Reviver Vincente Minnelli
Começa hoje na Cinemateca Portuguesa o ciclo “As Mil Apoteoses de Minnelli” que repõe pela primeira vez os clássicos de Vincente Minnelli.
Pela primeira a Cinemateca Portuguesa dedica uma retrospetiva única e exclusiva sobre a obra integral de Vincente Minnelli (1903-1986), um dos mais importantes nomes do classicismo de Hollywood. Indissociável do musical, mas sem esquecer a sua passagem pelo melodrama e claro pelas comédias, a carreira Minnelli deixou marcas pelo mundo fora influenciando ainda hoje em dia cineastas de todas as latitudes.
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O primeiro filme a ser exibido é An American in Paris (1951) hoje dia 3 de maio às 21h30 na Cinemateca Portuguesa, um dos musicais mais aclamados da história tanto pela coreografia das suas danças, pelos seus cenários exuberantes como pela sua banda-sonora, considerado inclusive o nono melhor musical de sempre segundo a lista do AFI (American Film Institute). Um Americano em Paris, título português, conta a história de um músico americano que na cidade de Paris dos inícios do século XX hesita entre uma jovem com pouco dinheiro e uma mulher abastada, sendo protagonizado por Gene Kelly, Leslie Caron e por Oscar Levant e vencedor de seis Óscares da Academia (melhor filme,
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A retrospetiva “As Mil Apoteoses de Minnelli” irá prolongar-se até ao final do mês de junho, com a reposição de outros filmes como Meet Me in St. Louis (1944) – com Judy Garland, atriz de O Feiticeiro de Oz, casada com Minnelli entre 1945 e 1951 e com uma filha em comum, Liza Minnelli; ou A Roda da Fortuna, que inclui a tão reconhecida cena de dança entre Fred Astaire e Cyd Charisse.
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Vincente Minnelli, batizado Lester Anthony Minnelli, nasceu a 28 de fevereiro de 1903 em Chicago e morreu aos 83 anos a 25 de julho de 1986, em Los Angeles. A via artística cedo se revelou, afinal o pai era condutor musical na Minnelli Brothers’ Tent Theater e a mãe trabalhou como dançarina, cantora a atriz. De facto, Minnelli foi um dos realizadores americanos a melhor conciliar na sua carreira os géneros (ou sub-géneros) mais trabalhados pela indústria de Hollywood no contexto do pós-segunda guerra mundial.
Na verdade, foi estilo sombrio da direção fotográfica de alguns dos seus melodramas que comprovou eficazmente a sua versatilidade. Naquela que é muitas vezes entendida como década amarga da história dos Estados Unidos da América (os anos 50), em muito pelas investigações do Comité das Atividades Anti-Americanas que perseguia suspeitos de comunismo, os filmes de Minnelli foram capazes de manter uma afluência às salas de cinema de uma audiência que tendia a ficar em casa, devido ao surgimento do novo mass media, a televisão.
Segundo a Cinemateca Portuguesa, Vincente Minnelli é um realizador cuja cinematográfica é perfeitamente contemporâneo e que, finalmente é chegada a hora de o repor em sala.
Modernidade e classicismo, ou a modernidade dentro do classicismo (como os futuros cineastas dos Cahiers dos anos cinquenta bem assinalaram), pólos eventualmente contrários mas não mutuamente exclusivos, fazem toda a tensão do cinema de Minnelli, seja em que género for.
A programação completa e outras informações podem ser consultadas aqui
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