TOP 10 | Os melhores filmes de 2021 | MHD
Apesar do atraso, lá conseguimos reunir os melhores filmes de 2021 segundo a equipa de críticos e especialistas da MHD.
Depois de anunciadas as melhores séries de 2021, a equipa de colaboradores da MHD reuniu-se para definir o TOP 10 de melhores filmes de 2021. Apesar de algum atraso, não deixa de ser uma lista pertinente, afinal estamos em período de temporada de prémios, e em poucos dias serão anunciados os nomeados aos Óscares 2022.
Infelizmente, o ano passado começou com algumas salas de cinema encerradas, devido à pandemia COVID-19, o que levou ao adiamento ou cancelamento de algumas estreias no grande ecrã. Mesmo assim, lá conseguimos ir várias vezes ao cinema e percorrer cinematografias de vários locais do mundo em nossas casas, através de plataformas de streaming. Portanto, a fim de elaborar a nossa lista de melhores filmes de 2021 tivemos em consideração o calendário de estreias em sala, em streaming e em festivais de cinema de Portugal.
Não será de estranhar a presença de alguns filmes produzidos em 2020, mas que só chegaram ao nosso país em 2021, como é o caso de “Nomadland – Sobreviver na América“, vencedor dos Óscares de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Atriz. Talvez esta a melhor longa-metragem quando pensamos nos melhores filmes de 2021, pois não poderemos esquecer o quanto o ano foi relevante para as mulheres atrás das câmaras.
Depois da celebração de Chloé Zhao nos prémios da Academia, foi a vez de todos aplaudirmos “Titane” de Julia Ducournau, o vencedor da Palma de Ouro. Já o final do verão trouxe-nos “O Acontecimento“, de Audrey Diwan e a vitória por unanimidade no Festival Internacional de Cinema de Veneza. Muito se falou também de “Quo Vadis, Aida?” de Jasmila Žbanić, uma obra bastante intensa, que aborda um episódio praticamente esquecido da história contemporânea sobre o massacre de Srebrenica, em julho de 1995, na Bósnia-Herzegovina. Já nos últimos meses, “O Poder do Cão“, original Netflix com realização Jane Campion tem-se consagrado como o filme preferido da crítica.
Embora nem todos estes títulos tenham conseguido integrar o top, são menções honrosas que deves tomar nota e que estão a dar a merecida visibilidade ao cinema no feminino. A maioria destas cineastas têm conseguido oferecer novas leituras sobre as identidades feminina e masculina e as suas respetivas fragilidades num mundo em que o amor e a solidariedade para com os outros têm sido esquecidos.
Como habitual para além da lista dos melhores filmes de 2021 para toda a equipa, reunimos os top individuais, para que possas conhecer os filmes favoritos de cada um dos nossos colaboradores. Poderás ainda conhecer os nossos habituais TOPs em relação aos melhores guarda-roupas do ano, aos filmes com maior bilheteira ou em relação aos melhores cartazes.
Entre fábulas misteriosas sobre personagens reais, novos mundos da Disney e caminhadas solitárias à procura de respostas mais íntimas, eis os melhores filmes de 2021 segundo a MHD.
10. Spencer, de Pablo Larraín
Vivemos uma época em que o subgénero da cinebiografia está a atingir um ponto de saturação insuportável. Especialmente quando chega a temporada dos prémios, parece que não podemos pestanejar sem que mais um filme de prestígio sobre uma figura famosa nos apareça cheio de desejos por prémios. Infelizmente, a maioria destas obras peca pela convenção e pelo tédio, seguindo modelos rígidos com tanta fidelidade que arriscam o anonimato. Assim se faz cinema inconsequente, o tipo de trabalho que é para sempre esquecido na manhã a seguir aos Óscares.
Contudo, mesmo no apogeu do conservadorismo, encontramos alguns artistas que arriscam o absurdo e confrontam o desafio da cinebiografia com intenções subversivas, quase radicais. Assim é Pablo Larraín, grande realizador chileno que, com “Jackie” e “Spencer”, se afigura como o rei do docudrama pervertido. Focando-se em dias fatídicos na vida de mulheres com fama lendária, ele procura a intersecção entre o mito e a pessoa, entre a falsidade e o realismo estilhaçados. Estes filmes são como retrato cubista. O primeiro examina como a História é uma construção performativa, o segundo mostra-nos a celebridade extravasada num melodrama enlouquecido.
