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Óscar Melhor Ator Secundário | Robert Downey Jr. vs. Ryan Gosling no grande duelo Barbenheimer do ano

O Óscar 2024 vai ser o ano de Barbenheimer e Robert Downey Jr. e Ryan Gosling prometem trazer um dos duelos mais acérrimos da temporada.

Não há categoria que traduz melhor o ano de 2023 e a rivalidade única entre estes dois filmes como esta, já que Ryan Gosling e Robert Downey Jr. emergiram como dois grandes concorrentes à procura de conquistar o seu primeiro Óscar. Contudo, há ainda um vilanesco Robert De Niro em Killers of the Flower Moon” à espreita de arrecadar o seu terceiro troféu.

Para os apostadores, Gosling ainda não se consolidou como um grande favorito e o duelo é dos Roberts. A Variety e os utilizadores do GoldDerby escolhem De Niro como o favorito e o Awardswatch destaca Downey Jr. na posição cimeira.

Começando por Robert Downey Jr., é a coroação de alguém que deu muito dinheiro à indústria de Hollywood. Trata-se de um astro com grande admiração do público e acarinhado pelos seus colegas no filme que o traz de volta.

Não é que ele tenha ido a lado nenhum, mas a sensação que ficava é que nos últimos anos, Downey não tinha a oportunidade de compor um personagem e entregar trabalhos complexos, mas sim existir em filmes da Marvel.

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Robert Downey Jr.  não será negado por “Oppenheimer” no Óscar 2024 © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

Quando o ator teve o seu grande regresso em 2008, o sentimento é que se trataria de uma era mais prolifica e que ele iria ganhar um Óscar mais tarde ou mais cedo, mas dado ao sucesso do MCU, as oportunidades esvaziaram-se.

Mas tudo mudou este ano com Christopher Nolan a trazer este carismático ator num papel que o desafia a não ser a estrela. Na pele de Lewis Strauss, descrito como o Salieri para o Mozart de Cillian Murphy, Downey ganha a oportunidade de ser o homem que atua nas sombras, usando o seu carisma e presença larger than life a seu favor.

Devido à forma como o filme está construído, o ator tem muito destaque ao longo das três horas de duração, culminando num monólogo magistral em que Strauss percebe que lhe tiraram o tapete. A queda de alguém que se considerava sempre à frente dos outros.

O intérprete de Tony Stark acaba por ser o destaque praticamente unânime entre um elenco de estrelas. Não seria descabido imaginar um segundo ator a surpreender na temporada, quando existem opções como Matt Damon, Tom Conti, David Krumholtz, Josh Hartnett ou Gary Oldman, entre muitos outros.

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Será o Ken de Ryan Gosling suficiente para a Academia? © 2023 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved.

Downey, na teoria, tem tudo o que compõem uma narrativa para a vitória- uma prestação forte e elogiada, um historial sólido com a Academia (nomeado em Melhor Ator por “Chaplin” e em Ator Secundário por “Tempestade Tropical”) e um apelo junto da indústria.

Todavia, há alguém que vai tirar o ar a esta corrida com toda a paixão e entusiasmo que vai gerar: Ryan Gosling, um ator com o mesmo número de nomeações, que nos últimos anos tem construído um currículo mais variado, integrando o elenco de filmes de nomes como Derek Cianfrance (“Blue Valentine – Só Tu e Eu”), Damien Chazelle (“La La Land”), Shane Black (“Bons Rapazes”) e Denis Villeneuve (“Blade Runner 2049″).

Pela mão de Greta Gerwig, o ator conquistou a maior aclamação da sua carreira, num papel que desafia as suas capacidades como ator cómico. É um talento que nem sempre é reconhecido pela Academia nem valorizado pela crítica, mas o Ken de Gosling é um verdadeiro fenómeno.

Em tantos anos de história da categoria, a comparação para uma vitória de Gosling seria Kevin Kline em “Um Peixe Chamado Wanda”, na pele de Otto, um parvo que se considera muito intelectual.

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Robert De Niro, dos maiores atores vivos, pode ganhar o seu terceiro Óscar  por “Killers of the flower moon” © Apple TV

Há a possibilidade de Gosling nunca conseguir materializar essa paixão em vitórias cruciais nos percursores televisivos, mas o meu palpite é que a coroação de Gosling começará já nos prémios da crítica e continuará durante toda a temporada de premiações.

