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20 Filmes elegíveis para os Óscares 2021

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Apesar da pandemia, a primeira metade de 2020 apresentou alguns filmes com potencial para concorrem aos Óscares de 2021.

Com os cinemas fechados, festivais cancelados e estreias constantemente adiadas, os Óscares 2021 pareciam desprovidos de candidatos. No entanto, estes 20 filmes destacaram-se ainda que possam não ser os “tradicionais” concorrentes. Se tudo correr como esperado, esses deverão estrear no outono aquando a sua época. Mas, mesmo que a Academia não tivesse adiado a cerimónia de 28 de fevereiro para 25 de abril 2021, a listagem abaixo seria capaz de formar uma interessante corrida à cobiçada estatueta.

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2020 poderá ser o ano de Elisabeth Moss | © NOS Audiovisuais
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Uma das maiores mudanças para a 93ª edição dos Óscares da Academia é a entrada da regra temporária que permite que os filmes exibidos em streaming ou VOD possam entrar na corrida, desde que tivessem estreia em sala de cinema agendada. Desta forma, e tendo em conta o crescente número de plataformas de streaming, reunimos 20 títulos que têm potencial para se tornarem concorrentes aos Óscares 2021.


CRIP CAMP: UMA REVOLUÇÃO NA INCLUSÃO

crip camp netflix
© Patti Smolian/Netflix

Uma das apostas da Netflix para esta corrida, “Crip Camp: Uma Revolução na Inclusão” tinha estreia agendada para 25 de março em salas de cinema e na plataforma. O documentário assinado por Nicole Newnham e James LeBrecht teve a sua estreia mundial no festival Sundance em janeiro, onde foi premiado tornando-o um forte candidato na categoria de Melhor Documentário. A produção executiva contou com Barack e Michelle Obama, Tonia Davis e Priya Swaminathan e Howard Gertler, nomeado para um Óscar por “How to Survive a Plague”.

“Crip Camp” decorre na década de 70 no Campo Jened, um acampamento de Verão em Nova Iorque para adolescentes com incapacidade, de onde nasceu uma revolução que transformou vidas e deu origem a um movimento.


NEVER RARELY SOMETIMES ALWAYS

Never
©BBC Films

O filme que conquistou o nosso crítico José Vieira Mendes no 70º Festival de Berlim reúne todos os fatores para o voltar a fazer na corrida aos Óscares 2021:

‘Never Rarely Sometimes Always’ , de Eliza Hittman é um extraordinário e envolvente relato sobre uma adolescente, de uma pequena cidade do interior dos EUA, que tem de lidar com uma gravidez não-planeada. […] ‘Never Rarely Sometimes Always’ é um filme de uma espantosa economia de meios ao nível do argumento e diálogos (os silêncios e os ‘okay’ são vitais), e que conta a história de Autumm (Sidney Flanigan) uma miúda de 17 anos que frequenta o ensino médio e, cresceu num ambiente da classe média baixa, da zona rural da Pensilvânia, onde a vida é monótona e aparentemente tranquila.” – José Vieira Mendes


O HOMEM INVISÍVEL

elisabeth moss
© 2020 Universal Pictures

Antes de qualquer julgamento, não podemos contrariar o facto de que “O Homem Invisível” alcançou mais de 100 milhões de dólares de receita mundial para a Universal Pictures aquando a sua estreia em fevereiro, tornando-o um dos maiores êxitos de bilheteira do ano.

Sabemos que grande parte do filme se deve à prestação de Elisabeth Moss, que parece transformar tudo o que entra em ouro. Quer receba ou não o chamado “Oscar buzz”, é certo que esta nova versão de “O Homem Invisível” é um dos filmes de estúdio com mais críticas de 2020.


