Estes são os vencedores mais jovens da história dos Óscares
Com a 96ª cerimónia dos Óscares cada vez mais perto, a MHD apresenta uma lista com os vencedores mais jovens da história da Academia.
Para marcar a aproximação dos Óscares, a MHD reuniu uma lista com os vencedores mais jovens da história dos Óscares por categoria. Desta forma, é possível captar algumas tendências e entender como funciona mais ou menos a divisão etária nos Óscares.
Quando olhamos para as categorias de representação, é curioso notar que as quatro pessoas que detêm o recorde nas suas respetivas divisões nunca voltaram a ser nomeadas nessa área, levando uma carreira muito distante deste nível de glória inicial. O que alimenta a ideia de que existe uma certa maldição que pode estar associada a vencer um Óscar tão cedo na vida artística, já que coloca um alvo desnecessário nas costas do ator que terá sempre de atender ao potencial que Hollywood viu em si naquele trabalho específico.
A 96ª cerimónia dos Óscares acontece já no Domingo, dia 10 de março, pelas 23h00 em Portugal Continental e contará com Jimmy Kimmel na apresentação pela quarta vez.
DAMIEN CHAZELLE (32 ANOS) – MELHOR REALIZADOR
A conquista do jovem realizador deu-se na infame cerimónia de 2017 com o seu trabalho no musical “La La Land” protagonizado por Emma Stone e Ryan Gosling. Com 32 anos e 38 dias, Chazelle tornou-se assim a pessoa mais nova a vencer na categoria de Melhor Realização nos Óscares, destronando Norman Taurog (“Skippy”) que em 1932 havia vencido com 32 anos e 260 dias.
Entre os vencedores mais jovens da categoria destacam-se nomes como Lewis Milestone – 33 anos (“Two Arabian Nights”), Sam Mendes – 34 anos (“Beleza Americana”) e mais recentemente, a dupla Daniel Kwan & Daniel Scheinert que, aos 35 anos, triunfou por “Tudo em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo”.
CHARLIE WACHTEL (32 ANOS) – MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
Com a vitória de “BlacKkKlansman: O Infiltrado” nos Óscares, o veterano Spike Lee tornou-se finalmente um cineasta oscarizado, já que o realizador co-assinou o argumento deste tenso drama biográfico criminal ao lado de Charlie Wachtel, David Rabinowitz e Kevin Wilmott. Algo que acabou por passar despercebido é que Wachtel tornou-se o argumentista mais jovem a vencer nesta categoria.
Nos últimos anos, nomes como Sarah Polley – 44 anos (“A Voz das Mulheres”), Sian Heder – 45 anos (“CODA – No Ritmo do Coração”) e a dupla Florian Zeller – 42 anos e Christopher Hampton – 75 anos (“O Pai”) foram reconhecidos pela categoria. Este ano, a principal disputa está entre Cord Jefferson – 42 anos (“American Fiction”) e Greta Gerwig – 40 anos e Noah Baumbach – 54 anos (“Barbie”).
FLOYD CROSBY (31 ANOS) – MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Pelo seu trabalho em “Tabu: A Story of the South Seas”, de F. W. Murnau, o jovem diretor de fotografia Floyd Crosby fez história nos Óscares na cerimónia de 1932.
Nos últimos anos, esta categoria tem premiado nomes como James Friend – 37 anos (“A Oeste Nada de Novo”), Greig Fraser – 47 anos (“Dune”) e Erik Messerschmidt – 41 anos (“Mank”). Este ano, o veterano Hoyte van Hoytema – 52 anos é o grande favorito graças ao seu trabalho em “Oppenheimer”.
ADRIEN BRODY (29 ANOS) – MELHOR ATOR
Em 2003 naquele que é talvez o último verdadeiro choque nas categorias de representação da história dos Óscares, o jovem Adrien Brody surpreendeu tudo e todos ao derrotar o grande favorito Daniel Day-Lewis (“Gangues de Nova York”) pela sua prestação em “O Pianista”, sem ter triunfado em nenhum dos outros prémios televisivos. Brody tornou-se assim o primeiro e único homem a vencer esta categoria antes dos 30 anos.