“Spencer” é o filme que aqui celebramos, essa ópera do terror claustrofóbico, onde o glamour e a asfixia são sinónimos. Kristen Stewart ancora o exercício, concebendo um retrato da Princesa Diana que é um pouco como uma pintura cubista. Estamos sempre cientes da fricção entre atriz e papel, das perspetivas multifacetadas da pessoa enquanto intimidade secreta e imagem projetada para os media. Sua performance é um milagre grotesco, suportado por todo um elenco de aparições fantasmagóricas e um formalismo apurado. Desde o tilintar de joias na banda-sonora ao exorcismo estilístico dos figurinos, “Spencer” é uma provocação perfeita.
Cláudio Alves
9. O Último Duelo, de Ridley Scott
“A verdade”. “O Último Duelo” (“The Last Duel” no original) é um filme acima de tudo sobre a procura da verdade, onde somos apresentados a três versões – comuns nalguns aspetos, mas que divergem em muito nalgumas instâncias – de fatos verídicos do século XIV. O pano de fundo é o relato histórico do último duelo mortal oficialmente autorizado em França pelo rei Carlos VI, travado em 1386 entre o conde Jean de Carrouges (Matt Damon) e Jacques Le Gris (Adam Driver). Já o drama é centrado na vivência de Marguerite (Jodie Comer), num sufocante papel, brilhantemente interpretado e que realça a fragilidade da liberdade e da opinião feminina – infelizmente tanto no passado, como ainda muitas vezes no presente.
2021 foi um grande ano para o realizador Ridley Scott que nos entregou duas obras-primas históricas, uma mais moderna em “Casa Gucci” e o drama histórico “O Último Duelo”, remontando ao épico “Gladiador” e com muitas semelhanças também com “Reino dos Céus”, e que nos marcou igualmente com cenas de ação terrificamente envolventes e bem realizadas.
O 26º filme de Ridley Scott destaca-se por várias razões e tem muitos motivos para ser considerado um dos grandes filmes de 2021. Desde interpretações exemplares, com o holofote a incidir sobre Jodie Comer, brutais exibições de combate, e uma mestria tanto na realização como no argumento, “O Último Duelo” é um memorável drama medieval que tem tudo para se tornar um filme de culto.
Emanuel Candeias
8. Encanto, de Byron Howard, Jared Bush e Charise Castro Smith
“Encanto“, a nova obra animada musical da Disney, é um dos maiores fenómenos culturais dos últimos meses. Estreado em novembro de 2021 nas salas de cinema e passado pouco tempo recém-chegado à Disney+, este filme tornou-se mais um passo importante no sentido da representatividade das comunidades latinas. Uma vez mais, a Disney escolhe variar as suas personagens centrais, contando a história da família Madrigal, um grupo invulgar e mágico, cada membro com o seu próprio poder especial: de super-audição a metamorfose, de poder curativo a super-força, todos têm super-poderes nesta família colombiana.
Todos menos a protagonista Mirabel (voz encantadora de Stephanie Beatriz) , claro está. Mirabel não recebeu nenhum dom especial e tal acaba por a manter algo afastada da sua família. Contudo, quando a magia dos Madrigal se encontra em risco, Mirabel irá provar que é tão importante e especial como qualquer outro membro do clã. Como bónus, trará união a este núcleo familiar em mais uma animação Disney que, de forma inteligente, coloca o amor familiar acima do amor romântico.
Para além de ser muito importante do ponto de vista da representação e visualmente deslumbrante, “Encanto” merece louvores também devido à sua estrondosa banda-sonora que casa sonoridades tradicionais da Colômbia com o som mais moderno. Lin-Manuel Miranda (génio de “Hamilton”) cria todas as músicas e letras, cada uma mais viciante que a outra. “We Don’t Talk About Bruno“, um número de conjunto da família, ultrapassou “Let it Go” como a música Disney mais bem-sucedida de sempre. Aliás, é a primeira música da Disney a ocupar o 1º lugar na Billboard em 29 anos. Bravo!