BORA LÁ!

bora lá
© 2020 Disney/ Pixar

O único candidato na categoria de animação estreado dentro das novas regras da Academia. Já disponível na Apple TV+ (e em setembro na Disney+), “Bora Lá!” é a aventura mágica de dois irmãos elfos que ganham uma rara oportunidade. Por cá, a animação foi o filme mais visto no fim-de-semana de estreia, a 5 de março, e embora não seja o filme mais inovador da Pixar, não deixa de ser um épico de fantasia para toda a família. E, tendo em conta que “Soul” – o esperado concorrente de 2021 – só deverá estrear a 19 de novembro, “Bora Lá!” seria o candidato mais provável dos estúdios.


FIRST COW

First Cow
©70ª Berlinale

Igualmente apresentado durante a última edição do Berlinale, “First Cow” é o mais recente filme da realizadora Kelly Reichardt (“Certain Women“), que desta vez parte para o oeste selvagem para contar a história de dois amigos ‘empreendedores.’

Um filme magnifico — que nos fez sentir só ao terceiro dia, de que vale a pena estar nesta renovada Berlinale 2020 — feito a partir do romance ‘Half Life’, (2005) de Jonathan Raymond. Silenciosamente, obliquamente e sem grande estardalhaço, Kelly Reichardt volta a confirmar o seu enorme talento para contar boas e pequenas histórias, mas de grande significado sobre uma América das promessas, longe das cidades, dos grandes cenários e dos aparatos técnicos dos estúdios. Reichardt tornou-se quase uma espécie de cronista histórica, da América profunda, da natureza, revelando lutas solitárias de pessoas das classes mais desfavorecidas que batalharam e, inevitavelmente, fracassaram, para conseguirem o seu pedaço do sonho americano.” – José Vieira Mendes


THE ASSISTANT

The Assistant Julia Garner
© Ty Johnson / Bleecker Street

Julia Garner prepara-se para impressionar a Academia de Cinema, depois de já ter conquistado a de Televisão com um Emmy pelo seu trabalho em “Ozark”. Em “The Assistant”, a atriz dá vida a uma jovem secretária que vive uma vida atarefada, assumindo um carga excessiva de trabalho e vendo-se obrigada a executar algumas tarefas perturbadoras exigidas pelos seus superiores.

Escrito e realizado por Kitty Green (“Ukraine Is Not A Brothel”), a longa metragem tem por base o escândalo Harvey Weinstein, explorando o que acontece quando uma pessoa atinge o limite no seu local de trabalho.


SWALLOW

óscares 2021 swallow
© IFC Films

O novo projeto de Carlo Mirabella-Davis (“Knife Point”) tem vindo a arrecadar alguns prémios e nomeações em festivais norte-americanos, incluindo o Tribeca de Melhor Atriz para Haley Bennet. Não é o típico concorrente aos Óscares, mas como referimos 2021 poderá ser uma corrida atípica.

“Swallow” narra a história de Hunter (Bennet), uma dona de casa grávida, que descobre uma estranha e crescente obsessão por consumir objetos perigosos. À medida que o marido e a sua família apertam o controlo sobre a sua vida, a jovem terá de confrontar o seu segredo.


EMMA

emma
© 2019 Universal Pictures

Um forte candidato a Melhor Guarda-Roupa e Design de Produção, “Emma” é uma nova adaptação do clássico de Jane Austen que marca a estreia da cineasta Autumn de Wilde nas longas-metragem. Em solo norte-americano, o filme ainda conseguiu uma estreia normal, mas por cá foi adiado devido ao COVID-19 encontrando-se à espera de nova data.

Bonita, inteligente e rica, Emma Woodhouse (Anya Taylor-Joy) é uma inquieta abelha rainha sem rivais na sua pequena e adormecida cidade. Nesta cintilante sátira das classes sociais e das dores de crescimento, ela tem de se aventurar por equívocos e erros românticos para encontrar o amor.”


O CAMINHO DE VOLTA

O Caminho de Volta
© NOS Audiovisuais

O Caminho de Volta” teve o azar – ou a sorte – de estrear precisamente uma semana antes do confinamento. No entanto, os cinemas Castello Lopes, que já se encontram abertos, voltaram a colocar o filme em cartaz, ou seja, o mesmo ganhou quase que uma dupla estreia. Trata-se de um drama que volta a juntar o realizador Gavin O’Connor (“The Accountant – Acerto de Contas”) e Ben Affleck, desta vez no universo desportivo, para aquela que poderá ser a prestação capaz de chamar a atenção da Academia.

