Dheepan, de Jacques Audiard, vence a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2015
Foram revelados há momentos os grandes vencedores do Festival de Cannes 2015. A Palma de Ouro foi entregue a “Dheepan”, o filme de Jacques Audiard (“Rust and Bone”, “Un prophète”).
O júri presidido pelos irmãos Coen decidiu premiar com a Palma de Ouro – o prémio máximo do Festival – o filme de Jacques Audiard. Esta é uma escoha muito pouco consensual, já que o filme de Audiard foi visto como um retrocesso face às suas obras anteriores.
Vincent Lindon por “La loi du marché” venceu o prémio de Melhor Ator, enquanto que Rooney Mara, por “Carol” e Emmanuelle Bercot, por “Mon Roi” partilharam o prémio de Melhor Atriz (Cate Blanchett e Zhao Tao de “Mountains May Depart” ficaram surpreendentemente de fora) – este prémio impedia automaticamente Todd Haynes de vencer o prémio de Melhor Realização e de “Carol” ser premiado com a Palma de Ouro. As regras do Festival não permitem que um filme vença dois prémios, a menos que estes sejam o Prémio do Júri ou Melhor Argumento combinados com os prémios para Melhor Ator ou Melhor Atriz.
O Melhor Realizador foi Hou Hsiao-Hsien por “The Assassin” (provavelmente o filme mais elogiado da competição). O Grande Prémio do Júri foi atribuído ao filme “Son of Saul” do estreante László Nemes, enquanto que o Prémio do Júri (na prática, a medalha de bronze do certame) ficou com a comédia de Yorgos Lanthimos, “The Lobster“.
Destaque para as ausências nos prémios de “Youth” de Paolo Sorrentino (que ambicionava a sua primeira Palma, depois de ter perdido por cinco vezes, incluindo com “A Grande Beleza”) e “Mia Madre“, de Nanni Moretti, um dos favoritos da crítica francesa, mas que pode aqui não ter ganho por Moretti já contar com uma Palma no palmarés pessoal.
“Carol” venceu ainda a Queer Palm, prémio entregue ao melhor filme que represente a comunidade LGBT.
“As 1001 Noites“, de Miguel Gomes, não venceu nenhum prémio oficial – porque a secção onde competia não possui prémios oficiais atribuídos pelo júri – nem prémios não oficias. Contudo, venceu um dos prémios mais populares do festival, a Palm Dog, para o cão Dixie do Volume 2,”O Desolado”. “As 1001 Noites” é ainda o filme melhor classificado no ranking geral de todos os filmes exibidos no Festival quando se considera as notas atribuídas por críticos de todo o mundo (pode consulta AQUI o ranking).
COMPETIÇÃO OFICIAL
Palma de Ouro
Deephan, de Jacques Audiard
Grande Prémio do Júri
Son of Saul, de László Nemes
Melhor Realização
Hou Hsiao-Hsien, por The Assassin
Prémio do Júri
The Lobster, de Yorgos Lanthimos
Melhor Ator
Vincent Lindon (La loi du marché)
Melhor Atriz
Rooney Mara (Carol) e Emmanuelle Bercot (Mon Roi)
Prix du scénario (Melhor Argumento)
Chronic, de Michel Franco
Camera D’Or (Primeiro Filme)
La Tierra Y La Sombra, de César Augusto Acevedo (da secção Semana da Crítica)
Palma de Ouro (Curta-Metragem)
Waves’98, de Eli Dagher
SEMANA DA CRÍTICA
Grande Prémio Nespresso
La Patota, de Santiago Mitre
Prémio SACD
La tierra y la sombra, de César Augusto Acevedo
Prémio Visionário France 4
La tierra y la sombra, de César Augusto Acevedo
Prémio Descoberta para Melhor Curta-Metragem
Varicella, de Fulvio Risuleo
Prémio Canal+ para Melhor Curta-Metragem
Ramona, de Andrei Cretulescu
Garantia de Distribuição da Fundação Gan
The Wakhan Front, de Clément Cogitore
UN CERTAIN REGARD
Prémio Un Certain Regard
Hrútar, de Grímur Hákonarson
Prémio do Júri
Zvizdan, de Dalibor Matanić
Prémio de Realização
Kiyoshi Kurosawa, por Kishibe No Tabi
Prémio Talento
Comoara, de Corneliu Porumboiu
Prémio do Futuro
Masaan, de Neeraj Ghaywan
Nahid, de Ida Panahandeh