Maggie Silva
7. Não Olhem Para Cima, de Adam McKay
A comédia negra do ano, “Não Olhem Para Cima” (“Don’t Look Up”) é uma divertida sátira à sociedade, indo muito além da ideia que é um mero filme de paródia a tantos outros de apocalipses e fins do mundo. Com argumento e realização de Adam McKay, o filme que conta com um verdadeiro elenco de luxo apenas tem duas vias: ou se adora ou se detesta, e tem tudo a ver com o conhecimento da cultura americana vs sentido de humor.
Com inúmeras referências e piadas directas a temas actuais, incluindo uma paródia às personalidades mais ricas do mundo da tecnologia, “Não Olhem Para Cima” destaca-se por centrar num único projecto uma dura crítica ao modus operandi dos media, governos e acções perante questões sociais e ambientais. Mas claro que todos estes pequenos detalhes, juntamente com um guião incrivelmente bem escrito, apenas é possível de se destacar no panorama do cinema em conjunto com um leque de incríveis performances individuais. Com Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence em maior destaque, o filme reúne pequenas pérolas de interpretação em performances fora do comum, para Meryl Streep ou Mark Rylance por exemplo.
E porque é que para nós é um dos melhores filmes de 2021? Precisamente por todas estas componentes. Com uma equipa técnica recheada de profissionais premiados, um elenco de luxo e um argumento original e cativante como há muito não se via no género da comédia, “Não Olhem Para Cima” é a forma exagerada de rever o estado actual da sociedade sem ser por uma imagem presunçosa de alguém que se considera acima dos outros. Estão todos no mesmo nível, e simplesmente a aprender a lidar com a realidade. E é deveras refrescante a ideia de ver filmes de comédia a destacaram-se ao longo de um ano cinematográfico.
Marta Kong Nunes
6. Nomadland – Sobreviver na América, de Chloé Zhao
Em “Nomadland” Frances McDormand (vencedora do Óscar por esta interpretação) e a realizadora Chloé Zhao uniram-se a uma comunidade real de “nómadas modernos” e exploraram a sua forma de viver sem julgamentos, sem ideologias ou doutrinas, limitando-se a escutar e a refletir no grande ecrã uma situação muito impactante: a dos que são rejeitados pela sociedade, demasiado novos para a reforma, demasiado “velhos” para arranjarem empregos.
Fazem-se à estrada, em carrinhas e caravanas, e vivem como saltimbancos do mundo contemporâneo. São o reflexo do regime capitalista, são o produto da falência do sonho americano, aqui exposto de um outro prisma e filmado através de uma lente inundada pela mais bela “golden hour”. A hora de “Ouro” é recorrente em “Nomadland“, um filme de ficção quase etnográfico que em grande parte tem como projeto mostrar a imensidão e quietude das grandes planícies e desertos que se multiplicam na imensa e virgem paisagem natural dos Estados Unidos da América.
Longe de vítimas, os nómadas desta bela obra serena – na sua maioria não-atores – aproveitam da melhor forma as injustiças que lhes foram reservadas e recusam-se a ser classificados como “sem-abrigo”. São aventureiros, sempre prontos a trocar histórias de guerras ou encontrar antigos amigos ao longo da estrada. Há uma beleza poética presente ao longo de todo o filme. Quanto a Frances McDormand, ela é o inegável elo inquebrável entre a estrutura de Hollywood e os nómadas. A estrutura é colocada em segundo plano, só a estrada se torna verdadeira à medida que Frances se perde na sua personagem Fern.
Maggie Silva
5. Crónicas de França, de Wes Anderson
Na filmografia de Wes Anderson, as suas propostas ficcionais são facilmente reconhecíveis quando as perfilamos ao lado de outras igualmente situadas no interior da produção independente, sem que isso signifique estarmos perante uma série de projectos de autor submetidos a uma pura, dura e, por vezes, gratuita subversão da linguagem do chamado cinema comercial.
Na verdade, a matéria de que são feitos os sonhos do realizador não possui nenhuma incompatibilidade notória com a conquista de um público que aceita o abstracto a partir de referências concretas, a identificação subjectiva e gráfica dos espaços com as arquitecturas mais delirantes onde as delícias do absurdo podem estar ao virar da esquina, um cinema onde o pulsar do drama pode viver lado a lado com o humor cáustico e nem sempre directo.
Numa palavra, um cinema que nos propõe mil e uma referências e mil e uma leituras. Que nos deixa a liberdade de seguirmos em frente ou sairmos a meio caminho para minutos depois agarrarmos esta ou aquela deixa que abre as portas a uma história que ficou por contar.
“Crónicas de França“, nome de uma revista americana com sede na cidade francesa de Ennui-sur-Blasé, inspirada na famosa e verdadeira New Yorker, vive momentos conturbados quando o seu bem amado editor, Arthur Howitzer Jr., nascido no Kansas (EUA), vai desta para melhor. Pois bem, será em França que a equipa responsável pela revista e, naturalmente, pela escrita e publicação das Crónicas de França, decide realizar um obituário sob a forma de um novo conjunto de histórias. Para os devidos efeitos, iremos contar com uma diversificada e numerosa galeria de actores, para além de uma Direcção de Fotografia, Direcção Artística e componente musical perfeitamente compatíveis com a imaginação febril inscrita no argumento, concebido para materializar um exercício imagem-som-movimento que faz deste filme um jogo permanente de correspondências e um dos mais frenéticos de entre as estreias que deviam acontecer em 2020 mas que, por causa da pandemia, surgiram apenas em 2021. Seja em que ano for, um projecto fílmico absolutamente imperdível.
João Garção Borges
4. O Pai, de Florian Zeller
Obra de 2020 mas apenas estreada em 2021 nas salas nacionais, e por isso qualificada para este top de melhores filmes estreados no ano passado, “O Pai” é um drama inesquecível e que valeu a Anthony Hopkins um merecido e inesperado Óscar de Melhor Ator.
O ator inglês não é nada mais nada menos do que extraordinário na pele de um idoso que recusa, uma e outra vez, a assistência da sua filha até ao ponto em que começa a duvidar de tudo e de todos. À medida que o tecido da sua realidade se torna menos claro, o personagem Anthony deambula por um apartamento e mistura memórias. Quanto aos espectadores, são incapazes de discernir também eles o que é ou não verdade e daí advém grande parte da genialidade deste filme.
É notório, ao longo do filme, que “The Father” surgiu no teatro, assinada a peça por Florian Zeller que realiza também esta longa-metragem. Este formato é traduzido para o cinema com grande sensibilidade, não expandindo muito os cenários mas tirando proveito de um novo medium. Todavia, não são as voltas e reviravoltas que tornam “O Pai” uma obra rica, mas antes as emocionantes interpretações centrais de Hopkins e Olivia Colman (no papel da filha).
Para quem tenha vivido o drama da demência, “O Pai” é como confrontar, com toda a seriedade e mágoa, um espelho que reflete a vida real dramatizada. Belo, trágico, assim é esta obra oscarizada.
Maggie Silva
3. Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar
Depois de “Dor e Glória” era praticamente difícil perceber para onde Pedro Almodóvar iria a seguir. Quando anunciou a produção de “Mães Paralelas” referiu tratar-se de um regresso
ao universo feminino, à maternidade, à família. Mesmo assim, não é apenas isso que se trata este brilhante filme. Mais além do seu menu habitual de tons melodramáticos, como “Voltar” (2006) ou em “Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos” (1988) “Mães Paralelas” é um filme importante sobre a memória, sobre aquilo que liga antepassados e os seus descendentes.
Para isso, Almodóvar coloca-nos frente a frente a duas mulheres, Janis (Penélope Cruz) e Ana (Milena Smit), que se cruzam pela primeira vez no hospital, quando ambas estão em trabalho de parto. Janis é uma mulher independente de quarenta anos que aceita o milagre da gravidez, enquanto Ana uma jovem introvertida e traumatizada que tem medo de se conectar com o bebé que aí vem. A relação que nasce entre estas mulheres não é somente um laço de forte amizade, mas um elo que une a Espanha do passado e a Espanha do presente. Só a partir do entendimento das tantas estórias destas mulheres, poderão libertar-se das suas ansiedades e procurar construir um futuro melhor.
