egg anterior, de que as hipóteses de O Estranho ser Gandalf são bastante altas, então aqui fica mais um. Nessa mesma cena, em que o feiticeiro e Nori se preparam para partir, a Harfoot pergunta como sabem que direção tomar, ao que o seu amigo responde “quando tens dúvidas, Elanor Brandyfoot, segue sempre o teu nariz.” Uma transcrição direta do que o feiticeiro diz dentro das minas de Moria quando não sabe que direção seguir em “A Irmandade do Anel”. Por isso, e tendo em conta todo o contexto, será um grande twist se O Estranho revelar ser outra personagem.
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Tinhas identificado todos estes easter eggs? 🙂
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