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Sundance 2022 | Nanny, em análise

“Nanny” possui uma história intrigante sobre instintos maternos que também tocará no coração de muitos imigrantes. Anna Diop comanda o ecrã.

Filmes centrados numa só localização são, sem dúvida, uma das tarefas mais desafiadoras para qualquer cineasta, quanto mais para uma estreante na área da realização. Se a narrativa não for cativante e o filmmaking em exibição carecer de elementos empolgantes, o público pode facilmente e rapidamente desconetar-se da história. Nikyatu Jusu mostra coragem ao abordar uma premissa de horror simples mas em camadas, num ambiente extremamente arriscado.

Nanny
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Existe muito para apreciar em “Nanny”, mas também muito a melhorar. De qualquer maneira, Jusu definitivamente prova que merece mais oportunidades de trazer as suas histórias para o reino cinematográfico.

Em primeiro lugar, independentemente da receção positiva ou negativa deste filme, Anna Diop torna-se uma grande candidata aos prémios da categoria respetiva do festival. Uma interpretação dominante da personagem Aisha prende os espetadores do início ao fim. Mesmo quando a história não é suficientemente interessante, Diop eleva a sua prestação já fantástica e puxa o público de volta para o filme, constantemente convencendo a todos que assistem que “Nanny” vale o tempo dispendido. A cinematografia impactante de Rina Yang ajuda a colocar Diop no centro das atenções, criando planos lindos a explodir com cores fortes e diversas para a atriz brilhar. Definitivamente, o componente cinematográfico mais entusiasmante de todo o filme.

Uma atmosfera misteriosa é bem estabelecida precisamente devido ao trabalho de câmara e iluminação, bem como ao espaço fechado e à produção sonora assustadora. Os elementos sobrenaturais são visualmente impressionantes para um filme tão pequeno – maioritariamente criados sem trabalho de efeitos visuais – mas a sua presença rapidamente torna-se repetitiva. Jusu depende em demasia do folclore da África Ocidental para fornecer as sequências-tipo do género, usando-as em excesso ao ponto de prejudicar o ritmo geral. Apesar de ter um significado subjacente e emocionalmente poderoso, este último só é revelado bem perto do final, levando os espetadores de um ponto de vista intrigante a uma posição já desgastada. Além disso, a tal revelação é algo desapontante, embora altere bastante a forma como o público interpreta uma parte importante do filme.

Ainda assim, Jusu oferece uma narrativa intrigante que conetará profundamente com imigrantes e mães. A abordagem única e enganadoramente subtil aos instintos maternos é, sem dúvidas, o enredo mais cativante de “Nanny”, mas alguns problemas bem conhecidos relativos à imigração também são abordados através da família para a qual Aisha trabalha. Estes dois temas são lindamente tratados pela autora. O subenredo romântico é o único fio narrativo que não parece necessário ou mesmo impactante na progressão do filme, mas a química de Diop com Sinqua Walls funciona como um alívio da estranheza no apartamento.

Sundance 2022 | Nanny, em análise
Sundance Film Festival

Movie title: Nanny

Movie description: Aisha (Anna Diop), an undocumented Senegalese immigrant, lands a job as a nanny of a wealthy Manhattan couple. While she easily wins the affection of their young daughter Rose (Rose Decker), she becomes a pawn in the couple’s facade of a marriage. The mother is as controlling as the dad is disillusioned and woke. Haunted by the absence of the young son she left behind in Senegal, Aisha hopes her new job will afford her the chance to bring him to the U.S. and share in the life she is piecing together. But as his arrival approaches, a supernatural presence begins to invade both her dreams and her reality.

Date published: 22 de January de 2022

Country: EUA

Duration: 97'

Director(s): Nikyatu Jusu

Actor(s): Anna Diop, Michelle Monaghan, Sinqua Walls, Morgan Spector, Rose Decker, Leslie Uggams

Genre: Drama, Horror

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  • Manuel São Bento - 55
55

CONCLUSÃO

“Nanny” possui uma história intrigante sobre instintos maternos que também tocará no coração de muitos imigrantes. Anna Diop provavelmente entrega a sua melhor prestação da carreira, comandando o ecrã de uma maneira quase hipnotizante. O local fechado é maravilhosamente aproveitado pela notável cinematografia de Rina Yang, mas os elementos sobrenaturais admitidamente importantes tornam-se demasiado repetitivos e muito pesados ​​ao longo do tempo de execução. O final guarda uma revelação impactante mas dececionante que justifica a atmosfera misteriosa, mas os inevitáveis ​​​​problemas de ritmo podem deixar o público demasiado cansado por essa altura. Ainda assim, Nikyatu Jusu mostra uma tremenda habilidade e coragem ao enfrentar uma das tarefas mais exigentes do cinema, tudo sem esquecer a sua voz única. Alguém para seguir de perto.

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