©Paramount Pictures - ©Photo by ssi77 (Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

Óscares | A academia revela regra surpreendente para votantes

Nem tudo o que brilha é ouro, mas no caso dos Óscares, pelo menos agora terão de o ver para o provar.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, essa entidade por vezes tão misteriosa como um filme de David Lynch, decidiu sacudir o tapete vermelho com novas regras que prometem alterar a dinâmica das votações. Se antes um membro da Academia podia escolher os vencedores dos Óscares baseado no trailer ou no hype do Twitter, agora terá de fazer o que devia fazer desde o início: ver os filmes. Mas há mais. Desde a inteligência artificial até aos cineastas refugiados, as mudanças são significativas—e polémicas.

Lê Também:
O maior mistério de Sinners foi finalmente revelado por Ryan Coogler

A Academia exige que os votantes vejam os filmes (Sim, todos)

Kieran Culkin, nos Óscares
©A.M.P.A.S.

Parece óbvio, não? Quem vota nos Óscares devia, no mínimo, ter visto os filmes em competição. Mas, até agora, a Academia apenas encorajava os membros a assistirem às nomeações—e muitos confessavam, em votações anónimas, que nem sequer tinham terminado certas obras. Um escândalo silencioso, mas que influenciava diretamente quem levava a estatueta para casa. A partir de agora, a regra é clara: deve-se ver todos os filmes nomeados na respetiva categoria para votar na ronda final.

Esta mudança surge num contexto em que a indústria discute cada vez mais a legitimidade das premiações. Se um filme de três horas é ignorado porque “ninguém teve tempo”, ou se uma obra menos mediática perde porque os votantes preferiram ver “The Batman” na HBO Max, a credibilidade dos Óscares fica em causa. A Academia parece finalmente ter acordado para o problema—mas será que os seus membros vão cumprir?

Além disso, a nova categoria de Melhor Casting terá um processo peculiar: após uma pré-seleção de 10 filmes, os membros do ramo serão convidados para uma apresentação especial, com direito a perguntas e respostas. Quase como um reality show de Hollywood, mas com menos drama (ou talvez não).

Lê Também:
Depois de "A Substância", Margaret Qualley regressa ao cinema com entusiasmante trilogia

AI, refugiados e outras revoluções

Óscares No Other Land
©A.M.P.A.S.

A inteligência artificial tem sido o elefante na sala dos Óscares—e a Academia decidiu abordá-la de frente. A nova regra afirma que o uso de ferramentas de IA “nem ajuda nem prejudica as hipóteses de nomeação”. Ou seja, o que importa é o toque humano. Como declararam no site oficial: “A Academia e cada ramo avaliarão o mérito, tendo em conta o grau em que um ser humano esteve no centro da autoria criativa.” Uma posição ambígua, mas que reflete o dilema da indústria: como regular o que mal se compreende?

Já no que toca ao cinema internacional, a mudança é mais humana—e urgente. Cineastas refugiados ou em situação de asilo poderão agora representar-se por um país que não o seu. A regra mantém o sistema de submissões por nações, mas abre exceções para quem fugiu de regimes opressivos. Um avanço significativo, ainda que tardio. Basta lembrar o caso de Mohammad Rasoulof, que escapou do Irão para evitar prisão e açoites, e viu o seu filme “The Seed of the Sacred Fig” nomeado pela Alemanha. Mas quantos outros ficaram pelo caminho?

Os Óscares movem-se devagar, mas parecem estar a acelerar o passo. Será que estas mudanças vão trazer mais justiça—ou apenas mais burocracia?

Achas que os votantes deviam ser obrigados a ver todos os filmes, ou isto é um exagero? Deixe a tua opinião nos comentários. 


Loading poll ...
Em breve
A Tua Opinião Conta: Qual dos serviços mais usas?

Também do teu Interesse:



About The Author


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *