Tom Clancy’s Splinter Cell: Blacklist (PS3) | Análise

 

 splinter cell blacklist  

  • Editora: Ubisoft
  • Produtora: Ubisoft
  • Plataformas: PlayStation 3, XBox 360, PC, Wii U

 

Classificação 

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Nos jogos de consolas dois nomes invadem a nossa mente quando falamos de espionagem. Solid Snake e Sam Fisher. “Splinter Cell” está de volta com o seu “Balcklist” e um Sam Fisher renovado. A nova voz dada a Sam Fisher nota-se de imediato, mas os fãs podem ficar descansados, pois não é esta alteração que retira a personalidade que lhe conhecemos. É verdade que se estranha, mas a diferença nesta famosa personagem é marcada pelo enredo e não pela mudança de voz.

Enredo: É um dos melhores enredos que esta série já teve. “Blacklist” é violento, negro e muito mais virado para a luta contra o terrorismo, deixando de lado a construção das personagens que nos rodeiam. Neste aspeto é verdade que se nota o facto de a narrativa dar maior ênfase ao vilão do que a qualquer companheiro nosso, mas a qualidade do vilão e do enredo, apaga facilmente esta lacuna. Sam Fisher está diferente, mais frio, num enredo que demonstra o seu profissionalismo e o que está disposto a sacrificar a bem da nação. Voltando ao vilão, estamos perante uma personagem coerente, credível e com motivações que sustentam as suas ações, tornando-se na personagem mais marcante do jogo. A evolução do enredo é boa, bem sustentada, principalmente nas mais poderosas tecnologias apesar do final parecer algo “fraco” em certos apetos. Existem algumas missões que parecem sair do contexto e a missão final não consegue a adrenalina que se esperava, mas no global, estamos perante um bom enredo de espionagem e que ajuda bastante a experiência de jogo.

spliter cell screen1

Jogabilidade: É sem dúvida o ponto mais alto do jogo. A início podemos estranhar um ou outro aspeto se não formos veteranos na série, mas rapidamente “entramos” no leque de possibilidades que o jogo nos oferece. A mistura entre ação e stealth está muito bem conseguida, e cabe a cada jogar decidir como avançar. Se preferirem a ação pura e dura, “Blacklist” perde com a vossa decisão em algumas missões, pois é no stealth que o jogo assenta, e bem.  O conjunto de gadgets torna o jogo aliciante e diversificado, mas é em movimentos “nas sombras” que este jogo se torna único, ao criar um ambiente onde nos sentimos isolados, temos de ser pacientes, criar distrações, e atacar sem silêncio.

A inteligência artificial está muito boa, o que torna toda a jogabilidade ainda melhor. Os inimigos nem sempre atuam da mesma forma e estão programados para notar pequenas alterações no ambiente, quer seja no cenário ou na rotina dos seus companheiros, que por algum motivo estão mais atrasados na patrulha. A juntar a este fator está a obrigatoriedade de, em algumas missões, não podermos ser descobertos, e preparem-se para um verdadeiro desafio. Os inimigos e cenários estão programados quase “em conjunto” e percebemos que, por vezes, somos obrigados a arriscar, pois não nos é permitido um caminho mais fácil.

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Gráficos: Apesar de não estarem ao nível dos grandes colossos desta geração, “Blacklist” é bastante competente em quase todos os aspetos. Com bons efeitos de água, luz/sombra, cenários diversificados e bem criados, o jogo apenas perde em alguns detalhes que se notam, principalmente nos momentos de maior ação, onde existe alguma instabilidade na qualidade. Os movimentos das personagens estão bem conseguidos e ajudam ao ambiente do jogo, principalmente nas lutas corpo a corpo. Em termos artísticos também está aceitável dentro do que o género pode oferecer, tal como as expressões faciais, mas a verdade é que não atinge o topo que as consolas atuais podem oferecer. No entanto, é preciso referir que nunca os gráficos estragam a experiência de jogo, aliás, ajudam em muitos momentos.

 

Som: Na parte sonora “Blacklist” faz o seu papel sem erros. A banda sonora é boa, mas o que oferece qualidade ao jogo são os efeitos sonoros, essenciais num jogo onde o mínimo som nos pode colocar em perigo. “Blacklist” torna-se num daqueles jogos onde a simplicidade dos efeitos especiais dá lucros. O jogo obriga-nos a estarmos atentos ao som que criamos e também aos sons dos nossos inimigos, incluindo as falas, e tudo isto cria um ambiente muito aceitável e necessário para um boa missão. O trabalho de vozes é bom, nunca estragando a experiência de jogo, apesar de também nunca se mostrar genial. Todavia nota-se uma intenção de “passar” nas vozes alguns aspetos da personalidade dos personagens, sendo a maioria bem conseguida.

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No início todo o menu de jogo pode parecer confuso e demoramos algum tempo a dominar tudo o que este jogo tem para nos oferecer, mas aos poucos vamos percebendo a junção entre os modos single e multiplayer e como podemos tirar partidos da oferta. Enquanto ganhamos pontos (devemos enaltecer que a atribuição de pontos é bastante coerente) pela forma como concluímos a missão, quer seja nas sombras ou a disparar para tudo o que vemos, são os modos co-op/multi que se apresentam como os maiores trunfos deste jogo. O ambiente ganha vida, as missões estão bem estruturadas e sentimos a dificuldade em concluir os objetivos. Vendo no global, “Blacklist” é daqueles jogos que consegue ser melhor em multi do que em single, pois consegue criar uma experiência de jogo que poucos nos podem oferecer. Simplesmente a não perder!

Splinter-Cell-Blacklist screen

Se querem um verdadeiro desafio, “Blacklist” deve ser jogado no nível mais alto após dominarem os controlos, e preparem-se para o jogo ganhar muita qualidade com a vossa coragem de enfrentar o nível mais difícil. Ainda neste aspeto, é interessante ver como o jogo tenta, em muitas situações, obrigar o jogador a encarnar Sam Fisher e a fazer tudo nas sombras, pois de outra forma não teremos grandes hipóteses. E é assim que o jogo tenta ganhar o seu espaço: sendo uma obra violenta, crua, mas que tenta levar-nos a ser pacientes e a jogar nas sombras. Os gadgets ajudam bastante neste aspeto, apesar de em algumas vezes ajudarem “demais” e perde-se um pouco a sensação de perigo.

Globalmente “Blacklist” é uma escolha óbvia no seu género. Não é fantástico graficamente nem tem um enredo de nos deixar de boca aberta, mas é muito bom no que se propõe: ter uma excelente jogabilidade que cria um ambiente fantástico, onde sentimos total controlo de Sam Fisher, ao ponto de aos poucos tudo se tornar intuitivo. E claro, voltamos a referir, os modos co-op e multi dão uma qualidade enorme ao jogo, e também duração… quem gostar, irá passar muitas horas neste jogo.

 

Pontos fortes:

  • Variedade dos cenários
  • Uma história e um vilão que agarram o jogador, mostrando coerência
  • Jogabilidade de topo
  • Fantásticos modos co-op e multiplayer que recriam um fantástico ambiente e oferecem muitas horas de diversão
  • Inteligência artificial
  • Um verdadeiro desafio no modo mais difícil

 LP



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