Quem pode estragar a festa a estes dois atores que procuram o seu primeiro Óscar é Robert De Niro que, em mais uma colaboração com Martin Scorsese, foi muito elogiado num papel vilanesco onde, aparentemente, o ator tem tanto de carismático e engraçado como de assustador e ameaçador.

Vale lembrar que De Niro acabou por ser largamente ignorado pelo seu excelente desempenho em “O Irlandês”, mas tudo indica que tal não será o caso desta vez e o ator vem não só para a nomeação, mas também para lutar pela vitória.

Todavia, um terceiro óscar para um dos grandes ícones vivos não parece que vai ser uma narrativa tão apetecível às anteriores citadas, tudo irá depender da força que “Killers of the Flower Moon” terá ou não na corrida e no impacto da própria performance, podemos estar perante algo tão inegável quanto Javier Bardem (“Este país não é para velhos”) ou Christoph Waltz (“Sacanas sem Lei”).

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Pode ser um ano em grande para Colman Domingo com “Rustin” e “A Cor Púrpura” © Amblin Entertainment

Por falar em antagonistas, Colman Domingo, que se confirmou no festival de Telluride como forte candidato a Melhor Ator com “Rustin”, irá surgir no papel de Mister em “A Cor Púrpura”, a adaptação musical do romance de Alice Walker que foi levado ao cinema pelas mãos de Steven Spielberg em 1985.

Quer na versão fílmica, quer na versão da Broadway, este é um papel que nunca conquistou atenção dos prémios, no entanto aliado a um bom ano e a um nome forte na corrida, Domingo pode consolidar-se como alguém a abraçar, até porque irá se apresentar num registo totalmente diferente do que estamos habituados a vê-lo, um homem totalmente detestável.

Do elenco masculino, é o papel de Harpo (Corey Hawkins), o marido de Sofia (Danielle Brooks) que se destaca por ser um homem com bom coração, mas envenenado por ambiente machista coloca em risco o seu casamento. Hawkins ainda não é um grande nome na indústria, mas já provou ter potencial em projetos como “Ao Ritmo de Washington Heights” ou “A Tragédia de Macbeth”, talvez este possa ser o papel que o catapulta para as premiações.

Lembrar que não seria a primeira vez que um personagem que nunca tinha sido premiado na versão teatral fosse abraçado pela Academia, tal é o caso de Anne Hathaway que se sagrou vencedora como Fantine em “Os Miseráveis, quando Éponine (Samantha Barks) era a personagem feminina secundária com mais história nas premiações de teatro.

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Mark Ruffalo em “Poor Things” tem sido comparado ao Ken de Ryan Gosling © Searchlight Pictures

Variety e Awardswatch consideram ainda Charles Melton, que faz par com Julianne Moore em “May December”, de Todd Haynes e foi bastante elogiado em Cannes, no seu top5 de candidatos. Melton, ator que se popularizou na série “Riverdale”, pode até ter boas críticas, mas tudo vai depender da campanha da Netflix e do impacto do filme na corrida, que surpreendeu ao ser comparado a um estilo mais novelesco que pode não ser tanto do agrado da Academia.

Variety destaca ainda Tom Hardy em “The Bikeriders”, de Jeff Nichols, que já estreou em Telluride onde foi bem recebido e a prestação de Hardy foi comparada a Marlon Brando ou Robert De Niro, no entanto não parece que o filme vai conseguir marcar presença suficiente na temporada para que Hardy ou Jodie Comer, considerada o grande destaque do filme, consigam chegar ao Óscar, mesmo que surjam em algum percursor televisivo.

Awardswatch mencionava ainda Willem Dafoe por “Poor Things”, ainda antes de ver o filme. Aclamado em Veneza e Telluride, o filme protagonizado por Emma Stone já é considerado um dos melhores do ano e pode ser um concorrente muito mais forte para a Searchlight, do que se previa.

Dafoe foi mencionado em algumas críticas como estando bastante bem, mas é Mark Ruffalo, num papel comparado ao Ken de Gosling, que parece ser o consenso dos secundários. Se o filme de Yorgos Lanthimos for tão forte como se anuncia por aí, Ruffalo será, certamente, convidado para a festa. Não sendo descabido que Dafoe possa vir à boleia também.