Historicamente, esta é uma categoria muito relutante em reconhecer talentos mais jovens, obrigando-os a pagar as suas “dívidas” com a indústria, que o diga Leonardo DiCaprio que só aos 42 anos e na sua quinta nomeação é que conseguiu levar a estatueta para casa.
NORMAN WANSTALL (29 ANOS) – MELHORES EFEITOS SONOROS
Em 1965, o sonoplasta Norman Wanstall firmou o seu nome nos Óscares ao ser reconhecido pelo seu trabalho em “007 – Goldfinger“.
Desde a cerimónia de 2021, que a Academia contempla o trabalho sonoro em apenas uma categoria, este ano é esperado que Gary A. Rizzo – 52 anos, Kevin O’Connell – 66 anos, Willie D. Burton – 71 anos, Richard King vençam pelo seu contributo em “Oppenheimer”.
DAVID BRENNER (27 ANOS) – MELHOR MONTAGEM
Pelo seu trabalho no filme “Nascido a 4 de Julho”, de Oliver Stone, o jovem montador David Brenner tornou-se em 1990 o mais jovem a ser agraciado com um Óscar nesta categoria. Durante a sua carreira, Brenner trabalhou com Zack Snyder em “Batman vs. Super-Homem” ou “Homem de Aço” e voltou a colaborar com Stone em filmes como “The Doors” ou “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”.
Este ano, a categoria deve ser conquistada por Jennifer Lame (“Oppenheimer”), sendo que a lendária Thelma Schoonmaker – 84 anos (“Assassinos da Lua das Flores”) é uma das nomeadas.
MILENA CANONERO (26 ANOS) – MELHOR GUARDA-ROUPA
Ao lado de Ulla-Britt Söderlund – 32 anos, a estilista Milena Canonero fez história em 1976 com a sua vitória por “Barry Lyndon”, de Stanley Kubrick.
Porém, esta não foi a última vez que a italiana viria a subir a um palco para receber uma estatueta do Óscar, já que voltou a vencer mais três vezes, “Momentos de Glória” em 1982; “Maria Antonieta” em 2007 e “Grand Budapest Hotel” em 2015. É possível que Canonero volte a estar perto do palco dos Óscares já que um dos seus próximos projetos é o muito aguardado “Megalopolis”, de Francis Ford Coppola.
GORDON WILES (25 ANOS) – MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Pelo trabalho efetuado no filme histórico “Transatlantic” (1931) de William K. Howard, Willes foi reconhecido aos 25 anos. Este é um filme que mostra um grupo de passageiros de um navio que vê os seus limites testados depois de circunstâncias financeiras colocarem as suas vidas em risco.
Este ano, a categoria é disputada por Sarah Greenwood – 63 anos (“Barbie”) e a dupla James Price e Shona Heath – 50 anos (“Pobres Criaturas”). Na categoria, surge ainda o lendário Jack Fisk – 78 anos por “Assassinos da Lua das Flores”.
PRINCE (26 ANOS) – MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
Quando a Academia ainda reconhecia a Melhor Banda Sonora Original composta por canções, a estrela da pop Prince subiu ao palco, em 1985, para aceitar um prémio pelo seu trabalho no musical “Purple Rain”. O saudoso artista venceu também Melhor Canção Original pela música titular na mesma cerimónia.
Na cerimónia deste ano deverá ser o sueco Ludwig Göransson (“Oppenheimer”) a subir ao palco para receber, aos 39 anos, o seu segundo Óscar na categoria. Anteriormente, o compositor já tinha vencido em 2019 aos 35 anos pela banda sonora de “Black Panther: Pantera Negra”.
BEN AFFLECK (25 ANOS) – MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
Em 1998, o palco da categoria de Melhor Argumento Original foi tomado de assalto por uma dupla de jovens artistas que viriam a dar muito que falar no futuro. Aos 25 anos, Ben Affleck tornou-se assim o mais jovem argumentista a triunfar nesta categoria e fê-lo ao lado do melhor amigo, Matt Damon, pelo trabalho da dupla em “O Bom Rebelde”. Desde aí, Affleck já regressou ao palco do Óscar mais uma vez para aceitar o Óscar de Melhor Filme para “Argo”, juntamente com Grant Heslov e George Clooney.
