A Caminho dos Óscares 2019: As favoritas ao prémio de Melhor Atriz
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A luta é claramente a três e dentro de menos de dois meses será conhecida a vencedora. Olivia Colman, Lady Gaga e Glenn Close lutam por um muito ambicionado Óscar, mas há outras atrizes na corrida que lhe podem importunar o caminho triunfante.
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Há que dizê-lo: esta é uma das mais bizarras temporadas de prémios de que há memória. Na categoria de Melhor Ator, há três candidatos com iguais hipóteses de vencer (Bradley Cooper, Christian Bale e Rami Malek). Já na categoria de Melhor Ator Secundário, Mahershala Ali parece ser favorito por “Green Book”, mas há ainda Richard E. Grant e Timothée Chalamet no seu encalço, ao passo que na categoria de Melhor Atriz Secundária, a luta parece ser entre Regina King (que, surpreendentemente, foi ignorada nos importantes prémios do Sindicato de Atores) e a injustiçada Amy Adams (em vias de se tornar uma das atrizes, de sempre, com mais nomeações aos Óscares sem qualquer vitória). E nem só nas categorias de atores reina a confusão: é certo que Alfonso Cuarón segue firme como Melhor Realizador, mas na categoria de Melhor Filme as hipóteses são imensas (Roma, Black Panther, Assim Nasce Uma Estrela, BlacKkKlansman, A Favorita, Bohemian Raphsody, Green Book… todos podem vencer).
A categoria de Melhor Atriz não foge a este padrão de bizarria. Nesta luta titânica entre três atrizes pela estatueta dourada (Lady Gaga, Glenn Close e Olivia Colman), as dúvidas residem sobre quem ocupará as duas vagas ao lado desse trio. Ao longo das próximas páginas, analisamos as hipóteses de diversas atrizes numa nomeação ou até numa vitória na cerimónia dos Óscares 2019.
LADY GAGA por Assim Nasce Uma Estrela
Se os Globos de Ouro serviram para algo, foi para confirmar que Lady Gaga nunca foi tão favorita como pareceu ser a certo ponto da temporada de prémios. Ao colocar em confronto Gaga com Glenn Close na categoria de Melhor Atriz dramática, os Globos de Ouro ajudaram a clarificar algo que já poderia estar claro: Gaga será obviamente aclamada nos Óscares (por via de “Shallow”), mas não devemos esperar muito mais do que uma nomeação.
Lady Gaga colecionou as nomeações certas nos principais prémios (Critics’ Choice Awards – onde venceu ao lado de Glenn Close, SAG, Golden Globes), mas não tem conseguido vencer num número consistente de premiações. Para Gaga vencer, algo verdadeiramente surpreendente teria de acontecer nas próximas semanas – uma vitória nos SAG e/ou BAFTA, por exemplo, mas tal parece ser tarefa ainda mais difícil do que ganhar o Globo de Ouro.
OLIVIA COLMAN por A Favorita
Ela é a favorita de grande parte dos círculos de críticos americanos e o facto de ter concorrido nos Globos de Ouro na categoria de Melhor Atriz em Comédia/Musical favoreceu-a ainda mais, já que evitou o embate directo com Lady Gaga e Glenn Close. Olivia Colman é neste momento a grande opositora de Close pelo Óscar de Melhor Atriz e pode ter um trunfo na manga para usar mais tarde: os prémios BAFTA. Colman é britânica e é difícil imaginá-la a perder esse prémio para Glenn Close ou (mais remotamente) Lady Gaga.
GLENN CLOSE por A Mulher
São seis nomeações sem qualquer vitória nos Óscares. SEIS. Em “A Mulher”, Glenn Close pode nem ter a sua melhor interpretação da carreira (longe disso), mas esta pode ser a oportunidade ideal para a Academia fazer justiça por uma mulher que há muito já devia ter sido galardoada com Óscares (sim, no plural).
O filme de Björn Runge é fraquíssimo, mas a interpretação de Glenn Close eleva-o a níveis satisfatórios, e isso é dizer muito sobre a prestação da veterana. A vitória nos Globos de Ouro, com a oposição de Lady Gaga (e o consequente discurso emocionado e poderoso), pode tê-la catapultado para a frente da corrida nesta categoria. Para ser coroada vencedora do Óscar à sétima nomeação, Close parece só ter de ultrapassar mais um obstáculo: ganhar o prémio do Sindicato de Atores (prémio que ela nunca ganhou na sua carreira por um filme – venceu uma vez como Melhor Atriz em Minissérie). Nesse desafio titânico, só Olivia Colman a poderá derrotar.