Para quem tiver acesso à Apple TV+, “O Caminho de Volta” já se encontra disponível na plataforma.


SAINT FRANCES

óscares 2021 saint frances
© Visit Films – Photo by Corey Stein

“Saint Frances” é o resultado escrito e protagonizado por Kelly O’Sullivan de um drama comum, mas que conquistou o público no Festival SXSW o ano passado, levando para casa o respetivo prémio da audiência. Ainda sem data nacional, o filme segue a história de uma mulher que é forçada a lidar com uma gravidez indesejada ao mesmo tempo que arranja um novo trabalho enquanto ama de uma rapariga de seis anos.


TRUE HISTORY OF THE KELLY GANG

True Story of Kelly Gang
© Porchlight Films

Quem já o viu, descreve-o como um abrasador drama de crime violento, composto por personagens sem medo de arriscar. Inicialmente previsto para 12 de março, “True History of the Kelly Gang” é realizado por Justin Kurzel (“Assassin’s Creed“), que parece encontrar aqui um género mais à sua imagem. Tanto a fotografia, como a prestação secundária de Russell Crowe, têm gerado boas críticas. Por cá, vamos ter de esperar para ver se este também será um filme com “dupla estreia”, como aconteceu com “O Caminho de Volta.”


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© Impact Partners

Outro potencial candidato à categoria de Melhor Documentário, “Spaceship Earth” também se destacou aquando a estreia no Sundance. O filme estava inicialmente planeado para lançamento nos cinemas, mas a estratégia foi alterada tendo sido divulgado em cinemas virtuais pelos E.U.A.

Em “Spaceship Earth”, o realizador Matt Wolff recorre a imagens de arquivo em conjunto com novas entrevistas para contar a história do Biosfera 2, uma redoma gigante construída em 1991 no deserto do Arizona que replica o ecossistema da Terra.


BACURAU

óscares 2021 bacurau
© MOTELX

“Bacurau” estreou o ano passado em Portugal durante o  MOTELx, depois de ter passado pelo Festival de Cannes, onde ganhou o Prémio do Júri. O nosso crítico Cláudio Alves teve a oportunidade de ver a obra brasileira durante o festival de terror e descreveu-a como

Uma burlesca sátira política, com muito terror e western à mistura, que os realizadores Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho nos apresentam com sorrisos matreiros na cara e uns quantos triunfos escondidos na manga. Com atores do calibre de Udo Kier e Sônia Braga na equipa, grande fotografia, montagem e um guião endoidecido, o filme é um triunfo que entretém e galvaniza.” – Cláudio Alves

Embora a longa-metragem tenha estreado em 2019, só chegará às salas de cinema norte-americanas este ano tornando-o elegível para os Óscares 2021.


CIRCUS OF BOOKS

óscares 2021 circus of books
© Netflix

O documentário estreia de Rachel Mason e produzido por Ryan Murphy foi um dos destaques do Festival de Tribeca de 2019, tendo sido largamente bem recebido pela crítica. Tanto que a Netflix tinha planos para o lançar em salas de cinema seleccionadas, algo que infelizmente ficou em pausa devido à pandemia.

No entanto, já podes ver “Circus of Books” no conforto do sofá através da plataforma de streaming. O mesmo incide sobre a loja de pornografia gay “Circus of Books”, que durante mais de 35 anos proporcionou aos membros da comunidade LGBT+ de Los Angeles um espaço para socializarem e celebrarem quem são, sem serem julgados. O que muitos clientes ignoravam é que a loja era gerida pelos proprietários Karen e Barry Mason, um casal heterossexual comum, com três crianças que frequentavam uma escola religiosa e que desconheciam qual era o negócio dos pais. Rachel é uma das filhas do casal que tem finalmente a oportunidade de perguntar às pessoas menos radicais que conhece — os seus pais — como é que se tornaram os maiores distribuidores de porno gay nos EUA, e porque é que Karen reagiu de forma tão negativa quando o seu próprio filho saiu do armário.


