Snarky Puppy encantam CoolJazz numa noite em que os instrumentos foram reis
No terceiro dia da 18ª edição de CoolJazz, foram os Snarky Puppy quem mais brilhou, protagonizando um verdadeiro espetáculo instrumental.
Numa noite em que o vento pouco se fazia sentir, foram os B3 (Bi Brain Beat) os responsáveis por inaugurar a terceira noite de CoolJazz (se não contarmos com as sessões de música ‘Lazy Sundays’). Os B3 são um projeto musical português que reúne jazz fusion e world music através do recurso a instrumentos. O duo lançou o seu primeiro álbum em 2019, um trabalho que relata as suas histórias de amizade. E foram essas mesmas amizades que se fizeram sentir durante o seu concerto no CoolJazz enquanto tocavam para as dezenas de pessoas que se reuniram à volta do anfiteatro do Parque Marechal Carmona.
Mal batiam as nove badaladas da noite, as luzes do palco principal acenderam-se para darem as boas-vindas a Filho da Mãe, o projeto a solo de Rui Carvalho. Infelizmente, o início do concerto do guitarrista sobrepôs-se ao espetáculo de B3, que acabou por se atrasar, e poucas eram as pessoas reunidas no Hipódromo Manuel Possolo. Ainda assim, o músico português deu início à sua apresentação, sem se mostrar muito comunicativo com o pouco público.
Sentado em palco com apenas uma guitarra e uma pedaleira, Rui Carvalho proporcionou um momento de introspeção ao público que aos poucos se ia deslocando para a área do palco principal. Houve alguns problemas técnicos que obrigaram o músico a afinar o seu instrumento no decorrer do espetáculo, mas isso não o impediu de apresentar os temas do seu mais recente álbum, ‘Terra Dormente’, gravado durante dois anos em diferentes países. Aos poucos, a plateia ia crescendo, mas era evidente que a grande maioria não estava ali para ouvir Filho da Mãe.
E eis que chega, finalmente, o momento de receber em palco os Snarky Puppy, a banda texana que arrastara milhares de pessoas ao Hipódromo Manuel Possolo. Foi com entusiasmo que o público heterogéneo recebeu a banda liderada por Michael League e, enquanto estes tocavam temas do seu mais recente álbum, ‘Empire Central’, a plateia acompanhava os ritmos com palmas e em vários momentos punha-se de pé para balançar ao som de Snarky Puppy. Os momentos mais entusiasmantes da noite aconteciam cada vez que era dada abertura para os solos impressionantes de cada instrumento musical, mostrando que a voz não tem de ser o elemento central de um espetáculo de música.
Depois de encherem os ouvidos do público com temas como Keep It On Tour Mind e Cliroy, chegava a altura de prestar uma bonita homenagem a Bernard Wright, o teclista que morreu atropelado em 2022 logo após o lançamento do último álbum da banda, interpretando a música Belmont. Findo o momento emocionante, Snarky Puppy recuaram aos seus temas mais antigos e arrancaram largas ovações do público que, em conjunto se envolveram numa verdadeira festa rítmica ao som de Lingus (We Like It Here), dando a perceber o porquê da banda contar já com cinco Grammys.
Estiveste presente no concerto de Snarky Puppy? Qual a tua música preferida da banda texana?