MELISSA McCarthy por Can You Ever Forgive Me?
Analisado que está o trio de favoritas, chegamos aos nomes que devem preencher as restantes duas vagas nesta categoria. Melissa McCarthy pode somar a sua segunda nomeação para os Óscares por “Can You Ever Forgive Me?” (sem data de estreia em Portugal). No entanto, ao contrário das atrizes que se seguem neste artigo, Melissa McCarthy parece ter a sua nomeação bem consolidada, já que foi nomeada em múltiplos prémios ao longo da temporada (SAG, Golden Globes, Critics’ Choice Awards e diversos círculos de críticos), para além oferecer uma das interpretações mais elogiadas e surpreendentes da temporada.
EMILY BLUNT por O Regresso de Mary Poppins
Ainda nem as primeiras críticas tinham sido publicadas e “O Regresso de Mary Poppins” já surpreendia todos ao ser incluído em listas dos melhores filmes do ano, como a do American Film Insitute. Uma vez conhecidas essas primeiras críticas, o buzz que circundou este filme protagonizado por Emily Blunt esmoreceu um pouco, mas não ao ponto de evitar uma nomeação para Melhor Filme no Sindicato de Produtores e uma nomeação para Melhor Atriz no Sindicato de Atores. Ou seja, Emily Blunt tem fortes hipóteses de ser a quinta indicada ao Óscar de Melhor Atriz e pode fortalecer essa condição se conseguir a (aparentemente fácil) nomeação para o BAFTA.
NICOLE KIDMAN por Destroyer: Ajuste de Contas
Nicole Kidman já teve melhores dias nesta temporada de prémios. Por altura do Festival de Toronto, Kidman figurava-se como uma possível dupla nomeada nos Óscares (Melhor Atriz por este “Destroyer” e Melhor Atriz Secundária por “Boy Erased”), mas neste momento pode até nem ser indicada a nenhuma das categorias. A sua aclamada performance em “Destroyer” parece estar a ser fragilizada pela débil qualidade do filme no seu todo, e Kidman terá de lutar muito para conseguir agarrar a quinta vaga.
YALITZA APARICIO por Roma
“Roma”, de Alfonso Cuarón, tornou-se num dos principais vencedores dos Globos de Ouro e sairá certamente da cerimónia dos Óscares com alguns prémios no bolso (Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Realização e Melhor Cinematografia, pelo menos). Nessa perspetiva, não seria de espantar que a Academia apoiasse ainda mais o filme de Curarón nomeando a sua atriz principal, Yalitza Aparicio.
Sim, é uma aposta arriscada e com grandes probabilidades de insucesso, mas não convém retirar Yalitza da equação.
VIOLA DAVIS por Viúvas
Foi uma das primeiras mulheres a ser colocada na corrida pelos principais especialistas, mas a sua resiliência nesta temporada é deveras fraca (culpa do apelo mais mainstream do filme de Steve McQueen). Viola Davis conquistou uma importante nomeação nos prémios BAFTA, mas isso pode ser pouco para se tornar numa das cinco nomeadas ao Óscar de Melhor Atriz. A verdadade é que, daqui até ao dia em que serão conhecidas as nomeações (22 de janeiro), não há nada que Viola possa fazer para cimentar o seu reinado como a atriz negra mais nomeada de sempre.
TONI COLLETTE por Hereditário
Não nos passava pela cabeça que a soberba prestação de Toni Collette em “Hereditário” fosse passar tão despercebida pela temporada de prémios. E a verdade é que foi isso que aconteceu. O facto de ser uma atriz no seio de um filme de terror (género pouco apreciado pela Academia) não a ajuda… tenhamos esperanças!
ELSIE FISHER por Eighth Grade
É a mais jovem atriz deste lote e uma das revelações do ano em “Eighth Grade” (sem estreia em Portugal). Se nos recordarmos da recente nomeação da jovem atriz Quvenzhané Wallis por “Bestas do Sul Selvagem”, só podemos encarar Elsie Fisher como uma possível surpresa no lote das cinco nomeadas.
O que pensas destas potenciais candidatas a uma nomeação à estatueta dourada?