Para perceber a narrativa de “Mães Paralelas” não é preciso entender a história de nuestros hermanos. Pedro Almodóvar aproveita-se de elementos universais, para mostrar o quanto uma pessoa para entender o seu presente, para compreender os seus desejos mais profundos, precisa de entender tudo aquilo que foi inscrito na sua árvore genealógica e na linha temporal do seu país.
E tudo vive-se intensamente graças à interpretação de Penélope Cruz, uma mulher que tantas vezes contém as suas emoções, até a um momento crucial em que irrompe em lágrimas e num desgosto explosivo, confirmando o seu medo pela verdade, mesmo que seja isso que mais procura. Com um argumento cheio de plot-twists, “Mães Paralelas” é um constante desafio para Penélope Cruz, que de forma tão natural ocupa o altar das melhores interpretações de 2021.
Virgílio Jesus
2. West Side Story, de Steven Spielberg
Nesta reformulação do clássico da Broadway e da sua versão cinematográfica, a primeira de 1957 e a do grande ecrã de 1961, Steven Spielberg, sessenta anos depois e no uso eficaz das potencialidades da actual linguagem cinematográfica, investiu com fulgor e rigor narrativos numa estrutura ficcional baseada na memória do musical americano, renovando os pressupostos da sua vertente mais espectacular. Deu corpo e alma a novas coreografias, a partir das que lhe serviram de matriz, e manteve a sublime banda-sonora de Leonard Bernstein.
Tudo isto sem iludir o contexto histórico e urbano da zona de Manhattan a que corresponde a acção, que o espectador de hoje sabe, desde os primeiros minutos do filme, já não ser o mesmo apesar da perpetuação de certos estigmas sociais e raciais. Este expediente dramático faz com que o visionamento desta obra nos seduza para a nostálgica fruição de uma época a que corresponde uma imagética e sonoridades musicais muito próprias, mas sem que isso nos faça esquecer o lado negro da cidade, Nova Iorque, onde se digladiam grupos de jovens com origens geográficas e étnicas distintas, os Jets e os Sharks.
Contexto cultural e sociológico que, apesar do semelhante enquadramento socio-económico, os vai arrastar para o conflito maior gerado pela relação entre um rapaz e uma rapariga, o romance belo e maldito contaminado pelas barreiras de um mundo em ruínas, o que serve de palco a esta “West Side Story“. Filme que merece a nossa melhor atenção, conjugado entre uma certa memória do cinema clássico e os melhores valores de produção inerentes ao cinema dos nossos dias.
João Garção Borges
1. Dune – Duna, de Denis Villeneuve
Uma das narrativas literárias mais ambiciosas do género do sci-fi, influente ao ponto de ter marcado a criação de outros épicos posteriores como a “Guerra Das Estrelas” ou “A Guerra dos Tronos”, “Duna” de Frank Herbert, foi inicialmente tido como um romance impossível de adaptar ao cinema devido à sua monumentalidade e dominante primeira pessoa, por vezes pautada por sequências de sonho premonitórias.
David Lynch, um dos grandes autores do cinema americano, falhou consideravelmente na sua tentativa. Em 2021, este esforço dantesco voltou a ser colocado em prática. Quem melhor que Denis Villeneuve, cineasta canadiano que revitalizou “Blade Runner” no século XXI e edificou um outro gigante futuro clássico do género – “Arrival”.
A visão de Villeneuve vê-se aqui dividida em duas partes, para desde logo melhor narrar a história e manter a fidelidade a cada pequeno pormenor deste universo intergalático rico. Denis tinha sketches do seu storyboard prontos desde a adolescência, estando há várias décadas a preparar esta sua “adaptação impossível”. O resultado? Um pedaço de cinema verdadeiramente monumental, que elogia e engrandece o deserto onde foi filmado. Uma história que impressiona essencialmente pelo seu aspeto visual e que não podia deixar de constar do nosso top de filmes do ano.
Desde um elenco fortíssimo liderado por Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson e Oscar Isaac, passando pela Fotografia ambiciosa de Greig Fraser e claro, sem nunca esquecer a “cereja no topo do bolo”, a banda-sonora perturbadoramente criativa de Hans Zimmer (que merece não só um Óscar, mas uma verdadeira ovação), “Dune” é uma atualização de um clássico imperdível que terá um lugar reservado na História do Cinema.
