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Óscar Melhor Argumento Adaptado | Oppenheimer e Assassinos da Lua das Flores num verdadeiro duelo de titãs

A categoria de Melhor Argumento Adaptado será decisiva para encontrar o Melhor Filme nos Óscares 2024.

Nas últimas semanas, a Warner Bros. anunciou que iria promover “Barbie” na categoria de Melhor Argumento Original. Como já tinha mencionado anteriormente, trata-se de uma categoria mais respirável e não é de admirar que este seja o posicionamento do estúdio.

Todavia, como o passado já comprovou, pouco importa a decisão tomada pela distribuidora, mas sim o que dirá a Academia, após validar se o argumento tem ou não condições de ser considerado um trabalho original.

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A Academia é quem vai analisar se o argumento de “Barbie” deve ser considerada original ou não © Warner Bros.

Como já tínhamos visto, o Óscar tem um historial bastante exigente e rígido com o que considera material adaptado, como os casos recentes de “Whiplash” ou “Moonlight”. Portanto, mesmo com o posicionamento da Warner, irei continuar a posicionar “Barbie” nesta presente categoria, até que a Academia confirme o seu veredito.

Ao contrário do que seria de se esperar, ainda não há um consenso entre os apostadores no que diz respeito a quem é o favorito nesta categoria. Para o GoldDerby, “Assassinos da Lua das Flores segue na frente, mas AwardsWatch acredita que é “Oppenheimer” quem vai vencer. Por sua vez, a Variety coloca “Poor Things” na dianteira.

Isto ilustra o quão competitiva é esta categoria que coloca em confronto direto aqueles que são os grandes favoritos à estatueta de Melhor Filme, podendo estar aqui a chave para decifrar quem será o premiado.

Nos últimos anos, vencer a categoria de Melhor Argumento tem sido essencial para um filme, como ditam os exemplos de “Spotlight”, “Green Book” ou “CODA”. Se o próximo Melhor Filme estiver aqui, é difícil imaginá-lo a ser derrotado pela sua competição direta.

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© 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

Começando por “Oppenheimer”, visto como o frontrunner, é justamente o quão improvável que eu considero que Christopher Nolan triunfe nesta categoria, que me faz hesitar em prever o filme nas categorias principais. O argumento está longe de ser fraco, mas não me parece ter expressão suficiente para superar propostas mais inventivas ou mais pertinentes.

Todavia, se a paixão estiver lá como se imagina que esteja, nada impede Nolan de arrecadar mais um Óscar e cimentar o seu favoritismo com esta categoria.

“Assassinos da Lua das Flores” é um caso particularmente fascinante, já que parece estar mais alinhado para vencer nesta categoria do que em Melhor Filme ou Melhor Realizador.

Ajuda certamente que a grande narrativa da campanha e promoção do filme esteja relacionada com a forma como Scorsese e Eric Roth repensaram o guião do filme para mergulhar mais a fundo na questão que queriam retratar.

Inicialmente, a história funcionaria como um policial em que Leonardo DiCaprio surgiria como uma espécie de “white saviour” para investigar os crimes. Na versão que foi para os cinemas, a perspetiva adotada é do romance complexo e trágico entre Ernest (DiCaprio) e Mollie (Lily Gladstone).

Há ainda dúvidas sobre a representatividade e as escolhas de Scorsese, mas o próprio filme convida a esse debate e toda essa abertura para discussão e reflexão acabará por ser uma mais-valia na hora de votar.

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© Searchlight Pictures

Entre estes candidatos mais fortes está “Poor Things”, escrito por Tony McNamara (“A Favorita”), que se destaca como o tipo de proposta que a Academia tem escolhido abraçar. Trata-se de um projeto com uma natureza estranha, arrojada e que usa essa construção de universo para transmitir uma mensagem de empoderamento feminino.

Vencedor do Leão de Ouro, estamos perante um filme que tomou totalmente de assalto a corrida graças às reações efusivas e apaixonantes que causou no público dos festivais. Vale mesmo a pena ficar atento a este filme que pode ter vindo para estragar a festa a Christopher Nolan.

Outro filme que é uma constante nas previsões da categoria é “American Fiction”, escrito e realizado por Cord Jefferson. Esta comédia satírica estreou em Toronto totalmente fora do radar e saiu de lá com o desejado People’s Choice Award do festival.

Claire Folger © 2023 Orion Releasing LLC. All Rights Reserved.

Imediatamente atirado para a corrida ao Óscar, este é um filme que nos conta a história de Monk (Jeffrey Wright), um romancista frustrado que está farto que a indústria lucre com o entretenimento “negro” que depende de estereótipos cansados e ofensivos. Para provar o seu ponto de vista, Monk usa um pseudônimo para escrever o seu próprio livro “negro” bizarro, um livro que o leva ao coração da hipocrisia e da loucura que ele afirma desprezar.

Com uma ótima aprovação da crítica, uma temática pertinente e uma abordagem descrita como engraçada e pungente, pode estar aqui aquela surpresa da temporada que começa a ganhar cada vez mais espaço.

Se “American Fiction” for a ameaça que o The Hollywood Reporter acredita ser, esta é categoria que vai ditar o rumo dessa história.


Ainda nas previsões, há quem aponte “The Zone of Interest”, escrito e realizado por Jonathan Glazer. Descrito como uma experiência sensorial e imersiva que toma uma abordagem mais contemplativa que contrasta a vida idílica dos personagens com os horrores do holocausto.

Inicialmente, muitos críticos destacaram que o filme não seguia um modelo de narrativa tradicional e que tal poderia afastar a Academia. Todavia, se houver paixão pelo filme, esta é uma categoria onde pode facilmente entrar.

Outra obra que provocou muito entusiasmo, choro e paixão é “All of Us Strangers”, escrita e realizada por Andrew Haigh, a história de um guionista (Andrew Scott), atraído de volta à sua casa de infância, que inicia um relacionamento com um vizinho misterioso (Paul Mescal) e descobre que os seus pais (Claire Foy e Jamie Bell) estão lá exatamente iguais como quando morreram há 30 anos.

Ainda é cedo para perceber o quão longe é que a paixão pode carregar este filme, mas trata-se de um bom lugar para reconhecer esta emotiva história que propõem uma combinação de drama e fantasia.

© Big Picture Films

Ainda na corrida, podem surgir nomes como “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”, da autoria de Phil Lord, Chris Miller e David Callahan; “A Cor Púrpura”, da autoria de Marcus Gardley; “Priscilla”, escrito e realizado por Sofia Coppola ou até mesmo, “O Sabor da Vida”, de Tran Anh Hung.

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Perante tudo isto, estes são os cinco filmes que acredito serem nomeados nesta categoria nos Óscares 2024:

  1. Poor Things
  2. Barbie
  3. Assassinos da Lua das Flores
  4. Oppenheimer
  5. American Fiction

E tu, acreditas que o vencedor dos Óscares está nesta categoria?



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