Nos Óscares deste ano, é previsto que a vitória também esteja do lado de uma dupla dinâmica, o casal Justine Triet – 45 anos e Arthur Harari – 43 anos (“Anatomia de uma Queda”).
MICHÈLE BURKE (23 ANOS) – MELHOR CARACTERIZAÇÃO
A vencedora mais jovem na categoria de Melhor Caracterização foi Michéle Burke que, juntamente com Sarah Monzani – 33 anos, foi reconhecida por “Quest for Fire”, de Jean Jacques-Annaud. Obra ambientada na Idade da Pedra quando os primeiros humanos lutavam pelo controlo do fogo.
Burke viria a vencer mais um Óscar com “Drácula De Bram Stoker”, de Francis Ford Coppola, em 1993 tendo sido reconhecida mais 4 vezes, incluindo “Austin Powers: O Espião Irresistível“.
MARLEE MATLIN (21 ANOS) – MELHOR ATRIZ
Com apenas 21 anos, a atriz surda Marlee Matlin conquistou a tão cobiçada estatueta do Óscar ao protagonizar “Filhos de Um Deus Menor”, de Randa Haines. Ao contrário do que acontece em Melhor Ator, em que a tendência é não premiar os atores mais novos, a categoria de Melhor Atriz apresenta vários exemplos de premiadas com menos de 30 anos, destacando-se Jennifer Lawrence – 22 anos, Brie Larson – 26 anos ou Reese Witherspoon – 29 anos.
Depois de Michelle Yeoh ter triunfado no ano anterior aos 60 anos, este ano a estatueta está entre Lily Gladstone – 37 anos (“Assassinos da Lua das Flores”) e Emma Stone – 35 anos (“Pobres Criaturas”). Vale a pena recordar que também Emma – venceu o seu primeiro Óscar por “La La Land” antes dos 30, aos 28 anos.
TIMOTHY HUTTON (20 ANOS) – MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Pela sua interpretação em “Gente Vulgar” (1980), de Robert Redford o jovem Timothy Hutton tornou-se o mais novo a triunfar nesta categoria. Pode dizer-se que a vitória de Hutton é uma anomalia na categoria, já que os vencedores mais jovens que se seguiram foram George Chakiris (“West Side Story”), Cuba Gooding Jr. (“Jerry Maguire”) e Heath Ledger (“O Cavaleiro das Trevas”), todos com 29 anos.
Quando o vencedor desta categoria for chamado ao palco este ano, não esperem ver um jovem tímido e entusiasmado já que o grande favorito é o experiente Robert Downey Jr. – 58 anos (“Oppenheimer”).
MARKÉTA IRGLOVÁ (19 ANOS) – MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Provavelmente, muitos acreditavam que Billie Eilish – aos 20 anos, com o seu “No Time to Die” em 2022, era a mais nova a triunfar na categoria. Porém, antes da jovem prodígio, já a checa Markéta Irglová havia conquistado um prémio pela canção “Falling Slowly” ao lado de Glen Hansard pelo filme “Once”, de John Carney.
Porém, Eilish detém o feito de ser a única pessoa nascida nos anos 2000 a vencer um Óscar e ao que tudo indica, este ano terá mais um Óscar graças a “What was I Made for” (“Barbie”) para fazer companhia às suas outras dezenas de troféus.
TATUM O’NEAL (10 ANOS) – MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Em 1974, Tatum O’Neal surpreendeu ao conquistar um Óscar pelo seu desempenho em “Lua de Papel” , de Peter Bogdanovich. O mais engraçado é que O’Neal derrotou Linda Blair – 15 anos que era uma das favoritas pela sua lendária prestação em “O Exorcista”. Ao contrário do que ocorreu com Hutton, esta vitória não foi uma anomalia na categoria, já que Anna Paquin – 11 anos (“O Piano”) e Patty Duke – 16 anos (“O Milagre de Anne Sullivan”) também foram reconhecidas.
Este ano, Da’Vine Joy Randolph – 37 anos deverá vencer a categoria com a sua performance em “Os Excluídos”.
E tu, ficaste surpreendido com a idade de algum destes vencedores? Qual destas é a melhor vitória?