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Teo Yoo pode concorrer nesta categoria pela sua impactante prestação em “Past Lives” |© A24

No GoldDerby há ainda a menção a John Magaro que vive Arthur, o marido de Nora (Greta Lee), em “Past Lives”, de Celine Song. Inicialmente, acreditei que estaríamos a falar de um grande concorrente para o Óscar, mas a perceção que tenho, atualmente, é que a estreia de Song é um filme demasiado discreto que precisa do impulso da crítica para se manter na corrida.

Nesse sentido, acredito que a comparação mais adequada seria “Aftersun e não “Tudo em Todo o Lado ao mesmo tempo”, já que se trata de um filme que se deu muito bem junto da crítica com uma forte componente emocional, mas que acabou por nunca conseguir firmar o seu nome na corrida do Óscar, porque a crítica escolheu impulsionar outros títulos mais vistosos na sua temporada de premiações.

E mesmo que “Past Lives” até conquiste o seu lugar nas categorias principais, é plausível que John Magaro, que apresenta uma performance silenciosamente devastadora, seja preterido em função de desempenhos mais chamativos.

Vale ainda lembrar que Teo Yoo assume um papel de protagonismo no filme, mas se a A24 escolher promovê-lo como secundário, o caminho fica ainda mais dificultado para Magaro, já que Yoo tem uma presença mais constante e impactante, ao longo de todo o filme.

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O novato Dominic Sessa  pode conseguir um lugar na corrida com “The Holdovers” © Miramax

Um nome que ainda não está no radar de toda a gente, mas que deverá surgir nas próximas atualizações é Dominic Sessa (“The Holdovers”), que foi um dos aspetos mais destacados nas críticas altamente positivas da estreia do filme em Telluride.

A dramédia de Alexander Payne confirmou-se como o grande candidato que se esperava, Paul Giamatti e Da’Vine Joy Randolph foram aclamados, com o novato a ser referido como uma descoberta a manter debaixo de olho.

Talvez, Sessa possa ser o próximo Lucas Hedges (“Manchester by the Sea”) e beneficiar de um filme com força na corrida que deverá conquistar, pelo menos, duas nomeações em categorias de representação.

Outro filme que tomou Telluride de assalto e que se prepara para dominar a conversa nos próximos meses é “All of Us Strangers”, de Andrew Haigh, que já conquistou forte buzz para Andrew Scott, Claire Foy e Paul Mescal.

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Em fase espetacular da carreira, Paul Mescal pode voltar ao Óscar com “All of Us Strangers” © HBO Portugal

Neste emocionante drama romântico com contornos de fantasia, Adam (Scott) é um guionista que vive em Londres, que após se cruzar com o seu misterioso vizinho Harry (Mescal) é transportado de volta para a sua casa de infância onde encontra os seus pais (Jamie Bell e Claire Foy), supostamente mortos, com a mesma idade que tinham quando faleceram.

Mescal, que já foi abraçado pela Academia no já mencionado “Aftersun”, pode beneficiar desta fase ascendente na sua carreira para conquistar mais uma nomeação, principalmente se o filme de Andrew Haigh conseguir transformar todas estas lágrimas e entusiasmo em nomeações e troféus da crítica.

Para além de todos estes nomes citados, poderão surgir na corrida ainda atores como Jeremy Allen White por “The Iron Claw”, de Sean Durkin; Jesse Plemons por “Killers of the Flower Moon”; de Martin Scorsese; Glenn Howerton por “BlackBerry”, de Matthew Johnson; Jason Bateman ou Chris Messina por “Air”, de Ben Affleck; Glynn Turman por “Rustin”, de George C. Wolfe, entre muitos outros.

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Tendo em conta as atualizações vindas dos festivais e alguma especulação do que ainda está por vir, estes são os cinco atores que eu considero para uma nomeação em Melhor Ator Secundário no Óscar 2024:

  1. Ryan Gosling – “Barbie”
  2. Robert Downey Jr. – “Oppenheimer”
  3. Robert De Niro – “Killers of the Flower Moon”
  4. Mark Ruffalo – “Poor Things”
  5. Dominic Sessa – “The Holdovers”

E tu, quem é a tua escolha neste duelo Barbenheimer? Gosling ou Downey Jr.?



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