DA 5 BLOODS: IRMÃOS DE ARMAS

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© Netflix

2019 foi o ano em que Spike Lee levou finalmente o Óscar para casa pelo argumento de “BlacKkKlansman“, também nomeado para Melhor Filme e Realização. 2020 poderá correr ainda melhor se a Netflix apostar forte na campanha de “Da 5 Bloods: Irmãos de Armas” para os Óscares 2021. O filme já se encontra disponível na plataforma, resta saber se ainda irá para as salas de cinema como inicialmente programado.

Para além de possíveis nomeações nas principais categorias, nesta fase da corrida, Delroy Lindo apresenta-se como um potencial candidato ao Óscar de Melhor Ator.


THE VAST OF THE NIGHT

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© House of Montague

A estreia cinematográfica de Andrew Patterson centra-se em dois amigos adolescentes nos anos 50, no Novo México, que descobrem um som de outro mundo durante o seu trabalho na rádio local. “The Vast of the Night” tem sido elogiado, tendo ganho o prémio de Melhor Narrativa pela audiência no Slamdance Film Festival de 2019.

O drama de ficção científica já se encontra disponível na Amazon Prime.


THE SURROGATE

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© 2020 Nouns LLC.

“The Surrogate” poderá ser aquele indie que a Academia tende a ignorar, mas dado o atual panorama para esta temporada nunca se sabe a situação não se poderá inverter. A longa-metragem iria ser apresentada no SXSW e daí partir para as salas de cinema. Jasmine Batchelor tem sido bastante elogiada pela crítica enquanto Jess, uma mulher que aceita ser a barriga de aluguer do seu melhor amigo, no entanto às 12 semanas de gestação algo inesperado acontece levantando um dilema moral.


O REI DE STATEN ISLAND

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© 2020 UNIVERSAL STUDIOS

“O Rei de Stanten Island” tem sido apontado como o melhor trabalho de Judd Apatow desde “Gente Gira” (2009). O filme é baseado na vida real do próprio protagonista, Pete Davidson, após a morte do seu pai.

Em Portugal, “O Rei de Stanten Island” encontra-se no calendário da Cinemundo com estreia prevista para 20 de agosto.


BABYTEETH

Babyteeth
© Whitefalk Films

Apresentado no 76º Festival de Veneza, “Babyteeth” marca a estreia da australiana Shannon Murphy num à primeira vista banal drama adolescente. Eliza Scanlen (“Sharp Objects”) dá vida à adolescente protagonista, vítima de uma doença terminal e que se apaixona por um jovem traficante de drogas – o pior pesadelo dos seus pais.

Durante a cobertura do Festival, o crítico da Magazine.HD José Vieira Mendes escreveu:

O grande mérito deste ‘Babyteeth’, é que segue um caminho pouco convencional e experimental com a cineasta Shannon Murphy a derrubar os cânones dos filmes de adolescentes, quebrando a ficção narrativa através de títulos que formam quadros (quase teatrais), músicas e a percepção de um olhar e cores vivas, que parecem da banda desenhada ou novelas gráficas. ‘Babyteeth’ pode ser uma concentração de contradições: enquanto a vida explode, a jovem-protagonista dança num estranho abismo que a aproxima da morte, mas sempre num equilibrado registo entre o humor e a dor.


SHIRLEY

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© 2018 Thatcher Keats

Ao que tudo indica, “Shirley” deverá ser mais um filme na lista dourada de Elisabeth Moss e poderá valer-lhe um bilhete para os Óscares 2021. A longa-metragem foi o grande vencedor do Sundance Film Festival deste ano, tendo sido igualmente nomeado no festival de Berlim.

Realizado por Josephine Decker (“Madeline’s Madeline“), “Shirley” é uma biografia ficcional da autora de “A Maldição de Hill House”, revelando uma possível inspiração para aquele que se tornaria num dos maiores êxitos literários de terror.

Se fosse agora, qual seria o filme que elegias como o Melhor de 2020?

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