Tom Cruise emociona com homenagem ao seu grande amigo Val Kilmer
Há momentos em que as palavras são pequenas demais para caber o que sentimos. E, como Val Kilmer, é no silêncio que se encontra a maior eloquência.
O mundo do cinema é feito de luzes, aplausos e discursos cuidadosamente ensaiados. Mas, de vez em quando, a vida irrompe pelo palco com uma crueza que nenhum guião poderia prever. Foi o que aconteceu esta semana em Las Vegas, durante o CinemaCon, onde Tom Cruise — o eterno Maverick — fez uma pausa na promoção de “Mission: Impossible – The Final Reckoning” para honrar alguém que não estará na próxima estreia, mas cuja ausência pesa mais do que qualquer efeito especial.
A homenagem de Tom Cruise a Val Kilmer
Val Kilmer morreu aos 65 anos, vítima de pneumonia, numa notícia que ecoou como um suspiro rouco nos corredores de Hollywood. Dois dias depois, no Caesars Palace, Cruise pediu ao público que se juntasse a ele num minuto de silêncio. Assim, não houve dramatismos, nem música de fundo — apenas a quietude de quem sabe que algumas perdas não se medem em palavras.
“Gostaria de honrar um amigo muito querido, Val Kilmer”, disse Cruise, segundo a Variety. “Não consigo expressar o quanto admiro o seu trabalho, ou como me senti honrado quando ele se juntou a Top Gun e voltou depois para Top Gun: Maverick.”
Assim, a ironia não escapará aos fãs: Val Kilmer era Iceman, o rival de Maverick no filme de 1986, aquele que cuspia a frase “Podes ser o meu wingman quando quiseres” com um sorriso de desafio. Trinta e seis anos depois, em 2022, Kilmer partilhou uma imagem do filme no Instagram, onde escreveu: “Ainda sou o teu wingman.” Cruise, por sua vez, confessou em 2023, no programa de Jimmy Kimmel, que chorou ao reencontrá-lo nas filmagens da sequela. Kilmer, já então a usar uma caixa de voz devido ao cancro, transformou-se novamente em Iceman com uma intensidade que deixou o colega “emocionado e em lágrimas”.
O adeus que não se ensina em nenhuma escola de cinema
O que faz um ator quando a vida lhe rouba o seu grande rival — no ecrã e, talvez, nos bastidores? Tom Cruise optou por um gesto simples.
Assim, Tom Cruise pediu ao público que “pensasse nos momentos maravilhosos”. Não citou prémios, nem bilheteiras, mas sim o amor de Val Kilmer pelo cinema. “Ele deu-nos tanto”, resumiu. Depois acrescentou: “Desejo-te boa viagem na próxima jornada.”
Há quem diga que Hollywood é feita de máscaras. Mas, nesta homenagem, não houve personagens — apenas dois homens que, em décadas de carreira, aprenderam que algumas rivalidades se transformam em cumplicidades. Val Kilmer, o artista inegavelmente intenso; Cruise, o showman incansável. Ambos sabiam que, por trás das câmaras, o tempo é inegavelmente o único vilão que nunca perde.
Lembras-te da primeira vez que viste Iceman e Maverick no ecrã? Ou de algum momento em que percebeste o talento deste grande ator? Partilha a tua experiência nos comentários.