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Qual será a principal fonte de rendimento entre artistas e músicos na indústria musical?

A indústria musical está em constante mudança. Há várias fontes de rendimento entre os músicos e os artistas.

Fazer dinheiro com música nunca foi tarefa fácil, mas a forma como os músicos tentam sustentar-se tem mudado drasticamente nas últimas décadas. O modelo clássico, em que as editoras apostavam nos artistas e financiavam as suas carreiras, já não existe da mesma forma.

O streaming substituiu a venda de discos, mas os pagamentos que chegam aos músicos são muitas vezes irrisórios. Por outro lado, as novas tecnologias, como o blockchain e a descentralização, oferecem oportunidades alternativas para os artistas. Mas será que estas novas ferramentas são realmente viáveis?

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O impacto do streaming e a crise da remuneração dos artistas

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Nos anos 90 e início dos anos 2000, vender discos era a principal fonte de rendimento para os músicos. Bandas como Bush, liderada por Gavin Rossdale, podiam confiar na receita das vendas físicas, enquanto as editoras investiam nas suas carreiras. Hoje, a realidade é bem diferente. O streaming tornou-se o principal meio de consumo de música, mas a distribuição dos lucros tem sido fortemente criticada pelos artistas.

Gavin Rossdale, dos Bush, em recente entrevista, viu a indústria mudar radicalmente, expressa frustração com o atual modelo: “Antigamente, se fizesses algo bom, as pessoas compravam. Agora, se fizeres algo bom, as pessoas podem ouvi-lo em streaming. Mas como é que os músicos ganham dinheiro com isso? Eu não sei. É assustador”.

A Spotify, um dos gigantes do streaming, defende-se das críticas, afirmando que já pagou mais de 60 mil milhões de dólares à indústria musical. Segundo a plataforma, mais de 66 mil artistas ganham pelo menos 10 mil dólares por ano com os seus pagamentos. No entanto, a realidade é que a maior fatia desse dinheiro não chega diretamente aos artistas, mas sim às editoras e detentores dos direitos.


A ilusão da independência: entre a liberdade criativa e a dificuldade financeira

concerto metal
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Muitos músicos, especialmente os mais novos, vêem-se forçados a procurar outras fontes de rendimento, seja através de concertos, merchandising ou até mesmo crowdfunding. A cantora Muni Long detalhou os custos de gravar um álbum, estimando que pode facilmente ultrapassar os 300 mil dólares. Para muitos artistas, esse valor é impensável sem o apoio de uma editora.

Com o streaming e as redes sociais, teoricamente tornou-se mais fácil lançar música sem o apoio de uma grande editora. Artistas como Raye, Tinashe e Little Simz optaram pela independência para terem mais controlo sobre as suas carreiras. No entanto, essa liberdade tem um custo elevado.

Rachel Chinouriri, uma jovem cantora britânica, admitiu que a única forma de conseguir viver da música foi assinando contrato com a Parlophone. O apoio financeiro da editora permitiu-lhe focar-se na música sem se preocupar com os custos astronómicos de produção e promoção. Mesmo artistas independentes de sucesso, como Raye, admitiram que, apesar de conseguirem sustentar-se, não geram grandes lucros.


Adeus ao Streaming?

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Face à insatisfação com o streaming tradicional e as dificuldades da independência, novas plataformas como a Audius surgem como uma alternativa. Criada para dar mais controlo aos artistas sobre a sua música, Audius é uma plataforma descentralizada baseada em blockchain.

Inicialmente promovida como um “SoundCloud na blockchain”, a Audius permite que os artistas decidam os preços das suas músicas, sem intermediários. Alguns músicos já estão a cobrar mais de 50 dólares pelo acesso ilimitado ao seu conteúdo, conseguindo gerar rendimentos significativos com um número reduzido de fãs.

O CEO da Audius, Roneil Rumburg, acredita que a plataforma pode mudar a forma como os músicos geram receita: “Nos últimos anos, temos focado na monetização. Muitos artistas estão a começar a gerar receitas significativas, e isso tem sido entusiasmante.”

No entanto, a Audius ainda enfrenta desafios, nomeadamente o equilíbrio entre o crescimento dos artistas, dos fãs e dos operadores da infraestrutura. Se o número de artistas crescer mais rapidamente do que o número de utilizadores ou servidores disponíveis, a plataforma pode enfrentar dificuldades. A indústria musical continua num período de transição, onde nenhuma solução é perfeita. O streaming democratizou o acesso à música, mas tornou difícil para os artistas ganharem a vida. A independência dá controlo criativo, mas exige grandes investimentos e um planeamento meticuloso. Já a descentralização com plataformas como a Audius oferece uma nova abordagem, mas ainda está longe de ser um modelo amplamente adotado.

Para os músicos, o caminho para o sucesso financeiro continua incerto. Se antes dependiam das editoras, hoje precisam de equilibrar diferentes fontes de rendimento, desde concertos a plataformas digitais. A única certeza é que, independentemente do modelo, a paixão pela música continua a ser o principal motor da indústria.

Qual é a principal forma que ouves música?



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