Maggie Silva
TOP 10 dos críticos MHD
- Dune
- West Side Story
- 007: Sem Tempo Para Morrer
- Casa Gucci
- O Último Duelo
- Crónicas de França
- A Noite Passada em Soho
- Spencer
- O Esquadrão Suicida
- Viúva Negra
Rui Ribeiro
- Trópico Fantasma
- First Cow – A Primeira Vaca da América
- Titane
- Drive My Car
- Quo Vadis, Aida?
- Mães Paralelas
- O Poder do Cão
- Reza Pelas Desaparecidas
- Flee
- No Táxi do Jack
Cláudio Alves
- A Mulher Que Fugiu
- Malcom & Marie
- Undine
- O Movimento das Coisas
- First Cow – A Primeira Vaca da América
- Má Sorte no Sexo ou Porno Acidental
- 007: Sem Tempo Para Morrer
- France
- O Último Duelo
- Três Andares
José Vieira Mendes
- Nomadland: Sobreviver na América
- O Pai
- Minari
- Ao Ritmo de Washington Heights
- Uma Miúda Com Potencial
- Mais Uma Rodada
- Um Herói
- Dune
- O Acontecimento
- Licorice Pizza
Maggie Silva
- CODA
- King Richard
- Homem-Aranha: Sem Volta à Casa
- Tick, Tick… Boom!
- West Side Story
- Os Mitchell Contra as Máquinas
- Dune
- O Último Duelo
- Judas e o Messias Negro
- Free Guy: Herói Improvável
Manuel São Bento
- The Card Counter: O Jogador
- State Funeral
- Ciclo MESTRES JAPONESES DESCONHECIDOS: JOCHUKKO (O MENINO DA AMA), Tomotaka Tasaka, Japão / GINZA NO ONNA (MULHERES DE GINZA), Kôzaburô Yoshimura, Japão JIBUN NO ANA NO NAKADE (CADA UM NA SUA COVA), Tomu Uchida, Japão
- Crónicas de França
- West Side Story
- Não Olhem Para Cima
- A Noite dos Reis
- Judas e o Messias Negro
- Caros Camaradas!
- Licorice Pizza
João Garção Borges
- Encanto
- Não Olhem Para Cima
- Eternos
- Homem-Aranha: Sem Volta a Casa
- Nomadland: Sobreviver na América
- Crónicas de França
- Mães Paralelas
- 007: Sem Tempo para Morrer
- Spencer
- Dune
João Fernandes
- Dune
- Mais Uma Rodada
- West Side Story
- Encanto
- Casa Gucci
- 007: Sem Tempo para Morrer
- Não Olhem Para Cima
- Nomadland: Sobreviver na América
Inês Serra
- West Side Story
- Não Olhem para Cima
- Tick, Tick… boom!
- Eternals
- Raya e o Último Dragão
- Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis
- Love and Monsters
- Luca
- Viúva Negra
- Venom Tempo de Carnificina
Marta Kong Nunes
- Dune
- King Richard
- O Último Duelo
- The Card Counter: O Jogador
- Spencer
- 007: Sem Tempo para Morrer
- Casa Gucci
- O Mauritano
- 007: Sem Tempo para Morrer
- Viúva Negra
Miguel Simão
- Alcindo
- Seaspiracy
- Homem-Aranha: Sem Volta a Casa
- Dune
- West Side Story
- O Último Duelo
- Não Olhem Para Cima
- CODA
- 007: Sem Tempo para Morrer
- Encanto
Emanuel Candeias
- 007: Sem Tempo para Morrer
- Encanto
- Eternos
- Liga da Justiça (Snyder Cut)
- Cruella
- Viúva Negra
- SAS: Red Notice
- Love and Monsters
- Bem Bom
Ana Carvalho
- Mães Paralelas
- Titane
- West Side Story
- Quo Vadis, Aida?
- O Pai
- Encanto
- Mais Uma Roda
- O Último Duelo
- Dune
- Licorice Pizza
Virgílio Jesus