Zombieland: Tiro Duplo, em Análise
10 Anos depois do original, Ruben Fleischer (“Força Anti-Crime”, “Venom”) regressa com a sequela de “Zombieland”, “Zombieland: Double Tap”, em português “Tiro Duplo”. O elenco original regressa, incluindo Emma Stone, Abigail Breslin, Jesse Eisenberg e Woody Harrelson. Uma das comédias de terror mais afamadas dos Estados Unidos volta às salas de cinema nacionais já esta quinta-feira, 24 de outubro.
Columbus (Jesse Eisenberg), Tallahassee (Woody Harrelson), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) vivem ainda juntos neste mundo pós-apocalíptico, desde a última vez que os vimos. Procuram a sua “forever home”, uma casa onde possam assentar arraiais e envelhecer juntos nesta distópica visão sarcástica de alegria doméstica. Encontram neste segundo capítulo uma boa candidata, a Casa Branca, desocupada e pronta para eles. Tudo parece “calmo”, dentro do possível.
A sua alegria familiar é interrompida pelo espírito irrequieto de Little Rock, uma criança quando o “Dia Z” chegou, o início do apocalipse zombie. Cresceu no apocalipse zombie, e como a jovem adulta que é, anseia por sair do ninho, isto considerando um Tallahassee que se tornou surpreendentemente numa espécie de pai protetor para o membro mais jovem do grupo.
HOMERS E TERMINATORS
Quando Little Rock foge com um “Hippie”, o resto do grupo faz-se de novo à estrada, munido das regras de Columbus e de uma carrinha familiar, agora que a “besta”, o seu veículo, foi roubado por Little Rock. O perigo é notório, e daí a urgência neste salvamento, os zombies têm vindo a evoluir e metamorfizar ao longo dos tempos. Estão mais rápidos, mais inteligentes e mais resistentes, e por cada “Homer”, um idiota zombie capaz de se matar a ele próprio, existe um T800, assim nomeado em honra do “Exterminador Implacável”.
Sim, estes nomes que são dados aos zombies são o primeiro indício de que “Zombieland” continua bastante fiel a si mesmo. O mesmo género de piadas, a mesma estrutura narrativa, as mesmas regras escritas no ecrã, a mesma câmara lenta, o mesmo género de banda-sonora e movimentos de câmara.
Muitas foram as vozes que menosprezaram esta sequela precisamente devido a este facto. É verdade, “Zombieland: Tiro Duplo” é uma continuação orgânica e pouco evolutiva do filme que o antecede, mas de certa forma, há algo de reconfortante acerca deste facto. Ao fim de contas, falamos de uma criação que não se leva demasiado a sério, nem deve ser levada demasiado a sério.
NOVAS ADIÇÕES AO ELENCO DE LUXO
“Zombieland” é conhecido pelo seu elenco de luxo. Ora, com “Double Tap”, recebemos algumas adições bem-vindas, nomeadamente Rosario Dawson como o novo interesse romântico de Tallahassee, Luke Wilson num rápido mas hilariante cameo e uma adição com mais tempo de ecrã. Zoey Deutch é uma novata no mundo do Zombieland, e preenche um lugar brilhante como alívio cómico, num conteúdo já cómico por si só. A sua Madison, sempre vestida de cor-de-rosa e com casacos de pele, falsos, porque é vegan, é um estereótipo daquilo que os falantes de inglês chamam um “mall rat”, um rato de centro comercial. Madison vivia numa arca frigorífica no supermercado, até ao momento em que encontra Columbus a cheirar velas. Este torna-se rapidamente o seu salvador, por estranho que pareça.
Madison é alguém que não deveria ter sobrevivido ao apocalipse e a sua idiotice atinge níveis caricaturais risíveis, mas isso faz apenas parte da piada. Este membro adicional é bem-vindo, para aliviar alguma lógica de repetição que se possa fazer sentir. Neste segundo capítulo da saga, que virou também série em 2013, temos uma diferença notória. O contacto com um número mais vasto de personagens, enquanto que o primeiro capítulo tinha sido mais focado nos protagonistas da história. Nomeadamente, conhecemos toda a comunidade de Babylon, que bem diferente dos nossos heróis, funde todas as armas para criar símbolos da paz. Aqui, uma comunidade hippie é parodiada de forma implacável, e cá estamos para apreciar o esforço.
A estrutura narrativa de “Zombieland” é muito simples, um salvamento e os passos para chegar até lá. A resolução é ainda mais simplista e fácil do que tudo o resto. Qual é então o maior trunfo da sequela? Poder-se-ia dizer que é a tentativa de nos aproximar mais dos personagens, e acima de tudo, de aproximação entre estes. A ideia de que durante a ausência do espectador eles se tornaram uma verdadeira família.
“Zombieland” não evolui muito com “Zombieland: Tiro Duplo”, mas mantém uma mesma particularidade e especificidade em seu torno. É um universo que já nos é familiar, e claro que o elemento de inovação se perdeu, mas o que está sempre garantido é um bom bocado e muitas, muitas regras para sobreviver no mundo dos zombies. E uma pequena dica, não se vão embora logo no início dos créditos, pois estes contêm uma bela, bela surpresa.
TRAILER OFICIAL:
Zombieland: Tiro Duplo
Movie title: Zombieland: Tiro Duplo
Date published: 23 de October de 2019
Director(s): Ruben Fleischer
Actor(s): Emma Stone, Woody Harrelson , Jesse Eisenberg
Genre: Comédia, Terror
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Maggie Silva - 70
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Marta Kong Nunes - 70
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Luís Telles do Amaral - 72
CONCLUSÃO
“Zombieland: Tiro Duplo” não tem pretensões de grandeza, é aquilo que é: uma divertida aventura, num bem-vindo regresso a um universo mais que pré-estabelecido. Não arrisca muito, e, por isso, também não poderia cair a pique.
O MELHOR: Os novos membros do elenco, que atribuem à narrativa novo alento.
O PIOR: A Resolução, embora engraçada, não deixa de se assemelhar um pouco a escrita preguiçosa.
Overall
71User Review
( votes)( review)
Zombieland: Tiro Duplo | 5*
Zombieland: Tiro Duplo: 5*
Tem uma perfeita mistura entre comédia e terror, mas tem alguns momentos previsíveis.
Cumprimentos, Frederico Daniel.